quinta-feira, 24 de março de 2005

Praga - Republica Checa - 23 Março 2005



23 Março 2005 -Praga - Republica Checa - Porto


Acordamos para aquele que seria o nosso ultimo dia na cidade de Praga. Na teoria ainda tínhamos 2 dias, mas na pratica tal não correspondia à realidade pois a nossa viagem de regresso a casa estava marcada para a madrugada seguinte.

 
Como já tínhamos visto praticamente tudo o que queríamos deixamos este dia para passearmos tranquilamente pela cidade, visitar algum local que nos chamasse à atenção e aproveitar a tranquilidade dos jardins da cidade, isto apesar do frio que se fazia sentir ou não estivéssemos ainda em pleno inverno.

Começamos o nosso dia pelo Teatro Nacional, conhecido como a Alma da ópera checa e como o maior monumento de homenagem à história Checa e da sua arte.


O Teatro Nacional é uma das instituições culturais mais importantes da Republica Checa com uma rica tradição artística que foi criada e mantida pelas personalidades mais ilustres da sociedade Checa. Essa tradição ajudou a preservar e desenvolver as características mais importantes da nação: a língua checa e uma chamada de atenção para pensar a musica Checa.

Atualmente, o Teatro Nacional é composto por três conjuntos artísticos (ópera, ballet e teatro) que são representados alternadamente nos edifícios históricos do Teatro Nacional, o Teatro do Estado e do Teatro Kolowrat.

Desde o teatro nacional fomos até outro ícone cultural da cidade de Praga, a Casa Municipal, um auditório e um ponto cívico de referência na cidade, sendo também um importante marco da história da arquitetura e política da República Checa. É considerada uma das mais  representativas obras da arte modernista Checa.

Está situada na Praça da República, perto da Porta de Pólvora, sendo um dos principais locais de representação na capital da Republica Checa.

Aproveitando que já estávamos na Praça da Republica, fomos até à Porta de Pólvora, uma das 13 torres defensivas que faziam parte das muralhas que rodeavam a cidade velha, sendo a única que ainda se encontra de pé nos dias de hoje.


Por esta porta tinham acesso à Praga medieval as rotas comerciais procedentes da cidade real checa de Kutná Hora, Bohemia Oriental, e as procedentes da Polonia e do Báltico.

Já durante o reinado de Maria Teresa de Áustria (século VIII), a Porta ou Torre da Pólvora passa a deixar de ter funções defensivas para se converter em armazém de pólvora- daí o nome atual.

As invasões não destruíram, mas danificaram a torre, tendo esta sido reconstruída no século XIX, pelo célebre arquiteto checo Josef Mocker em estilo pseudo gótico Hoje, a Torre da Pólvora é um dos mais valiosos monumentos arquitectónicos praguenses.

O resto do dia foi passado tranquilamente, tal como referi no início do post. Aproveitamos para experimentar uma das especialidades gastronómicas desta zona, o goulash! Um ensopado de carne e vegetais cozido lentamente, temperado principalmente com paprica doce e conhecido principalmente na Hungria, onde o goulash é rei.


O goulash Checo difere do goulash húngaro, é claro. Ele tende a ser mais leve e mais robusto, com menos vegetais do que o seu homólogo húngaro; às vezes é feito com cerveja e é sempre servido com knedliky houskové, os omnipresentes bolinhos de pão checos, sem macarrão, batatas, nem creme de leite.

Também muito habitual por estas bandas o goulash sopa, apesar de ser mais comum na Hungria.
A qualidade do goulash varia muito de restaurante para restaurante, mas quem apreciar ou pretender provar o bom goulash vai encontrar um bom local para o experimentar. Sugiro para acompanhar uma boa pilsner, a famosa cerveja Checa.

Pessoalmente não gostei muito face ao condimentado da paprica, mas nestas coisas temos de ter o espírito aberto para pelo menos experimentar.

