17 agosto 2016 – Calella - Pisa
A nossa
“roadtrip” começou verdadeiramente às 6:00h da manha deste dia. Todas as
tralhas recolocadas nas malas e após o pequeno-almoço iniciamos mais uma etapa
desta nossa viagem. Este dia terminaria muitas horas depois em Pisa, já em
território italiano, depois de, como disse a Beatriz, passarmos por 4 países.
Mas já lá iremos...
O gps
indicava-nos um percurso que nos levaria pelo sul de França até à entrada em
Itália. É precisamente a nossa passagem pela Côte d’Azur que trataremos a
seguir. Claro está que a maioria dos locais falados de seguida foram meros
locais de passagem e pouco vimos dos mesmos. Falaremos dos mesmos para dar
algum contexto e sentido ao texto e sempre que possível documentaremos os
mesmos com as fotos que tiramos. No caso de Saint-Tropez e Antibes as fotos não são nossas pois esquecemo-nos de tirar fotos à medida que íamos andando.
Depois de grande
parte da viagem feita por auto-estrada, passando por perto de Montpellier e
Marselha saímos da mesma em direção a Saint-Tropez, uma das mais famosas
estâncias turísticas do sul de França. Estranho, mas o facto do fotografo ser o condutor explica muito...
Saint-Tropez é
uma cidade costeira que dista cerca de 100 km de Nice (um pouco menos de
Cannes!) e que sem dúvida merece uma visita. A cidade emana um charme provençal
e o glamour da Riviera que atrai os famosos a esta zona está à vista de toda a
gente na cidade, fazendo desta cidade um dos sítios onde toda a gente gostaria
de estar, pelo menos uma vez na vida.
As lojas de luxo
escondidas em prédios pintados de laranja e amarelo, característicos da arquitetura
da zona, as esplanadas pitorescas instaladas nas ruas estreitas, os bares
animados mesmo em frente à marina. Tudo nesta cidade convida a ficar e
desfrutar da cidade, principalmente quando o sol se põe e o dia dá lugar à
noite.
Claro que aqui também
existem as praias, pois..., mas neste caso isso pouco interessa pois estas são
apenas um mero acessório! Claro que, provavelmente, sem praias não havia
famosos e sem estes não haveria o glamour, o charme, o luxo...
A cidade merece
uma visita mais completa, algo como uma ou duas noites e não uma mera passagem
pelo centro como nós fizemos!
Voltamos para
trás para apanhar novamente a auto-estrada até à saída para Antibes, a nossa
próxima paragem.
A costa de
Antibes estende-se entre as cidades de Nice e Cannes e nesta costa ficam
algumas das praias mais bonitas da Riviera francesa, a maioria delas de areia,
pois algumas têm demasiadas pedras para os nossos gostos.
Desde Antibes
seguimos junto ao mar até Nice onde almoçamos. A viagem é curta e cheia de bons
miradouros de onde de pode avistar o mar mediterrâneo. O mar, a principal razão
para escolhermos este itinerário, mais longo mas muito mais bonito que a opção
auto-estrada até ao destino.
Nice é uma
cidade grande, muito maior que as cidades pequenas que visitamos anteriormente,
mas a circulação automóvel é relativamente fácil. O estacionamento é mais
difícil, mas por sorte encontramos um lugar muito bem localizado junto ao Hotel
Negresco.
A cidade de Nice
cativa-nos pela vida agitada da cidade, há sempre gente na rua, nos parques e
nas esplanadas. A toda a hora somos convidados a sentar-nos numa esplanada a
saborear uma bebida bem fresca e a apreciar os veraneantes a caminhar na
promenade.
Por falar em
promenade, não podemos esquecer local mais icónico de Nice, a Promenade des
Anglais, um passeio marítimo que se estende ao longo de toda cidade, com o belo
forte numa das pontas a contemplar a cidade e o Hotel Negresco (o tal onde
estacionamos!), um dos mais antigos da cidade, a conferir uma aura de charme a
quem se passeia por aqui.
Quanto à praia,
vale a pena a visita. O mar é pintado de um azul hipnotizante que convida ao
mergulho, já o “areal”, na realidade não lhe podemos chamar assim pois está
cheio de pedras. Apesar de, durante a época balnear, serem realizados trabalhos
de movimentação do areal de forma a cobrir as praias com um tapete de areia
fina, esqueçam! É de ficar completamente desiludido quem esperava chegar à
praia e tirar os sapatos e dar um mergulho.
Nice foi
daquelas cidades em que ficamos com mais pena de ir embora pois ficamos com a
certeza absoluta que no verão conseguiríamos arranjar motivos para ficar por
aqui uma semana inteira.
Memórias que todos preferíamos não recordar! |
O destino
seguinte seria o Mónaco, e para fazer o trajeto entre estas duas cidades, existem
várias opções, a Basse Corniche, a Moyenne Corniche e a Grand Corniche, sendo que
a primeira estrada faz todo o percurso junto ao mar e as seguintes a meio e
pelo cimo da montanha, respetivamente. Qual escolher?
Pelo que
tínhamos lido na internet, o percurso entre a cidade de Nice e Villefranche sur
Mer merece ser visto da Basse Corniche, pois as vistas desde esta estrada são
as melhores. Após Villefranche sur Mer deveríamos subir até à Moyenne Corniche
pois esta proporcionaria melhores vistas sobre as pequenas cidades costeiras.
Foi o que fizemos e correspondeu completamente às expectativas.
