segunda-feira, 14 de agosto de 2006

Itália Clássica - 14 Agosto 2006 - Roma



14 agosto 2006 – Roma – Cidade do Vaticano


Se no dia anterior acordamos cedo, desta vez madrugamos, pois, como o dia seguinte seria feriado e ao domingo não há visitas ao Vaticano, todos os turistas que se encontravam em Roma naquele fim de semana tencionavam visitar o Vaticano naquela segunda feira. Na altura que visitamos Roma ainda não era possível marcar a visita através da internet e imperava a lógica do chegar primeiro evitar as multidões de visitantes que diariamente invadiam os museus do Vaticano. Os grupos tinham uma vantagem já que podiam entrar algum tempo antes que os visitantes comuns. Se pretenderem tirar os bilhetes pela internet devem fazê-lo aqui). Claro que depende muito da altura (e do dia!) em que vão fazer a visita, pois muitas vezes não se justifica pagar antecipadamente pela entrada.

Ainda antes das 07:00h já estávamos na fila para a entrada no Vaticano, onde fomos recebidos pela guia local que nos ia acompanhar na visita.

Falando um pouco sobre o Vaticano ou Cidade do Vaticano, oficialmente Estado da Cidade do Vaticano é a sede da Igreja Católica e uma cidade-Estado soberana sem costa marítima cujo território consiste de um enclave murado dentro da cidade de Roma. Com aproximadamente 44 hectares (0,44 km²) e com uma população de pouco mais de 800 habitantes, é o menor país do mundo, por área.


Resumindo, o Vaticano é o centro do poder para todos os Católicos Romanos de todo o Mundo e trata-se de um Estado soberano desde fevereiro de 1929, sendo governado pelo Papa em funções. Vivem permanentemente na cidade cerca de mil pessoas que trabalham nas instalações do mesmo.

A situação do Vaticano enquanto Estado dentro de outro Estado foi definido pelo Tratado de Latrão em 1929, que descreve a cidade-estado do Vaticano como uma nova criação (preâmbulo e no artigo III) e não como um vestígio dos muito maiores Estados Pontifícios (756-1870), que anteriormente abrangiam a região central da Itália.

Apesar do seu significado especial para os católicos, este talvez seja um dos únicos locais do mundo que todos os católicos e não só desejam visitar pelo menos uma vez na vida. Mesmo para quem não é crente o local tem algo de extraordinário e não deixa ninguém indiferente.

Sempre que víamos na televisão as imagens de Natal, Ano Novo, Páscoa, etc. na Praça de São Pedro ficávamos comovidos com a imensidão de gente que lá se encontrava num local que imaginávamos enorme, grandioso, único e mágico.

São chamados Museus, no plural, porque, na verdade, são um conjunto de pequenos museus reunidos e instalados nos antigos aposentos dos palácios que pertenceram aos Papas de outras épocas. Todos os espaços são interligados entre si.


Apesar de serem vários museus e salas, é difícil alguém ficar perdido. Depois que a visita é iniciada, as portas e passagens estão estrategicamente abertas ou fechadas, induzindo os visitantes a seguirem por um trajeto pré-estabelecido. Inclusive, é possível escolher um percurso mais longo ou mais curto para realizar o passeio, dependendo do interesse de cada um.


Em todo os Museus é permitido fotografar, à exceção da Capela Sistina (para quem quiser cumprir as regras! Eu não resisti…

Temos algumas fotografias que gostaríamos de partilhar neste espaço, mas que, devido à grandeza e à enorme quantidade de obras e salas que visitámos em tão curto espaço de tempo, não nos foi possível tomar as devidas notas sobre o que cada uma das fotos corresponde.


Temos de nos desculpar por este facto, mas penso que ninguém nos levará a mal por esse facto, pois este espaço não pretende substituir os guias de viagem, por aí existentes. É quase impossível ver, fotografar e tomar notas tudo ao mesmo tempo.