Ainda antes de terminar o dia fomos assistir a uma peça de marionetas, ou não fosse Praga uma das cidades mais famosas na representação deste género teatral.

É só caminhar pelas ruas do centro de Praga para perceber a importância das marionetas nesta cidade, uma das grandes tradições artesanais no país. Um dos melhores locais para assistir a uma representação é o Teatro Nacional de Marionetas.

Importado para a República Checa por tropas itinerantes inglesas, italianas e alemãs, o Teatro de Marionetas remonta à metade do século XVII. Pouco a pouco, as obras foram sendo representadas em checo, convertendo-se na única forma de arte acessível à maioria dos lugarejos das províncias checas.

Este tipo de teatro faz referências à língua checa, à consciência nacional, ao interesse pela história transformando-se num dos meios de difusão das ideias do "despertar nacional checo”.

Famílias inteiras dedicaram-se a esta arte transmitida de pais para filhos: sendo o artista mais famoso o legendário Matěj Kopecký (1775-1847), cujo filho publicou suas obras durante a segunda metade do século XIX.

O Teatro Nacional de Marionetas situado na Cidade Velha de Praga dá muita importância a esta tradição histórica e oferece obras originais utilizando marionetas de madeira talhada e pintada a mão com roupas históricas.

A obra emblemática do repertório é “Don Giovanni”,  inspirada pela famosa obra de Mozart, que teve a sua estreia em Praga em 1787 e perdura até aos dias de hoje. A representação é feita na língua original, o italiano. A representação dura cerca de 2 horas e aproveitamos uma sessão durante a tarde que não por não ser tão concorrida, ficou mais barata, 350 CZK.


Regressamos ao hotel para descansar um pouco pois às 5:00h tínhamos regresso programado num voo Lufthansa com escala em Frankfurt.

Falta dizer que o regresso foi atribulado e tivemos a nossa primeira experiência de voos cancelados, bagagem perdida e o dia de regresso a casa foi "longoooooo..."

Deveríamos chegar cerca das 10:30h, mas apenas chegamos às 22:00h, depois de voos entre Praga e Munique. De seguida voamos até Madrid, onde finalmente apanhamos um voo da Portugália até ao Porto, mas com uma paragem em Lisboa para deixar e recolher passageiros. Foi dose...tanta aterragem e descolagem!

E assim terminou a nossa viagem a Praga, que adoramos conhecer e que nos abriu o apetite para uma das cidades imperiais que ainda não conhecemos, Viena! Não se tem proporcionado mas algum dia terá de ser...

Até à próxima...

terça-feira, 22 de março de 2005

Praga - Republica Checa - 22 Março 2005



22 Março 2005 -Praga - Republica Checa


Quarto dia na cidade de Praga. O dia estava bem ao jeito de quem quer conhecer uma cidade, fresquinho mas sem chuva, logo toca a caminhar para aquecer o corpo e a mente.

Decidimos que nesse dia passaríamos, novamente pelo Castelo de Praga e subiríamos mais um pouco (pouco é favor, mas não quero desencorajar ninguém pois as vistas são lindíssimas) para conhecer a famosa Torre Petrin.

A Torre Petrin tem 63,5 metros de altura e é toda em aço e ao olharmos para ela lembramos muito facilmente a Torre Eiffel de Paris.


A torre é sem sombra de dúvida muito menor que a Torre Eiffel, mas como fica numa colina, acaba por ficar numa posição mais alta que a própria Torre Eiffel. A Torre Petrin foi construída em 1891 e foi utilizada como torre de observação, bem como torre de transmissão de telecomunicações. 

Atualmente a torre é uma grande atração turística, sendo visitada por muitos turistas diariamente.

A subida da colina pode ser feita de duas formas, a mais difícil, ou seja, uma caminhada cansativa de aproximadamente meia hora, sendo que a maneira mais fácil é utilizando um funicular que vai percorrendo frequentemente o percurso até ao topo.

