domingo, 13 de agosto de 2006

Itália Clássica - 13 Agosto 2006 - Roma



13 Agosto 2006 – Roma


Acordamos cedo para um domingo em que realizaríamos um dos objetivos desta viagem, conhecer o Papa. Ao contrario do que a maioria das pessoas possam pensar não é tão fácil assim estar em Roma e ver o Papa. Aliás a maioria das pessoas não faz pois são poucas as vezes que o sumo pontífice aparece em publico. Mas isso fica para uns parágrafos mais adiante.

A Nortravel para este dia planeou algumas atividades incluídas na viagem e deixou ao critério dos participantes no grupo a visita a Castel Gandolfo, onde fica a residência de férias do Papa.

Começamos o dia por visitar a Basílica San Paolo Fuori le Mura, chamada também de Basílica Papal de São Paulo Extramuros ou Basílica Papal de São Paulo fora dos Muros, é uma das quatro basílicas papais de Roma juntamente com a Basílica de São João de Latrão, a Basílica de Santa Maria Maior e a Basílica de São Pedro e uma das sete igrejas de peregrinação de Roma. É uma das propriedades extra territoriais da Santa Sé em território italiano e fora do Vaticano. Isto significa que o território da basílica é inteiramente parte da Santa Sé e a Itália está legalmente obrigada a reconhecer a soberania papal no local e a conceder-lhe "imunidade concedida pelo Direito Internacional às sedes de agentes diplomáticos de estados estrangeiros".



A Basílica de São Paulo Extramuros ou Basílica de São Paulo Fora dos Muros é a segunda maior (em tamanho) basílica católica de Roma. Localiza-se fora dos Muros Aurelianos e foi construída onde a tradição diz que o apóstolo Paulo foi sepultado; o túmulo se encontra debaixo do altar-mor, conhecido como "altar papal".


A basílica primitiva foi construída por Constantino por causa do grande número de peregrinos que ininterruptamente visitavam o local. Em 385 foi reconstruida completamente numa dimensão muito mais ampla e permaneceu a mesma, com diversas reformas e acréscimos ao longo dos séculos, até o incêndio de 1823 que a destruiu quase que completamente.


Entre 1825 e 1854 a basílica foi reconstruida completamente seguindo as dimensões e a planta da antiga basílica.

Pode ser visitada todos os dias entre as 7h00 e as 18h30 e a entrada é gratuita.

Após a visita à Basílica seguimos em direção a Castel Gandolfo juntamente com as pessoas que optaram por esta excursão facultativa (paga! Não me lembro quanto pagamos!), onde chegamos a meio da manha e rapidamente entramos pois aproximava-se a hora da bênção “Urbi et Orbi”.

O Palácio Papal (ou Palácio Apostólico) de Castel Gandolfo é uma residência papal suburbana que está localizado dentro da zona extraterritorial das Vilas Pontifícias de Castel Gandolfo, a cerca de 20 quilómetros ao sul de Roma.

Construído no alto de uma montanha 426 metros acima do nível do mar, o palácio apostólico, com enormes jardins, é um lugar particularmente fresco no Verão. E o imperador Domiciniano foi o primeiro a dar-se conta disso, por volta do ano 80. O tirano, que matou o próprio irmão e ordenou uma perseguição sangrenta aos primeiros cristãos, mandou construir um castelo no topo das colinas de Alban, a 30 quilómetros de Roma. Começa assim a história da casa dos Papas - que só viria a ganhar o nome em 1200, quando a propriedade foi comprada por uma família de Génova, de apelido “Gandolfi”. Em 1596, o Vaticano comprou-a e manteve a designação.


Com João Paulo II, o palácio inaugurou uma nova fase, centrada no desporto. O Papa praticava ténis na propriedade, jogava à bola com os filhos dos jardineiros e mandou construir uma piscina para se manter em forma. Usava ainda a casa para organizar as famosas “Conversas de Castel Gandolfo”. Karol Wojtiyla convidava teólogos e filósofos para tertúlias privadas e conta-se que não abria a boca durante as sessões. O comportamento invulgar do Papa intrigou muitos dos convidados - que nunca souberam o que escondia o silêncio de João Paulo II. Bento XVI deu continuidade à tradição de convidar personalidades e por lá passaram figuras como Angela Merkel ou Hans Küng, além de embaixadores de países muçulmanos - convidados em 2006, para acalmar os ânimos do mundo islâmico, depois de o Papa ter criticado o Islão no discurso de Ratisbona, na Alemanha. Nesses encontros, Bento XVI estaria longe de imaginar que um dia sairia de cena e se refugiaria em Gandolfo - onde, especula-se, terá tomado a decisão de resignar.

No dia em que visitamos a residência, ou melhor, o exterior da mesma estava repleta de peregrinos das mais variadas idades e nacionalidades que cantavam e davam vivas ao Papa e aos seus países.
Confesso que fiquei todo arrepiado quando ouvi os cumprimentos do Papa Bento XVI aos peregrinos de língua portuguesa.


É uma experiência única…

Enquanto esperávamos pela hora combinada para o regresso a Roma fomos admirar a vista que proporciona o bonito Lago Albano, um pequeno lago com cerca de 6 km2 nos arredores da Residência Papal.