Tendo de começar por algum lado, vamos começar aleatoriamente pelo…

MUSEU PIO CLEMENTINO

Este belo museu, foi fundado no final do século 18 pelo Papa Clemente XIV (1769-1774) e depois reestruturado pelo seu sucessor, o Papa Pio VI (1775-1799). Ambos promoveram uma onda de colecionismo, adquirindo peças ao comprá-las a nobres falidos e ao mesmo tempo confiscando das escavações arqueológicas.

Contém várias salas e um pátio interno, com belíssimas peças gregas e romanas.

MUSEU GREGORIANO ETRUSCO

Quando saímos do Museu Pio Clementino, somos automaticamente induzidos a subir uma escada até o andar de cima, onde está o Museu Etrusco.

Fundado pelo Papa Gregório XVI (1831–1846), ele abriga peças do antigo povo que habitou a península itálica antes dos romanos, entre 1000 e 700 a.C.: os Etruscos.

Contém muitas peças em cerâmica e metais preciosos, belíssimos e muito antigos. Todos confiscados das escavações arqueológicas realizadas na época. Além das relíquias etruscas, encontramos também peças mais “recentes”, da época do Império Romano.

MUSEU GREGORIANO EGÍPCIO

Somos induzidos a descer novamente para o andar inferior, para visitar o próximo museu, que apresenta relíquias provenientes do Antigo Egito.

Também foi fundado pelo Papa Gregório XVI, 2 anos depois do Museu Etrusco, contém peças egípcias encontradas nas escavações feitas em Roma.

Os romanos tinham por hábito saquear peças e relíquias do Egito e trazê-los para a capital, a fim de decorar suas casas e os espaços públicos.

PÁTIO DA PINHA

O nome se refere a uma pinha de bronze, gigante, situada no semicírculo de um dos prédios dos Museus. Ela pertencia a uma fonte das termas privadas de Agripa, um nobre da Roma Antiga.

Apesar de ter dado nome ao pátio, não é esta peça que mais chama atenção de quem passa por ali. Bem no centro, existe uma esfera dourada, criada pelo artista italiano Arnaldo Pomodoro chamada Sfera con Sfera. Existem outras versões da mesma em vários lugares do mundo, mas a do Vaticano é a mais famosa. Confesso que não percebi bem o significado dela. Dizem que o artista quis representar o cristianismo. Enfim...

MUSEU CHIARAMONTI

Voltando pela mesma porta, iremos encontrar um imenso corredor lotado de estátuas e bustos – o Museu Chiaramonti.

O nome foi dado em homenagem ao Papa Pio VII (1800-1823), da família Chiaramonti, que organizou uma coleção de estátuas e criou leis (que serviram de base para as atuais) que protegem as relíquias achadas no território italiano, para que não sejam levadas do país. Tudo para evitar o que aconteceu na época de Napoleão Bonaparte, que confiscou várias peças dos Museus e as levou para França. Foi António Canova o responsável por trazer tudo de volta, anos depois. Inclusive, ele foi o supervisor deste museu.

O corredor de repente termina numa grade que impede o restante do caminho. Dali para frente é a chamada Galeria Lapidaria que contém inscrições e tabuletas de túmulos pagãos e cristãos. Mas é fechado ao público geral, sendo necessário pedir uma permissão especial ao Vaticano para a visita.

BRACCIO NUOVO

Um pouco antes de chegar à grade que fecha a Galeria Lapidária, virando à direita, está o Braccio Nuovo, um corredor perpendicular contendo várias estátuas.

O destaque é a famosa estátua do Imperador Augusto, inspirada no Doríforo de Policleto. Encontrada na Villa de Augusto, é talhada em mármore e tinha a roupa pintada.

GALERIA DOS CANDELABROS

Contém uma série de peças gregas e romanas, principalmente estátuas, mosaicos e, claro, os objetos que deram o nome ao museu: os grandes candelabros achados em Otricoli.

Embora as peças expostas sejam magníficas, o destaque mesmo é o teto. Lindo!

GALERIA DAS TAPEÇARIAS
Continuando pelo corredor, entramos no segundo museu dessa ala: a Galeria das Tapeçarias (ou Arazzi, em italiano).

Presos nas paredes estão vários tapetes decorados com cenas da vida de Cristo à esquerda e da vida do Papa Urbano VIII (1623-1644) à direita.

