28 agosto 2016 – Lago di Garda
Começamos o dia
com um excelente pequeno-almoço servido no hotel. A sala apesar de pequena e
simples apresentava muita variedade de comida. Este facto deixou-nos
verdadeiramente surpreendidos face ao baixo preço que pagamos.
Deixámos
Veneza para trás e começámos o regresso faseado a casa. Não podíamos esquecer
que estávamos a cerca de 2.000 kms de casa e tínhamos de fazer a viagem de
carro com duas crianças. Planeamos então mais dois dias de férias para que o
regresso fosse um pouco mais suave. Cansativo de qualquer forma mas sem o
sofrimento pelo que habitualmente passam os nossos emigrantes na Suíça, França,
Alemanha, etc. que se aventuram a fazer a viagem seguida sem paragens para
descanso.
Os nossos planos
para este dia começavam com uma visita ao Lago di Garda e chegada ao final do
dia a Milão, onde pernoitaríamos.
Saímos de
Mestre, utilizando a auto-estrada para Milão e durante algumas dezenas de
quilómetros pudemos apreciar as paisagens desta região do norte de Itália.
Fomos passando por Pádua, Vicenza até chegarmos a Verona, uma cidade que esteve
no roteiro para visitarmos a caminho do lago. Decidimos não parar e em boa hora
o fizemos pois se tivéssemos parado os nossos planos teriam ido todos por agua
abaixo e não conseguiríamos visitar Milão ao final do dia.
O Lago di Garda
é o maior e mais mediterrânico dos lagos alpinos de Itália, com vilas e
pequenas cidades esculpidas nas suas margens, cada uma com uma beleza e luz
natural diferente. Localizado no norte do país entre as regiões de Trentino,
Veneto e Lombardia, fez parte do Império Austro-húngaro até 1918 e foi palco de
muitos episódios da história italiana.
Existem muitas
maneiras de se conhecer o Lago, consoante a disponibilidade de tempo que se tem
para o fazer. A que escolhemos, devido ao pouco tempo que tínhamos, foi
percorrer as suas margens de carro utilizando as estradas Gardesana Ocidental e
Oriental.
Começamos o
nosso itinerário pela Gardesana Oriental, a estrada que contorna o lago pelo
seu lado mais plano. As vistas que nos proporciona são mais próximas das praias
e do lago em si, permitindo apreciar o lago de uma perspetiva mais baixa
enquanto a estrada ocidental contorna maioritariamente o lago do alto da
montanha, permitindo uma vista sobranceira sobre as águas do lago.
A nossa primeira
paragem foi em Garda, a cidade que dá o nome ao lago. A paragem foi apenas para
tirar algumas fotos e deveu-se em grande parte à vontade de não perder pitada
desta jornada. Não podíamos correr o risco de não parar e depois chegar à
conclusão que a cidade era interessante ou tinha muitos pontos de interesse.
Seguimos viagem
até Assenza, onde almoçamos com muitas paragens pelo caminho para admirar as
pequenas praias sem areia e muitas pedras, é certo mas com a água transparente
ali mesmo ao lado.
A escolha de
Assenza foi fruto do acaso pois estávamos lá parados e como as miúdas estavam
com fome entramos no primeiro restaurante que nos apareceu.
O restaurante escolhido
foi o Ristorante Pizzeria Caprice e as nossas escolhas foram pizza e pasta como
não podia deixar de ser.
A relação
qualidade/preço foi aceitável para o nível de vida italiano e não nos
arrependemos da escolha que fizemos.
Terminado o
almoço decidimos tentar perceber o que havia de interessante naquela pequena
localidade. Rapidamente chegamos à conclusão que os pontos de interesse estavam
mesmo junto ao lago e não nos montes que se estendiam por trás da povoação.
Novamente na
estrada, a nossa paragem seguinte foi em Malcesine, ponto de acesso a uma das
melhores formas de se apreciar o Lago di Garda: desde o cimo do Monte Baldo.
Nesta cidade
pode-se apanhar um teleférico até San Michele (580mts acima nível mar) ou até ao
Monte Baldo, 1760 metros acima do nível do mar e desde qualquer um desses
pontos ter uma vista incrível do lago.
Infelizmente não
tínhamos tempo para subir e em face disso fomos seguindo viagem até à próxima
cidade.
