sexta-feira, 16 de outubro de 2015

Castelo de Paiva - 16 Outubro 2015



16 outubro 2015 – Castelo de Paiva – Eurostars Rio Douro Hotel & SPA


Como já vem sendo hábito nesta altura, atendendo ao aniversário da Virgínia que coincide com o nosso aniversário de casamento, fazemos uma escapadinha em jeito de duplo festejo das datas mencionadas. Isto, apesar de não ser preciso nenhum motivo especial para fazer uma pausa da vida real e por algum tempo (sempre pouco!) viver “outra” vida, longe da agitação que temos vivido nos últimos tempos. E para isso acho que escolhemos o local ideal.

A escolha recaiu num hotel com uma arquitetura majestosa e com uma paisagem incrível. Fica na margem esquerda do Rio Douro e é uma conjugação perfeita de conforto e natureza. Chama-se Eurostars Rio Douro Hotel & Spa, e este é o hotel que agora vos convido a conhecer!


O espaço abriu em 2012, pelo que trata-se de um hotel ainda recente. A arquitetura do hotel, conjugada com a sua localização e a proximidade do rio, faz com que este seja um refúgio fora do que é habitual ver-se no nosso país. É da autoria de João Pedro Serôdio, que aposta num estilo mais contemporâneo.


 Fica localizado a menos de uma hora da cidade do Porto e muito perto dos socalcos de vinhas onde nasce e cresce o famoso e internacionalmente elogiado vinho do Porto. E foi precisamente a pensar nesses emblemáticos socalcos de vinhas que este hotel foi criado, em jeito de homenagem.

Se a ideia era boa então a sua concretização ainda resultou melhor, pois a obra venceu o prémio Villégiature 2011 para o melhor projeto de arquitetura no sector hoteleiro na Europa. E o porquê desta vitória está à vista de todos.


A acompanhar a arquitetura, e para não existir um contraste agressivo para a vista, também a decoração é moderna, contemporânea, confortável e discreta. E talvez, uma das melhores qualidades deste espaço, toda a vista oferecida parece seguir a inspiração de uma foto panorâmica, tanto nas diversas salas como no restaurante e quartos.

 
A natureza do rio está sempre presente, invadindo o espaço de forma simpática e transmitindo uma tranquilidade, talvez para lembrar que o momento é de relax e alheamento das preocupações do dia-a-dia.

Os quartos são apenas 42, muito iluminados pela luz que chega das enormes janelas panorâmicas que dão acesso à paisagem. A decoração, além de contemporânea, é também minimalista, imperando a clássica combinação do preto e do branco, conjugados com materiais e madeiras nobres.


Destaque também para o restaurante, um espaço versátil, que serve gastronomia portuguesa, mas com um toque internacional de requinte para não nos esquecermos que estamos num hotel de uma cadeia internacional. Tem uma ótima luz natural, se bem que à noite esse pormenor é irrelevante e temos sempre a garantia que o rio Douro nos acompanha a refeição, não só pelas janelas como pela maravilhosa esplanada de que o restaurante dispõe, muito útil principalmente nas noites de verão.

Para terminar este capítulo dedicado ao hotel falta-nos referir que os serviços que o hotel oferece são variados, desde receção com funcionamento 24 horas, aluguer de veículos, health club, serviço de banquetes e celebrações, centro de negócios, estacionamento exterior grátis, ligação WiFi à Internet, salões para eventos, ginásio, piscinas (interior e exterior), serviço de lavandaria e limpeza a seco e acessos a pessoas com deficiência.


E, claro, não lhe falta o SPA, com tratamentos corporais e faciais, massagens, sauna, tepidário.


Após a escrita de todo este texto, chego no entanto à conclusão que as fotos que servem de legenda/acompanhamento deste texto fazem um melhor trabalho que eu e expressam de uma forma mais elucidativa as características do hotel.

Como a viagem até ao hotel era curta saímos de casa após o almoço e chegamos ao hotel cerca das 16:00h, após uma paragem para um café com os sogros que fizeram o favor de ficarem com a Sofia enquanto nós estivemos fora.