Todos feitos por alunos do artista renascentista Rafael, são lindíssimos e merecem o destaque. São verdadeiras obras de arte.

GALERIA DOS MAPAS

Continuando pelo corredor, chegamos a esta terceira galeria do corredor. A mais deslumbrante...

Ela contém 40 gigantescos mapas pintados nas paredes pelo cartógrafo Ignazio Danti no século 16, representando as possessões da Igreja na época do Papa Gregório XIII (1572-1585).

Mas, na verdade, ninguém dá muita atenção para os mapas. O motivo?

O magnífico teto abobadado, que é lindíssimo! E ainda tem uma iluminação propícia, que ajuda a ficar mais bonito. Não é raro encontrar as pessoas ali com o rosto virado para cima e a boca aberta, tirando milhares de fotos. Imperdível!

APOSENTOS DE SÃO PIO V

Seguindo em frente, logo após as Galerias, encontramos o antigo aposento do Papa Pio V (1566–1572). Hoje, expõe uma série de tapetes decorados, semelhantes aos que estão na Galeria das Tapeçarias.

A sala anexa, que faz parte dos aposentos, é a Sala Sobieski, com vários frescos. O principal deles o do pintor polaco Jean Matejko, que retratou a vitória do Rei Jan III Sobieski sobre os turcos.

SALA IMACULADA CONCEIÇÃO

Seguindo agora para esquerda, chegamos a esta sala, cheia de belos frescos.

O Papa Pio IX (1846–1878) proclamou o dogma da Imaculada Conceição em 1854. Para comemorar, contratou o pintor Francesco Podesti, um dos mais renomados da época, para decorar a sala utilizando este evento como tema.

SALAS DE RAFAEL

Considerado um dos maiores atrativos para quem visita os Museus do Vaticano, as Salas de Rafael são impressionantes e imperdíveis.

Localizado no Palácio Apostólico, as salas eram os aposentos privados do Papa Julio II (1503-1513), que chamou o artista renascentista Rafael, que admirava, para decorar as paredes e o teto.

O trabalho começou em 1508 e levou 16 anos para ficar pronto. Tanto o Papa, quanto Rafael, não chegaram a ver o resultado final, pois faleceram antes do término. Felizmente, o artista deixou o projeto dos frescos, que serviram de base para a conclusão realizada por seus discípulos.

APARTAMENTOS BORGIA

Esta é para os fãs da serie “Os Borgias”. Descendo as escadas, chegamos a um conjunto de aposentos, conhecidos como Apartamentos Borgia.

Consiste nos aposentos de Rodrigo Borgia, o Papa Alexandre VI (1492-1503), decorado no final do século 15 por Pinturicchio.

O Papa que o sucedeu, Julio II (1503-1513), era seu desafeto. Quando Rodrigo Borgia morreu, o novo pontífice fechou os aposentos do rival e mandou construir os próprios na mesma posição, só que no andar de cima. Daí surgiram as Salas de Rafael.

Os Apartamentos Borgia ficaram abandonados até o século 19, quando então foram reabertos para expor obras de arte religiosa moderna.

CAPELA SISTINA

É o ápice do passeio. A mais linda de todas as capelas do mundo. Aliás, “linda” é um adjetivo muito fraco para descrevê-la.

No século 15, uma série de reconstruções e restaurações começaram a ser feitas no Vaticano, após um longo período de abandono.

O Papa Sisto IV (1471-1484) assumiu o compromisso de reconstruir a antiga Capela Magna do Palácio Apostólico. A obra começou em 1477 e foi concluída em 1481, quando recebeu o novo nome, em homenagem a este pontífice: Capela Sistina.


A primeira missa ocorrida lá dentro foi em 09 de agosto de 1483, sendo dedicada a ascensão da Virgem Maria. Desde então passou a ser muito utilizada para diversas atividades papais, incluindo os conclaves – o processo de escolha de um novo Papa. O primeiro ocorrido ali foi em 1492, quando Rodrigo Borgia foi eleito Papa Alexandre VI.