A título de
curiosidade, a Princesa Grace Kelly do Mônaco morreu num acidente de viação, em
1982, precisamente numa das muitas curvas apertadas da Moyenne Corniche.
Uma das
principais localidades que encontramos durante o percurso é precisamente Villefranche
sur Mer a acerca de 8 km de Nice. Esta vila é muito bonita, com as suas casas cor
de laranja a ladear o mar, esplanadas refrescantes onde apetece sentar a ver a
noite chegar e um mar deslumbrante, quente e calmo a imaginar longos serões passados
dentro de água. Não paramos, apenas passamos com o carro, pois o estacionamento
aqui é pouco e muito caro. Preferimos parar num dos muitos miradouros e
apreciar a vista desde um plano superior.
Chegamos
finalmente ao Mónaco, a penúltima paragem programada no nosso percurso e assim
que chegamos...ficamos parados no transito! O trânsito em plena época alta num
local muito frequentado como o Mónaco é caótico. Mas isso são outras contas!
Fazendo costa
com o mar Mediterrâneo, o Principado foi fundado em 1297 pela família Grimaldi,
até hoje sua soberana. Possui, aproximadamente, uma área de 202 hectares e é o
segundo menor Estado do Mundo, logo atrás do Vaticano. Erguido sobre um
penhasco à beira do mar Mediterrâneo, o principado do Mónaco é o mais disputado
e glamouroso “resort” do verão europeu.
Famoso paraíso
fiscal frequentado por turistas, celebridades, pilotos de Fórmula 1 e grandes
fortunas do mundo inteiro, os seus jardins, praias, ruas e sumptuosas
construções repletas de histórias atraem milhares de visitantes, tornando-o no
cenário perfeito de uma região que vive e respira turismo o ano inteiro.
O fascínio e a
atração de Mónaco foram, sem dúvida, marcados pelo casamento do príncipe
Rainier III com a atriz Grace Kelly, em 1956.
A história de
conto de fadas dos príncipes aumentou o interesse de muitos turistas, que
viajam para Mónaco todos os anos à procura de uma experiência única e
emocionante.
Como já
conhecíamos a cidade, aquando do cruzeiro no Costa Concórdia, optamos por não
perder tempo a visitar a catedral e os seus ricos museus. Na verdade o planeado
era parar o carro em algum dos parques de estacionamento (pagos!) da cidade e
dar uma volta a pé pelos jardins próximos do casino e do Hotel de Paris. Isto
era o planeado...a realidade foi bem diferente.
Perdidos nas
filas de trânsito, o gps dava-nos indicações contraditórias e o tempo passava e
cada vez estávamos mais atrasados... Perdi a paciência e decidi que não ficaria
ali muito mais tempo prejudicando a hora de chegada a Pisa. Assim que tivemos
oportunidade seguimos caminho em direção à autoestrada que nos levaria até a
Itália. Para agravar a situação estávamos a ficar sem gasóleo e no Mónaco (e
não só!) a coisa doe! Acho que aqui as bebidas alcoólicas são mais baratas que
os combustíveis!
Como o Mónaco
fica muito perto da fronteira com Itália, lá entramos em Itália e a primeira
coisa que fizemos foi procurar umas bombas de combustível, onde abastecemos a
1,35€/Litro. Ainda nos queixamos...
A partir daqui
não paramos mais, exceto para abastecer combustível e paragem de descanso de
condução. O percurso foi sempre feito em auto-estrada, contornando o mar,
passando próximo de cidades por onde já andamos nos vários cruzeiros que
fizemos por esta região: Savonna, Génova e Livorno.
Chegamos a Pisa,
ao hotel escolhido para servir de base às visitas dos 2 dias seguintes, já
passava das 23:00h e ainda não tínhamos jantado.
O hotel por nós
escolhido alguns meses antes, foi o Hotel Repubblica Marinara.
Uma das
vantagens de viajar de carro é que podemos escolher hotéis mais afastados do centro,
com estacionamento gratuito e com boa qualidade. Tudo isto pelo mesmo preço que
um hotel fraquinho no centro das cidades. Foi o que se passou neste caso. O
hotel é um 4*, tem um conforto muito bom, quartos enormes, casas de banho
excelentemente equipadas, limpeza impecável. Preço: 95€/noite para 4 pessoas.
Como a hora já
era tardia e felizmente para nós o restaurante do hotel ainda estava a
funcionar, jantamos mesmo ali. Não foi a refeição mais barata, nem a melhor mas
estava ali mesmo à mão.
A comida que
pedimos foram massas e a opinião generalizada é que não estavam nada de
especial.
No caso da Carbonnara,
o seu sabor era demasiado forte para o que estamos habituados. O facto de ser
feita com bacon em vez de fiambre como estamos habituados fez com que se
notasse muito mais o sabor da gordura usada. Não começávamos bem no que toca à
comida e logo com massas que deviam ser a especialidade de Itália.
Pagamos cerca de
46€, valor talvez excessivo para a qualidade da comida, mas barato para a
realidade italiana.
E com isto fomos
dormir pois teríamos de acordar cedo para visitarmos um dos locais que mais
expectativas nos criavam: Cinque Terre!
Até amanha!
P.S. - Lembram-se do comentário da Beatriz sobre o passarmos por 4 países no mesmo dia? É verdade, saímos de Espanha, passamos por França, fomos ao Mónaco e acabamos o dia em Itália. Afinal ela tinha razão!
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