"Aqui tenho tudo, o lago, a montanha e vejo o mar"…

afirmou Bento XVI após tomar posse do palácio, uma frase que o prefeito da cidade gravou em uma placa e colocou numa praça existente no local.


No regresso a Roma paramos num restaurante, incluído no preço da excursão, onde tivemos direito a um almoço italiano com musica e animação enquanto comíamos.

O resto da tarde foi tempo livre onde cada um optou por ver/fazer o que lhe apeteceu.


No nosso caso a partir da Piazza del Popolo fomos deambulando pela cidade, inicialmente em direção à Piazza di Spagna. A Piazza di Spagna, conhecida até o século XVII como Piazza di Francia, com sua famosa escadaria até a igreja Trinità dei Monti, é uma das praças mais famosas de Roma, Itália, localizada no rione Campo Marzio. O seu nome é uma referência ao Palazzo di Spagna, sede da embaixada do Reino da Espanha à Santa Sé.

No centro da praça está a famosa Fontana della Barcaccia, dos primeiros anos do barroco, esculpida por Pedro Bernini e seu filho, o célebre Gian Lorenzo Bernini.


Do lado direito da escadaria está a antiga casa do poeta inglês John Keats, que viveu e morreu no local em 1821, hoje um museu dedicado à sua memória e à de seu amigo Percy Bysshe Shelley, repleta de livros e lembranças do romantismo inglês. Do lado esquerdo, está o famoso Salão de Chá Babington's, fundado em 1893.

Ao lado da via Frattina está o Palazzo di Propaganda Fide, uma das propriedades da Santa Sé em Roma. Em frente à sua fachada, projetada por Bernini (mas realizada por Borromini), está a coluna mariana da Imaculada Conceição, inaugurada dois anos depois da proclamação do dogma (1856).

A monumental escadaria, com 135 degraus, foi inaugurada pelo papa Bento XIII por ocasião do Jubileu de 1725. A obra foi realizada graças ao financiamento dos franceses para interligar a embaixada da Espanha Bourbon à igreja no alto do monte (Trinità dei Monti). Foi projetada por Alessandro Specchi e Francesco De Sanctis depois de gerações de acaloradas discussões sobre como a inclinação íngreme da encosta do Píncio devia ser urbanizada para ligar a praça à igreja. A solução final foi a de Sanctis: uma grandiosa escadaria decorada por diversos terraços-jardins que, na primavera, estariam decoradas por flores. A sumptuosa escadaria aristocrática, na extremidade de uma via que levava até o Tibre, foi desenhada de forma a aumentar seu efeito dramático com a proximidade. Típico da grande arquitetura barroca foi, na realidade, a criação de longas e profundas perspetivas que culminavam em cenas ou fundos de caráter monumental.


A próxima paragem foi no Hard Rock Café para comprar umas lembranças a caminho da Fontana de Trevi, uma das maiores atrações de Roma.


A Fontana di Trevi é a maior (cerca de 26 metros de altura e 20 metros de largura) e mais ambiciosa construção de fontes barrocas da Itália e está localizada no rione Trevi mesmo no centro da cidade de Roma.

A fonte situava-se no cruzamento de três estradas (tre vie), marcando o ponto final do Acqua Vergine, um dos mais antigos aquedutos que abasteciam a cidade de Roma. No ano 19 a.C., supostamente ajudados por uma virgem, técnicos romanos localizaram uma fonte de água pura a pouco mais de 22 quilómetros da cidade (cena representada em escultura na própria fonte, atualmente). A água desta fonte foi levada pelo menor aqueduto de Roma, diretamente para os banheiros de Marco Vipsânio Agripa e serviu a cidade por mais de 400 anos.

O "golpe de misericórdia" desferido pelos invasores godos em Roma foi dado com a destruição dos aquedutos, durante as Guerras Góticas. Os romanos durante a Idade Média tinham de abastecer-se da água de poços poluídos, e da pouco límpida água do rio Tibre, que também recebia os esgotos da cidade.

O antigo costume romano de erguer uma bela fonte ao final de um aqueduto que conduzia a água para a cidade foi reavivado no século XV, com o Renascimento. Em 1453, o papa Nicolau II, determinou que fosse consertado o aqueduto de Acqua Vergine, construindo ao seu final um simples recetáculo para receber a água, num projeto feito pelo arquiteto humanista Leon Battista Alberti.

Em 1629, o papa Urbano VIII achou que a velha fonte era insuficientemente dramática e encomendou a Bernini alguns desenhos, mas quando o papa faleceu o projeto foi abandonado. A última contribuição de Bernini foi reposicionar a fonte para o outro lado da praça a fim de que esta ficasse defronte ao Palácio do Quirinal (assim o papa poderia vê-la e admirá-la de sua janela). Ainda que o projeto de Bernini tenha sido abandonado, existem na fonte muitos detalhes de sua ideia original.

A partir daqui regressamos ao hotel onde jantamos e fomos dormir pois o dia seguinte ia começar muito cedo. Era o dia destinado à visita ao Vaticano e aos seus museus.

Até amanha!


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