Inicialmente, a Capela Sistina não tinha os magníficos frescos que a tornaram famosa.


Na época que foi criada, o Papa contratou o artista Perugino para criar 2 frescos: um para a parede atrás do altar e outro para o teto.

Aceitando a oferta de Lorenzo di Médici, de Florença, o pontífice recebeu em Roma artistas como Sandro Botticelli, Ghirlandaio, Rafael, Michelangelo, entre outros, que se juntaram a Perugino para decorar a capela.


A parede que ficava atrás do altar continha um fresco que combinava com os das paredes laterais, retratando a Virgem de Assunção, alguns Papas e as primeiras cenas da vida de Cristo e Moisés.

O teto tinha uma pintura que representava um céu estrelado, bem ao estilo das capelas medievais.
Atualmente, somente as paredes laterais mantém a pintura original desta época. Nelas, podemos ver 3 níveis de frescos:

• Próximo ao chão – pinturas simulando tapeçarias;

• Intermediário – imagens do Antigo Testamento (cenas da vida de Moisés) e do Novo Testamento (cenas da vida de Cristo);

• No cimo, entre as janelas – imagens de antigos Papas.

Em 1504, provavelmente por problemas no terreno onde a capela estava situada, houve uma inclinação da parede sul, provocando uma grande rachadura no teto. As atividades religiosas foram imediatamente suspensas e, no mesmo ano, o Papa Júlio II (1503-1513) mandou iniciar o reparo do edifício. Foi bem-sucedido no que diz respeito à estrutura, mas não conseguiu recuperar a pintura original do teto estrelado.

Foi então que em 1506, o Papa teve a ideia de chamar Michelangelo para refazer o fresco do teto. Demorou 2 anos para convencer o artista, que andava chateado com o pontífice, após divergências relacionadas à construção do túmulo deste, na Igreja de San Pietro in Vincoli.

A segunda versão do teto (a atual), levou 4 anos para ficar pronta (de 1508 a 1512). Reza a lenda que Michelangelo fez tudo sozinho, em cima de andaimes, dispensando a ajuda de assistentes.

O tema central do majestoso fresco do teto é o Génesis. Nas laterais, vemos cenas do Antigo Testamento, figuras de profetas, sibilas e ancestrais de Cristo.

A última obra acrescentada na Capela Sistina foi criada 22 anos depois da pintura do teto. O Papa Paulo III (1534-1549) contratou Michelangelo para que redecorasse a parte de trás do altar.

Para esse feito, inclinaram um pouco a parede (com objetivo de evitar acumular poeira), fecharam as duas janelas que ali haviam e apagaram a antiga pintura de Perugino, da época da inauguração.

O fresco criado é o famoso Juízo Final, uma das obras primas de Michelangelo. Levou 7 anos para ficar pronto (de 1534 até 1541).

A pintura faz uma alusão à Justiça Divina, com almas sendo retiradas dos seus túmulos e levadas perante Deus (no centro, com feições um tanto severas), o grande juiz que decide o destino delas: o céu ou o inferno.

Este fresco gerou muita polémica na época, pois Michelangelo recebeu duras críticas por retratar corpos nus, considerados indecentes para ornar uma capela, ainda por cima a mais importante do Vaticano. Reza a lenda que o artista vingou-se dos seus críticos, pintando os seus rostos no fresco, associando-os às figuras do Inferno.

MUSEUS DA BIBLIOTECA APOSTÓLICA VATICANA

Saindo da Capela Sistina, seguimos pelo corredor que fica logo em frente e abaixo das Galerias dos Mapas, das Tapeçarias e dos Candelabros.

Nele está o Museu da Biblioteca Apostólica Vaticana, uma galeria que abrigava a antiga biblioteca do Vaticano, desativada no início do século 20. Depois disso, deu lugar a um museu de coleções doadas ao longo dos séculos: moedas, vidros, mobiliário, esculturas antigas, cristais, bronzes e etc.

Após a saída dos museus fomos até ao túmulo do antigo Papa João Paulo II, que na altura se encontrava por baixo da Basílica São Pedro (atualmente encontra-se no interior da Basílica, na Capela de São Sebastião.