Chegamos a Riva del
Garda, a cidade mais a norte do lago, uma cidade pequena que tal como todas as
existentes nas redondezas vive para e do lago. Fomos brindados com paisagens
impressionantes, uma vez mais.
Aqui deixarmos o
carro num estacionamento, com acesso direto ao centro da cidade, e resolvemos dar
uma voltinha por um dos 2 portos de Riva. A cidade está muito bem servida de
meios para a prática do windsurf, kitesurf e vela. Inclusive muitos campeonatos
importantes de windsurf são realizados aqui em Riva del Garda, aproveitando o
imenso vento que regularmente sopra nesta extremidade norte do Lago di Garda.
As praias são também
bastante movimentadas também, e aqui, em Riva o azul do lago escurece um pouco.
A região norte é a mais profunda do lago, com 350 metros de profundidade o que
cria um efeito mais escuro nas águas devido à menor penetração da luz solar.
Nesta altura
entramos na Gardesana Ocidental, a tal que rasga constantemente a montanha e
onde os túneis se sucedem uns atrás dos outros. Curioso que algumas vezes esses
mesmos túneis estragam literalmente as fotos pois quando pensamos que vamos ter
um bom ângulo para fotografar a paisagem, entramos num túnel e quando saímos a
paisagem já não “existe”.
A Gardesana
Ocidental é uma obra-prima da engenharia, escavada nas rochas, foi inaugurada
em 1931 e batizada com o nome de Meandro, por Gabriele D’Annunzio, poeta
italiano, devido a seu traçado sinuoso e aos seus longos e escuros túneis que alternam
com uma paisagem deslumbrante, tendo como pano de fundo o azul profundo do
lago. Durante os últimos anos da Segunda Guerra Mundial esta estrada foi
fechada, e seus túneis utilizados como abrigos para fábricas de armas,
protegendo-as de eventuais bombardeamentos.
A paragem seguinte
foi em Limone Del Garda, uma linda cidade construída entre as montanhas e o
lago, famosa pelas suas plantações, os jardins de limões, chamados limonaias.
Esta pequena e
tranquila cidade, é enfeitada pelas cores exuberantes das suas flores. Existem também
pequenos restaurantes junto ao Lago, que valem pela linda vista que oferecem.
O Limoncello e
os produtos feitos à base de limão são característicos desta cidade e vendidos
nas lojas de souvenirs, que enfeitam ainda mais as ruelas, tornando o lugar
ainda mais atraente.
A partir daqui
tivemos alguma dificuldade em parar o carro pois a estrada ou era relativamente
estreita ou furava pelo interior da montanha.
Só conseguimos
parar em Salò, que é uma das cidades com mais charme do lago, e com muita
história.
Salò foi a
capital da república social italiana de 1943 a 1945, chamada também de
“República de Salò”, e foi palco dos últimos dias de Mussolini. Quem tiver
algum tempo para desfrutar nesta pequena cidade, pode muito bem ficar hospedado
na Villa onde Mussolini e sua amante ficaram hospedados até à morte daquele.
Nesta altura
demos conta que o nosso tempo estava a escassear e não chegaríamos à hora
prevista a Milão. Optamos por abandonar esta estrada e seguir em direção à autoestrada
que liga Veneza a Milão. Fizemo-lo com muita pena pois ficamos imediatamente
com saudades do lago e das suas paisagens e com muita vontade de regressar um
dia e ficar durante alguns dias.
Apesar de não
existirem grandes empreendimentos hoteleiros, pelo contrário predominam
pequenos hotéis e parques de campismo e caravanismo, a simples existência do
lago proporcionará sempre pontos de interesse e seguramente não faltará o que
fazer.
Mais do que
fazer um texto muito detalhado sobre cada uma das cidades/vilas que rodeiam o
lago esperamos que as fotos façam o trabalho por nós e demonstrem a beleza
natural que existe neste local.
Voltando ao
nosso dia, depois de cerca de 1:30h de condução chegamos finalmente a Milão.
Seriam cerca de 17:30h e ainda teria de dar para dar uma vista de olhos pela cidade
pois não teríamos mais tempo disponível.
Terminamos com um video do nosso dia:
Terminamos com um video do nosso dia:
Mas isso é
assunto para o próximo post.
Até já em Milão.
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