 
Fizemos os reconhecimentos iniciais e aproveitamos o SPA quase vazio até cerca das 18:30h, altura em que tínhamos marcado uma massagem “Origens”. Como as salas para as sessões de tratamentos e massagens dividem o espaço com a parte grátis do spa, apenas tivemos que mudar de uma sala para outra. Foram 60 minutos de pura descontração acompanhado por um som de música ambiente que convidava a uma hipnose mental. Não foi a melhor massagem que fizemos mas como foi a ultima que fizemos, é a que temos guardada na memória.

Para finalizar o dia como o hotel estava calmo decidimos experimentar o restaurante e acabamos por jantar por ali mesmo.

Ficamos algo surpreendidos pelo facto de a ementa ser a mesma nos dois dias da nossa estadia, o que fez aumentar a nossa vontade de sair no segundo dia para experimentar algo novo e diferente. Mas isso é só para amanha…
Fomos muito bem atendidos no restaurante por 2 funcionários sempre solícitos para algo que fosse necessário, mas sem roçarem a “indelicadeza” de nos estarem sempre a incomodar. Uma das coisas que detesto nas refeições é que nos estejam sempre a interromper a perguntar se está tudo bem, quando por delicadeza não devo dizer que não está, se tal for o caso!

A ementa consistia em algumas opções para casa fase da refeição, desde as entradas até às sobremesas.

As nossas escolhas recaíram nos cogumelos salteados e na alheira como entrada.

 
E para prato principal, decidimos pedir os supremos de frango e os lombinhos de porco.

Sobremesa não comemos pois decidimos ficar apenas pelo café. O custo da refeição foram 45€, o que não sendo uma pechincha não é muito caro para um jantar num hotel.


O resto da nossa noite foi passada a jogar bilhar, uma das atividades que sempre gostamos de fazer antes de casarmos e que revivemos a velha rivalidade entre nós pois a Virgínia nunca gostou de perder, nem que para tal tivesse necessidade de recorrer a um tipo de jogo menos correto. Talvez por isso tenhamos demorado a noite toda “apenas” para realizar 3 jogos. Quem terá ganho? Fica a dúvida no ar…


Acordamos de manha com uma vista fantástica desde a cama e com uma ótima noticia, apesar das previsões não chovia e até éramos brindados com períodos de um sol radioso e quente.

Após o pequeno-almoço decidimos dar uma voltinha pelas redondezas, sempre tendo o rio Douro como referencia, isto é iríamos percorrer as suas margens à procura dos melhores locais para tirar umas fotos e principalmente deixar-nos levar pela ocasião como a agua do rio é levada pela corrente.

A primeira paragem foi num local com um simbolismo um pouco triste, o local onde há alguns anos caiu a ponte em Entre-Os-Rios e atualmente existe um memorial em homenagem às vítimas desse mesmo acidente.

 
Até então bastante desconhecida, a ponte Hintze Ribeiro tornou-se mundialmente conhecida no dia 4 de março de 2001, quando um dos pilares desabou, levando à queda de parte do tabuleiro no rio Douro. A tragédia ocorreu depois de muitos dias de chuva intensa e consequente aumento do caudal e da corrente do rio. Um autocarro e três carros caíram desamparados ao rio e, ao todo, morreram de 59 pessoas. Embora ninguém fosse condenado pelo desastre, este ficou a dever ao excesso de extração de areias e à falta de vistorias e recuperação dos pilares por parte das entidades competentes.

Ficou decidida, pelo Governo de então, a recuperação da Ponte Hintze Ribeiro e a construção de uma travessia nova, nas imediações, de uma réplica da anterior, com estrutura reforçada. A nova ponte foi inaugurada em maio de 2002. Até essa data, as margens foram unidas por um sistema de ferryboats.