E daqui entramos no interior da Basílica de São Pedro! Auuuuuu…

Localizada na praça com o mesmo nome, no Vaticano, a Basílica de São Pedro é a maior igreja do catolicismo. Aliás, literalmente: ela pode acolher cerca de 60.000 pessoas juntas ao mesmo tempo.
Embora seja a principal igreja, ela não é a sede do Papado, mas sim a San Giovanni in Laterano, que na nossa opinião, é uma das mais lindas igreja de Itália.

Falando um pouco sobre a história da Basílica de São Pedro, próximo à região onde está implantada a Basílica hoje, ficava o Circo de Nero: uma espécie de estádio onde ocorriam competições na Roma Antiga e, segundo relatos, o martírio de cristãos.

São Pedro, depois de um ministério de 30 anos, viajou para Roma e começou a evangelizar a população local. Isso irritou o Imperador, que ordenou a prisão do apóstolo e mandou executá-lo no Circo de Nero no ano 64. Foi crucificado de cabeça para baixo, e depois o seu corpo foi enterrado ao lado do estádio. Reza a lenda que o local da sua sepultura tornou-se uma zona de peregrinação, e assim continuou por muito tempo.

Cerca de 300 anos depois da morte de São Pedro, Constantino I, o “Imperador cristão”, mandou construir um templo dedicado ao apóstolo no mesmo local onde ele foi enterrado.

Era um edifício completamente diferente do que podemos ver hoje. Inicialmente, seguia os padrões arquitetónicos dos templos romanos. Porém, sofreu várias modificações e restaurações ao longo dos séculos e chegou a ficar abandonada quando o papado esteve sediado em França.

Quando a sede voltou para Roma, mandaram demolir o antigo edifício e construir uma nova Basílica, no início do século 16. Projetada por Donato Bramante, a obra passou pelas mãos de grandes nomes da Renascença durante os 120 anos que levou para ser concluída, como Sangallo, Rafael, Michelangelo, entre outros.


Além da belíssima arquitetura, a Basílica tem vários pontos de destaque que não podem deixar de ser vistos aquando de uma visita:

PORTAS DE BRONZE

São 5, todas decoradas com relevos bíblicos do século 15. Dizem que foram reaproveitadas da antiga Basílica. Mas duas delas merecem destaque:

• Porta Santa – a da extrema direita, aberta pelo Papa apenas nos anos santos (a cada 25 anos, segundo a tradição).

• Porta central – é dupla, destaca-se pelos 6 painéis em relevo, agrupados em pares. Os superiores retratam Jesus Cristo e Virgem Maria; os centrais retratam São Paulo e São Pedro (com o Papa Eugenio IV ajoelhado a sua frente, recebendo as chaves do céu); e os inferiores, o martírio dos 2 apóstolos.

PIETÁ

Localizada logo na primeira capela à direita quem entra na Basílica. Esculpida por Michelangelo em 1499, retrata a Virgem Maria segurando o corpo de Jesus Cristo morto após a crucificação. É a única obra assinada pelo artista, que tinha apenas 23 anos na época. Tudo porque, segundo a lenda, associaram a autoria da peça a outro escultor, o que o teria enfurecido e feito com que talhasse seu nome na estátua. A obra está protegida por um vidro à prova de balas desde que foi atacada com um martelo por um louco, em 1972.


A escultura é linda! Aquele manto da Virgem Maria é tão perfeito que nem parece que é de pedra. Além disso, o que mais chama à atenção é a expressão dela, sem aquele ar de angustia que vemos nas imagens semelhantes, embora esteja bem visível a dor de uma mãe que tem o corpo do filho morto nos braços. Deu uma leveza à peça. Michelangelo é um génio...

ESTÁTUA DE SÃO PEDRO

Está perto do altar principal, também à direita quem entra. Toda em bronze, foi esculpida no século 13. Retrata São Pedro sentado na sua cadeira, a segurar as 2 chaves do céu na mão esquerda e fazendo o gesto de bênção (à moda antiga) com a mão direita. Reza a lenda que, ao passar a mão no pé do santo, a pessoa recebe bênçãos.

