sexta-feira, 14 de abril de 2017

Amesterdão - 14 abril 2017 - Parte I


Depois de uma noite dormida à pressa acordamos por volta das 8:00h para aproveitar o nosso primeiro dia completo na cidade.

Eram cerca das 8:30h quando estávamos a descer para experimentar o pequeno-almoço oferecido pelo hotel.


Mais uma vez ficamos agradavelmente surpreendidos com o hotel. O pequeno-almoço servido numa sala relativamente pequena para a quantidade de hóspedes, obrigando alguns deles a utilizarem as mesas existentes no lobby para não esperarem. Nada de mais, até porque existia um aviso espalhado pelo hotel indicando que nesse fim-de-semana previam uma afluência superior à normal a certas horas da manha.



A variedade de comida era razoável e não sendo de certeza o melhor pequeno-almoço que comemos em hotéis, cumpriu perfeitamente a função, pois ninguém ficou insatisfeito.

Inclusive tivemos direito a algumas surpresas, nos dias seguintes. Mas quanto a isso, lá chegaremos.

Terminada a refeição estávamos prontos para partir à descoberta.

Como já referimos anteriormente, optamos por um hotel nos subúrbios sabendo que teríamos de usar os transportes públicos. Caso tivéssemos optado pelo centro da cidade, não necessitaríamos pois a cidade é relativamente pequena, plana e é perfeitamente visitável a pé. Neste contexto, em conjunto com o casal que nos acompanhou decidimos comprar o cartão “I Amsterdam City Card, um cartão existente em inúmeras cidades por esse mundo fora, que inclui transportes, visitas a museus, atrações e oferece alguns descontos. Não estava nos nossos planos iniciais, mas ponderados os gastos/benefícios acho que nos compensou a sua aquisição.

O cartão tem preços diferentes consoante a sua duração. Nós optamos pela versão “92h” que nos custou 87€.

O nosso ponto de partida para cada jornada era a Amsterdam Bijlmer ArenA station, uma estação de metro e comboio que fica mesmo em frente ao hotel.


O nome da estação deriva do facto de esta ser a estação que serve a Arena de Amesterdão, onde joga regularmente o principal clube de futebol da cidade, o Ajax. Inclusive pudemos constatar o estado em que fica o chão da praça junto à estação em dia de jogo, pois durante a nossa estadia aconteceram 2 jogos na referida arena: em vez de tulipas, do chão nasciam latas de cerveja. Lá como cá, todos iguais.

Ora então munidos do nosso cartão lá fomos até ao primeiro piso da estação apanhar o metro (o metro funciona numa linha, o comboio numa linha independente).


A viagem até à estação principal de Amesterdão, a Amsterdam Centraal demorou cerca de 15-20 min e foi aproveitada para acertar agulhas sobre o que íamos visitar neste dia.

Aproveitando para escrever qualquer coisa sobre Amesterdão, não querendo ser nenhuma enciclopédia, nem guia de visitas, socorremo-nos da Wikipédia, que entre outras coisas diz o seguinte (adaptado):

“Amesterdão é a capital e a cidade mais populosa do Reino dos Países Baixos. O seu estatuto de capital holandesa é garantido pela Constituição dos Países Baixos, embora não seja a sede do governo holandês, que fica em Haia. Amesterdão tinha em novembro de 2015, uma população de 833 989 habitantes na cidade propriamente dita, 1 603 531 habitantes na sua área urbana e 2 437 520 habitantes na área metropolitana. A cidade está localizada na província da Holanda do Norte, na parte oeste do país. É composta por grande parte da área norte da Randstad, uma das maiores aglomerações urbanas da Europa, com uma população de aproximadamente 7 milhões de habitantes.

O nome da cidade deriva de Amstelredamme, uma indicação da sua origem como uma represa do rio Amstel. Originária de uma pequena vila de pescadores que surgiu no final do século XII, Amesterdão tornou-se um dos portos mais importantes do mundo durante o Século de Ouro dos Países Baixos (século XVII), como resultado dos seus desenvolvimentos inovadores no comércio. Durante essa época, a cidade era o principal centro financeiro e de diamantes do mundo. Nos séculos XIX e XX a cidade expandiu-se e muitos novos bairros e subúrbios foram construídos. Os canais de Amesterdão e a Linha de Defesa de Amesterdão são considerados Patrimónios Mundiais pela UNESCO.

Como capital comercial dos Países Baixos e um dos principais centros financeiros da Europa, Amesterdão é considerada uma cidade global alfa. A cidade é também a capital cultural do país. Muitas grandes instituições holandesas mantêm suas sedes na cidade e sete das 500 maiores empresas do mundo, incluindo Philips e ING, estão sediadas na capital holandesa. Em 2012, Amesterdão foi classificada como a segunda melhor cidade para se viver pela Economist Intelligence Unit (EIU).”