No local do acidente, foi erigido um memorial às vítimas da tragédia, que consiste num anjo com 12 metros de altura e 10 toneladas de peso. Da autoria do escultor Laureano Ribatua, é a maior escultura em bronze realizada em Portugal. Esta escultura simboliza também, segundo Paulo Teixeira, na altura Presidente da Câmara de Castelo de Paiva, "a forma como o poder central deve olhar para o interior".


Após esta breve paragem decidimos descer o rio em direção à barragem de Crestuma, sempre na estrada que percorre a margem do Douro. Não me canso de algumas das vistas do rio com que somos brindados enquanto percorremos estas estradas. Habitualmente passo por esta estrada de bicicleta e normalmente sem tempo para parar e apreciar a paisagem, mas desta vez seria diferente…

Onde menos esperamos lá aparecem umas escadas, mesmo sem estarem identificadas que nos levam até ao topo de uma rocha de onde podemos apreciar o rio em toda a sua magnificência.


Atravessamos o rio na barragem para sul e viemos dar a Canedo onde almoçamos num local que não merece referências. Por vezes quando as coisas correm mal, o melhor é nem falar delas e esquecer…

Após o almoço, ficamos com vontade de ir até uma praia fluvial, não para fazer praia é claro mas para perceber o que têm para oferecer pois nunca frequentamos nenhuma.

Fomos até à praia fluvial de Crestuma mesmo junto à barragem de onde pudemos desfrutar de uma vista diferente sobre a mesma.


Já agora, aproveitando para referir alguma coisa sobre a barragem, socorrendo-nos da Wikipédia: “A Barragem de Lever está localizada no distrito do Porto, na bacia hidrográfica do Douro, no rio Douro, em Portugal, sendo a última barragem no Douro antes de atingir a foz. Encontra-se situada na fronteira entre as freguesia de Lever, onde ambas reclamam estar em seu território, dai o nome - Lever. Além do armazenamento de águas e produção de energia elétrica, serve de travessia pedonal e rodoviária para o concelho de Gondomar, na outra margem do rio. Possui uma altura de 65 mts acima da fundação e um comprimento de coroamento de 470 mts. A capacidade instalada de produção de energia elétrica é de 117 MW. A barragem inclui no encontro esquerdo uma eclusa do canal de navegação do Douro, com um comprimento de cerca de 90 mts e uma largura de 12,1 mts, que vence um desnível máximo de 13,9 mts”.

Continuando o nosso caminho, agora já no regresso ao hotel, fomos obrigados a voltar a Canedo, o que fizemos mas por um novo percurso que se veio a revelar uma interminável sucessão de curvas, contracurvas, subidas e descidas, o que fez com que uma viagem de 30 minutos dobra-se o tempo de viagem.


A partir de Canedo o percurso voltou a coincidir com o do dia anterior e já nos era bem familiar pois já por ali passamos varias vezes noutras alturas. A poucos metros de chegar ao hotel lembramo-nos que do cimo do monte de S. Domingos consegue-se ter uma vista quase de 360º de toda a região e que face ao sol que brilhava merecia uma visita para tirar umas fotos.


O Monte de S. Domingos, tal como já referimos, pela sua altitude dá uma amplitude de visão espetacular sobre o rio Douro e toda a sua envolvência. À capela construída em devoção a S. Domingos da Serra, é habitual fazer-se peregrinações a pé de gente de toda a região circundante a Castelo de Paiva, como por exemplo Santa Maria da Feira ou mesmo Arouca etc.

O local dispõe de um parque de merendas numa zona bem ajardinada e agradável.


Desconhece-se a data de fundação do templo que tem como padroeiro São Domingos de Gusmão. Segundo alguns estudiosos, o facto do local ser também conhecido como São Domingos da Queimada deriva do facto do culto ao santo ter-se iniciado em Fontelo, concelho de Armamar, onde existia um santuário dedicado ao santo desde o século XI, e local de importante romaria medieval.