Claro que nós não perdemos a oportunidade e fomos lá esfregar as mãos no pé de São Pedro. Aliás, a estátua está praticamente sem os dedos – um dos pés inclusive está com uma cobertura de plástico para dar-lhe forma. Afinal, são 8 séculos de peregrinos passando por ali...

 
ALTAR PAPAL

Localizado bem por cima do suposto túmulo de São Pedro e por baixo da cúpula principal. Criado por Bernini, é uma espécie de dossel de 30 metros de altura, com 4 colunas retorcidas de bronze e detalhes dourados, que sustentam o Baldaquino, com um globo e uma cruz no alto. Uma curiosidade: o bronze obtido veio, dentre outras fontes, do derretimento de peças do Pantheon de Roma.

ESTÁTUAS À VOLTA DO ALTAR PAPAL

Localizadas em pequenos nichos em volta do altar principal, elas retratam santos do Catolicismo ligados à Paixão de Cristo. Começando pela que está perto da estátua de São Pedro e seguindo em sentido anti-horário, temos:

• São Longuinho era um soldado romano com problemas visuais que, ao furar o flanco de Jesus para saber se ele tinha morrido, recebeu um respingo de sangue em seu olho doente, sendo milagrosamente curado logo depois. Acabou convertendo-se ao Catolicismo.

• Santa Helena era a mãe do imperador romano Constantino I. Ficou famosa por ter trazido para Roma relíquias da Paixão de Cristo, como fragmentos da cruz de Jesus, entre outros.

• Santa Verônica era uma mulher que, comovida com o sofrimento de Jesus ao carregar a cruz, tirou o seu próprio véu e deu-lho para que ele pudesse enxugar o rosto. Jesus aceitou, usou e devolveu o véu, que ficou com seu rosto estampado no véu.

• Santo André, um dos apóstolos, foi crucificado como Jesus, mas numa cruz de formato diferente (em “x”), pois ele julgava-se indigno de ser morto numa cruz semelhante à do seu mestre.


CADEIRA DE SÃO PEDRO

Cathedra Petri, localizada ao fundo da Basílica. Criada por Bernini, é um relicário monumental que contém uma cadeira datada do início da era cristã, sustentada por 4 santos da Igreja e iluminada por raios dourados e a figura de uma pomba.

CÚPULA DE MICHELANGELO

Concluída em 1590 (após a morte do artista), é enorme: tem 136 metros de altura e 42 metros de diâmetro. Internamente é toda decorada com mosaicos, retratando Cristo, santos, apóstolos e papas.


Saímos da Basílica para a Praça de São Pedro, completamente deliciados com o que vimos no interior e por ali ficamos um pouco até nos recompormos e ganharmos coragem para explorar mais algum local naquela que seria a nossa ultima tarde em Roma.


O próximo destino seria o Monumento Nacional a Vítor Emanuel II, monumento em honra a Vítor Emanuel II da Itália, primeiro rei da Itália unificada e considerado o pai da pátria italiana. Situa-se entre a Piazza Venezia e o monte Capitolino tendo sido projetado por Giuseppe Sacconi em 1885. Foi inaugurado em 1911 e completado em 1935.


Feito de puro mármore branco de Botticino, Bréscia, apresenta majestosa escadaria, colunas coríntias, fontes, uma enorme estátua equestre de Vítor Emanuel e duas estátuas da deusa Vitória em quadrigas. A estrutura tem 135 m de largura e 70 m de altura, mas se as quadrigas e as vitórias aladas forem incluídas, a altura passa a ser de 81 m. A base do monumento abriga o museu da Unificação Italiana. Em 2007, um elevador panorâmico foi instalado, permitindo aos visitantes ir até ao teto e ter uma visão 360° de Roma.

Ao longo do caminho fomos comprovando que Itália “respira” história!


O resto da tarde foi passado a deambular pela cidade de Roma até acabarmos num bonito parque a descansar à sombra do calor tórrido que se fazia sentir.


E assim termina a nossa jornada em Roma. Amanha vamos até Florença!

Até lá…


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