A estação central de Amesterdão é a porta de entrada na cidade de quase todos os turistas (e locais, também) ao ser o ponto inicial e final de grande parte das linhas de comboio, metro, tram e autocarros que operam na cidade. Nós, não fomos exceção e apenas nesta altura sentimos que estávamos numa cidade diferente. Oportunidade para tirar fotografias, muitas fotografias, como gostamos!


Decidimos para “tomar o pulso” à cidade caminhar desde a praça em frente à estação até a uma das principais praças da cidade, a praça Dam.

Logo nesta altura sentimos que estávamos numa cidade cosmopolita, com uma mistura de culturas e hábitos provenientes dos 4 cantos do mundo e, claro está com muitos turistas, tal a diversidade de línguas que íamos ouvindo.

Infelizmente, para nós a praça Dam estava descaracterizada pois instalaram um parque de diversões que inclusive retirava visibilidade a um dos principais monumentos da cidade, o Palácio Real.

 
A Praça Dam é o coração de Amesterdão. Ao contrário de antigamente, a Praça Dam agora é um lugar calmo que abriga muitos pombos e artistas de rua.

A Praça Dam teve uma história turbulenta. Por volta de 1270, uma represa foi construída neste local no rio Amstel, tornando-se mais tarde uma praça quando o leito do rio foi alterado e este local ficou livre de água. A Praça Dam já foi o mercado central de Amesterdão, onde se vendia qualquer coisa que possamos imaginar.

Também nesta praça fica o Monumento Nacional, que foi inaugurado em 4 de maio de 1956. Foi construído em memória daqueles que morreram durante a Segunda Guerra Mundial. No dia 4 de maio de cada ano, vários dignitários, incluindo representantes da família real, homenageiam nesse local as vítimas da guerra.


Pretendíamos visitar a Nieuwe Kerk, uma das principais igrejas da cidade, mas o nosso cartão apenas dava desconto na entrada e optamos por ver, apenas a parte gratuita da igreja, ou seja a sua entrada.


Praticamente ao lado da Nieuwe Kerk, fomos surpreendidos por um centro comercial que parece um monumento. Desconhecemos se a construção é antiga ou apenas tentaram manter os traços arquitetónicos, mas digam lá o que achavam que isto era, se não existisse a publicidade? Um museu ou um palácio, certamente! Tivemos oportunidade de visitar o interior, mais tarde, por outros motivos. Nessa altura colocaremos aqui algumas fotos desse mesmo interior.


Seguindo caminho fomos visitar um local desconhecido para muitos visitantes da cidade, mas para o qual fomos alertados na preparação da nossa viagem, os jardins escondidos de Begijnhof.

Entramos no espaço através de uma das entradas pela Praça Spui, e encontramos um lugar tranquilo e que parece transportar-nos para uma outra época. O Begijnhof ou Jardim das Beguinas é um espaço inesperado e, para nós, uma das visitas interessantes da cidade, justamente por isso, pela estranheza em encontrar um local como neste em pleno coração da cidade.


Trata-se de um conjunto de casas fundadas, segundo parece, em 1346 para servir de moradia para as beguinas, uma irmandade feminina católica laica, formada por viúvas e solteiras, que se dedicava a trabalhos de caridade junto dos pobres e doentes, sem que para isso precisassem fazer os votos religiosos.

Tal como referimos antes, o mais curioso deste lugar é que andando pelas ruas da cidade nunca iríamos “descobrir” um local como este, pois para lá chegar temos de entrar por uma entrada – que parece a porta de entrada comum de um edifício qualquer, e atravessar um pequeno corredor que nos deixa em pleno Begijnhof.

É usual ver pessoas paradas em frente à referida porta com receio de entrar, pois a sensação que ficamos é que estamos a invadir a casa de alguém. Na realidade até estamos pois vivem pessoas naquelas casas e aqueles são os seus jardins, mas ainda bem que entramos…

Uma vez lá dentro, podemos apreciar algumas das casas mais antigas da cidade, algumas delas são do começo do século XVI. A mais antiga delas é a Houten Huis, ainda com a fachada de madeira original. O facto de esta ter a fachada em madeira torna-a uma raridade pois só existem 2 casas com fachada de madeira em Amesterdão, pois a sua construção foi proibida em 1521 devido ao risco de incêndio.

Além das casas e do jardim, podemos apreciar a Engelse Kerk (fechada a visitas, pelo menos no dia em que lá estivemos), uma igreja do século XV, e a Capela Escondida (casas nº 29 e 30), utilizada durante a perseguição aos católicos, e que não podia ter nada na sua fachada que indicasse ser uma igreja.

Visitamos esta última e de facto ninguém diria que lá dentro encontraríamos uma capela, igual a tantas outras que conhecemos.