O templo sofreu uma importante remodelação no início do século XX. A romaria de Agosto atrai muitos milhares de romeiros. Durante a noite de 3 para 4, come-se o “bife santo” segundo tradição antiga. No dia 4, realiza-se uma procissão da Capela da Senhora das Amoras até ao templo. De salientar a torre sineira, e a deslumbrante paisagem em altura, com o Rio Douro em fundo.

A torre sineira tem uma particularidade que é a de vários sinos colocados numa torre em ferro de vários tamanhos uns por cima dos outros num local externo à torre da Capela, o que se por lado foge à estética da capela por outro dá um ar diferente ao local.


E finalmente chegamos ao hotel numa altura em que a chuva já tinha feito a sua intromissão nesta escapadinha e passamos o resto da tarde numa desforra da partida de bilhar da noite anterior… e que terminou com o mesmo vencedor, só por curiosidade!

Para jantar, tal como referimos anteriormente decidimos experimentar algo diferente da noite anterior e seguindo as indicações do tripadvisor fomos à procura de um restaurante que ficava perto de Castelo de Paiva. Mas quando chegamos ao local, nada encontramos e como não havia nada à volta, pois era de noite, povoação pequena que com a chuva recolheu-se em casa; decidimos partir para a segunda opção, um restaurante no centro de Castelo de Paiva, que afinal estava fechado. A noite não estava a correr bem…

À terceira lá arranjamos uma churrascaria, a 500 mts do hotel, que apesar de ter aspeto de tasca, foi logo eleita para nos servir o jantar. Não estávamos na disposição de perder mais tempo à procura de restaurante numa zona onde a qualidade da iluminação pública não é a melhor.


A escolha acabou por não ser má pois a qualidade da comida era muito boa e o preço final, apenas 23€.

Comemos bifinhos com cogumelos e bife à cantinho. Apesar da simplicidade com que a comida é servida, despretensiosa até, nota-se que a comida é familiar pois a casa é simples mas com um trato afável para com os clientes. Arrisco dizer que os funcionários são verdadeiros na forma de atender os clientes, e pessoalmente gosto disso.


Não provamos, mas face à quantidade de francesinhas que vimos sair enquanto esperávamos, as mesmas devem ser saborosas. Apenas decidimos não provar pois achamos que vivendo numa zona de francesinha por excelência, as de fora não deverão ser melhores que as nossas!

Regressados ao hotel havia música ao vivo no lobby, que ficamos a apreciar algum tempo até serem horas de regressar ao quarto.

Como quem inventou o ditado que diz que tudo o que é bom acaba depressa, acertou em cheio, lá eram horas de regressar a casa e ao convívio do resto da família, mas não sem antes tomar um bom pequeno-almoço, que inclusive nos deixou sem vontade de almoçar.


Claro que a principal razão para isso acontecer foi a hora tardia que saímos do hotel, pois a hora limite do pequeno-almoço era às 11:00h, mas não me pareceram muito rigorosos nesse facto.



O pequeno-almoço é o esperado numa unidade de quatro estrelas, acrescido de alguns bons produtos regionais (nada desprezível, desde logo, o pão) e miniaturas de bolos que fazem a diferença (então as miniaturas das natas, uma delicia!). De resto, é abundante e variado: vai desde os britânicos ovos mexidos, bacon e cogumelos, ao estilo continental dos iogurtes, frutas e afins como compotas, sumos e pastelaria, com as já referidas miniaturas de pastel de nata, croissants e vários bolos fatiados.


Quase a terminar deixo aqui uma grelha de avaliação do hotel à semelhança do que já fiz com outros hotéis e que constituem a minha opinião sobre os mesmos:

Avaliação

    Localização:                           8/10
    Acessibilidade:                      6/10
    Funcionários:                         7/10
    Limpeza:                                7/10
    Conforto:                               8/10
    Design/Decoração:               9/10
    Pequeno-Almoço:                  7/10
    Relação Qualidade-Preço:    8/10

       Opinião Global:     7/10

 
Para terminar deixo aqui um pequeno video sobre o nosso fim de semana:



Até um dia destes...