Já a subida à torre é feita através de escadas pois a torre tem um elevador, mas apenas para pessoas com deficiência. O valor do bilhete para subir é de CZK 105.00 (Coroas Checas), mais ou menos EUR 5.00. Esse é o preço da vista!

A subida foi cansativa, mas valeu a pena, ou acham que não?


Após a subida à torre decidimos ficar nos arredores da torre, sentados nos bancos espalhados pelos jardins, o que é um excelente passeio e descanso ao mesmo tempo. O lugar é muito bonito e a subida vale a pena. Não deixem de visitar.

Após algum tempo passado na Colina Petrin, retomamos o nosso caminho e iniciamos a descida até à cidade… bem mais fácil que subir, pois como diz o ditado "para baixo todos os santos ajudam..."

Como estávamos na parte alta da cidade, decidimos ir novamente ao Castelo de Praga, pois queríamos assistir ao render da guarda…

Tal como planeado estávamos no Castelo quando houve a troca de guardas, o que acontece de hora em hora. No entanto a cerimonia do meio-dia é mais demorada e pomposa, onde os soldados vestidos em trajes cerimoniais fazem a troca da bandeira, com direito a banda do exército.


Como estivemos mais do que uma vez no Castelo, tivemos oportunidade de assistir ao render da guarda mais simples, mas também ao mais cerimonial, para turista ver!

Já saindo do Castelo de Praga, logo após o miradouro, na descida para a parte velha do centro deparamo-nos com uma plantação de videiras e um pouco mais abaixo um cafezinho onde se servem os vinhos produzidos naquele local. A vista para cidade é linda, tal como de qualquer parte da cidade alta e a pausa para provar um vinho checo veio mesmo a calhar.

Recomendamos esta paragem, o vinho é bom, o local muito aconchegante e a vista para cidade é de tirar o fôlego.

Chegados novamente à "cidade", se pudemos falar assim, decidimos visitar um museu diferente do habitual.

Enquanto preparava a visita a Praga, deparei-me com a existência de um museu dedicado ao comunismo e a toda a influencia da União Soviética nesta zona do globo. Marquei logo na minha agenda pois sou apaixonado por estas coisas da historia mais recente e achei que poderia encontrar no museu algumas coisas bem giras.

A nossa próxima paragem seria no Museu do Comunismo de Praga (http://muzeumkomunismu.cz/)
Localizado numa das principais ruas da cidade e por cima de um Mc Donalds (ironias!!!), o último respiro da estrela vermelha ainda esta hasteado.


Trata-se de um museuzinho apertado, sem ter a verba ou a publicidade que merecia, guarda vários vestígios da Praga socialista.

Ambientes cenográficos mostram o que o governo queria vender à população na época, exibindo a idealização de uma família soviética perfeita, tanto no lar, quanto no trabalho. Muitos dos objetos são originais e a coleção, de tão vasta que é, nem pôde ser devidamente encaixada em cada cenário.
Uniformes militares, armas, produtos enlatados, livros e posters, incluindo um recente que diz orgulhosamente bem acima do Mc Donald!.
A disposição de tudo na sala de interrogatórios é quase assustadora, com a iluminação fraca, a foto de Estaline de um lado e o busto de Lenine, do outro, observando o coitado que se atrevesse a levantar a mão contra o regime tinha o fim destinado.


Estátuas de Lenine, aliás, não faltam, e até um Marx gigante está exposto, mas ninguém no museu sabe ao certo de onde ele veio.

Fora a sala de vídeos, que mostra os protestos que tomaram conta da Wenceslas Square – dos dias mais violentos à Revolução de Veludo – , o museu é extremamente leve. Não é pessimista ou triste, como a maioria das recordações deste período e tem até um clima "cool", para falar a verdade. Na loja de souvenirs, por exemplo, um carimbo usado pela imigração, com a sigla CCCP (URSS, escrito em russo, com alfabeto cirílico), é uma lembrança única.

E ficamos por aqui neste dia.

Regressamos ao hotel para recuperarmos energias para mais um dia...

Até amanha!