Atualmente não existem mais beguinas a viver neste local – a última terá falecido em 1971, mas recomendamos algum recato durante a visita pois, tal como dissemos anteriormente, vivem lá pessoas, pelo que o silêncio é de todo aconselhável para visitar esse oásis de paz e tranquilidade em plena Amesterdão.



Nas traseiras do jardim pudemos encontrar um dos museus que pretendíamos visitar na cidade e que estava incluído no pacote de entradas grátis do cartão “I Amsterdam”, o Museu de Amesterdão!

Quem nos conhece sabe que não somos apreciadores/conhecedores de arte, pelo que este tipo de museus nos atrai muito mais. Contam a história da cidade, da sua vida quotidiana, com aquilo que melhor identificamos no dia-a-dia.

A exposição permanente do museu, chamada Amsterdam DNA danos num curto espaço de tempo uma visão geral sobre a história de Amesterdão.


A visita a este espaço está programada para no espaço de uma hora proporcionar-nos um resumo fascinante da história de Amesterdão.


Com base nos 4 valores fundamentais do empreendedorismo, da liberdade de pensamento, da cidadania e da criatividade pudemos explorar a história da cidade ao longo de sete épocas.


Ainda antes do almoço pretendíamos passar pelo mercado das flores, pelo que tivemos de apressar a saída do museu.

Durante o percurso demos de caras com uma das muitas lojas de venda automática de comida da cadeia Febo. Tínhamos lido que ali podíamos encontrar um croquete típico muito delicioso. Fomos experimentar, se bem que apenas eu comi, pois o restante do grupo limitou-se a observar.


O custo foi um 1,80€ e posso confirmar que são realmente muito bons! e talvez uma ótima escolha para um almoço mais rápido.
E lá chegamos ao mercado flutuante das flores ou Bloemenmarkt, como lhe chamam os locais.

O Mercado de Flores de Amesterdão é uma das mais famosas atrações do canal Singel, no centro do Anel dos Canais identificado pela UNESCO.


O mercado data de 1862, quando os floristas vendiam as suas mercadorias em barcaças no centro da cidade pelo Rio Amstel. Atualmente, o mercado é composto por barcaças fixas, mas não é menos espetacular.

Cada barcaça possui uma cúpula envidraçada no topo, criando uma versão miniatura das estufas que podemos encontrar nos campos, as quais garantem que a Holanda seja uma referência internacional no mercado das flores durante todo o ano.

Podem ser tulipas, narcisos, cravos, violetas, petúnias ou orquídeas, de certeza que aqui encontramos as nossas flores favoritas.

Sejamos realistas, atualmente o mercado funciona mais pela presença dos turistas que propriamente pelo locais, apesar de estes últimos continuarem a comprar flores e plantas neste espaço.

De qualquer forma, achamos interessante a visita e ficámos maravilhados pelas flores que aqui podemos encontrar, principalmente tulipas, é claro, de todas as cores possíveis e imagináveis.

Enquanto procurávamos um local para almoçar demos por nós numa das praças que mais curiosidade tínhamos em visitar, a Rembrandtplein. Não pela praça em si, mas pelo que lá podemos encontrar.


A Rembrandtplein é uma praça cheia de cafés, restaurantes e bares que ficam abertos até de madrugada, sendo um dos locais com mais animação noturna da cidade.

A Rembrandtplein recebeu este nome em homenagem ao famoso pintor holandês Rembrandt e no centro da praça podemos encontrar uma estátua sua.

Mas além da estátua de Rembrandt, nesta praça temos uma escultura especial. À volta da estátua do famoso artista, foi recriada uma cena da sua obra mais famosa: A Ronda Noturna.


Achamos curioso ver uma pintura retratada numa estátua, proporcionando uma imagem 3D da mesma.

Pelos vistos, mais pessoas acharam graça à ideia pois eram muitos os turistas que se acotovelavam para tirarem fotos à estátua, com as agora, famosas selfies à cabeça.

Finalmente encontramos um restaurante para almoçar, na verdade não precisamos de procurar muito, apenas agora era a altura certa.

Almoçamos num restaurante italiano, um dos muitos que existem na cidade, o ideal para um almoço rápido e em que as escolhas foram consensuais.

Diversidade, também é uma palavra que bem caracteriza a gastronomia de Amesterdão. A capital oferece uma variedade enorme de restaurantes que vão desde a cozinha holandesa (se bem que ninguém sabe muito bem o que isso é!), passando pelas tradicionais chinesa/japonesa, argentina, francesa, grandes redes de fast-food, e até opções mais exóticas

Deixamos destaque para os restaurantes argentinos, tal a quantidade deste que encontramos espalhados pela cidade.

As pizzas que escolhemos na San Diego Pizzaria, estavam aceitáveis e pelo preço que pagámos não poderíamos exigir mais!

Como este post já vai longo, achamos melhor fazer aqui uma pausa para recuperar do almoço e continuamos já de seguida!

Até já...


Sem comentários:

Enviar um comentário