domingo, 1 de abril de 2018

1 abril 2018 – Viena


Por coincidências do destino, o dia 1 de abril, tradicional dia das mentiras, neste ano de 2018 coincidiu com o dia de Páscoa! Como a nossa viagem nada teve de mentira, vamos lá então contar as nossas peripécias deste dia, continuando na bonita cidade de Viena.

Começamos o nosso dia com um pequeno almoço especial de Páscoa, pois fomos brindados com os coelhinhos de chocolate (que mais tarde a Sofia chamou “um figo!”) e fomos até ao centro da cidade. O dia começava com um dos locais mais ansiados pela Beatriz, o Museu de Sissi, juntamente com o complexo Hofburg!


Dominando o centro de Viena, o Hofburg é um complexo gigante de edifícios assimétricos que foram construídos ao longo do tempo, somando mais de 240 mil metros quadrados e 2,6 mil aposentos. Durante 600 anos, foi a residência dos Hofburgs, soberanos austríacos que reinaram do século 13 até o fim da monarquia, em 1918. A partir de então, tornou-se o centro político da República da Áustria, sendo sede dos os escritórios do presidente, ministros e secretários de estado, além de diversos museus. Cerca de 5 mil pessoas trabalham no Hofburg atualmente.

O Hofburg é paragem obrigatória e uma importante introdução ao mundo dos Hofburgs, uma das mais importantes dinastias da Europa. Praticamente todas as atrações de Viena giram em torno dos Habsburgs. Para muitos, o membro mais famoso talvez seja a Sissi (1837 – 1898), como era chamada a imperatriz Elizabeth da Áustria, esposa do imperador Francisco José I.

O passeio pelo complexo Hofburg (vamos chamar-lhe assim!) permite conhecer os aposentos imperiais, a coleção de prataria da corte e o Museu Sissi, que é sem dúvida o ponto alto do programa.


Confessamos que até então tudo o que sabíamos sobre Sissi se baseava nos filmes da trilogia de Hollywood, lançada na década de 50. Nestes filmes, Sissi é retratada como uma jovem feliz e extrovertida, que amava o seu marido. Foi um choque conhecer a verdade por trás do mito e este é justamente o objetivo da exposição, aberta ao público em 1994.

Sissi, na verdade, foi uma mulher muito infeliz, obcecada pela beleza. Reconhecida como a mulher mais bela do seu tempo, a imperatriz vivia fazendo dietas malucas e gastava duas horas do dia apenas para pentear os cabelos, que chegavam aos seus pés. Teve quatro filhos, sendo que a primeira morreu com apenas dois anos e o seu único filho, que seria o herdeiro do trono, suicidou-se aos 31 anos juntamente com a amante de 17 anos, após uma vida totalmente desregrada.

A morte do filho acentuou o estado já depressivo de Sissi, que vivia solitária e avessa às obrigações de imperatriz. Vivia permanentemente em viagem e adotava práticas alimentares cada vez mais agressivas, enquanto o seu marido trabalhava de manhã até ao anoitecer, sendo descrito como um verdadeiro “workaholic”. Sissi não se dava bem com a sogra, a arquiduquesa Sofia, e era mal vista na corte pela sua preferência pela Hungria. Durante todo o seu reinado, o seu único interesse político foi a assinatura do acordo austro-húngaro, que foi firmado em 1867, tornando Sissi a rainha da Hungria.

A vida infeliz de Sissi teve um fim trágico. Em 1898, durante uma viagem a Genebra, na Suíça, um anarquista italiano acertou-lhe no peito com um fino estilete. Sissi faleceu horas depois. Ao saber da morte da esposa, Francisco José I afirmou: “Vocês não sabem o quanto amei esta mulher”. Ao visitar o escritório do imperador, realmente não duvidamos do amor que ele sentia pela esposa. Retratos de Sissi estão espalhados por toda a parte.

Os bilhetes para o ingresso no Museu Sissi, a Coleção de Prataria e os Aposentos Imperiais custa cerca de 13 Euros, com áudio guia incluído, e a entrada é feita pela Michaelerplatz.


Mais uma vez temos restrições às fotos, sendo apenas permitido fotografar a parte da exposição das pratas! Nos apartamentos reais, onde fica efetivamente o Museu da Sissi é totalmente vedado, pelo que cumprimos as regras e não fotografamos. Se tiverem curiosidade, basta pesquisas no Google que não faltam fotos “clandestinas”!

Após a visita ao museu partimos em direção a outro ponto da cidade, vantagem de Viena ter uma rede de transportes públicos extremamente eficiente, para visitar uma igreja que impressiona quem a observa: a Igreja de São Carlos Borromeu (Karlskirche, em alemão!).

Durante a epidemia da peste de 1713, o Imperador Carlos VI prometeu ao povo que, quando a cidade fosse liberada da doença, construiria um templo dedicado a São Carlos Borromeu, padroeiro da luta contra a peste.

A construção da igreja foi um processo lento que só terminou 25 anos depois.
 



Provavelmente o que mais chama à atenção ao ver a igreja são as duas colunas do exterior, inspiradas na Coluna de Trajano de Roma, com uma decoração em espiral que representa cenas da vida de São Carlos Borromeu.


A Igreja de São Carlos Borromeu é uma das igrejas mais interessantes da cidade. Embora se possa subir na cúpula para vê-la de perto, atualmente e devido às obras, não nos parece muito recomendado, já que a estrutura temporária de andaimes é pouco estável e a vista não vale tanto a pena.

E como eram horas de almoçar, tínhamos ali mesmo ao lado um dos mercados mais famosos de Viena, o Naschmarkt, onde podemos encontrar produtos mais ou menos tradicionais, dizemos mais ou menos tradicionais, pois com o turismo tudo se transforma e este mercado já não é nada do que era há alguns anos atrás!

Isto era muito bem pensado e planeado, se o mercado estivesse aberto! Nem uma única banca, um único restaurante, fosse o que fosse estava aberto para amostra! Lá tivemos de ir procurar outro local com a promessa de voltar no dia seguinte para visitar o mercado.

Felizmente não tivemos de caminhar muito, pois ao lado do mercado encontramos uma “tasca austríaca”, onde decidimos almoçar. Infelizmente não decoramos o nome e não conseguimos encontrar na internet.

De qualquer forma, uma excelente opção mesmo em frente ao Naschmarkt!


Após o almoço e já no regresso ao centro da cidade vimos uma fila enorme junto a um edifício, que verificamos ser o Museu da Cidade de Viena. A justificação para a fila era o facto da entrada ser grátis no primeiro domingo do mês!

Não estava nos planos, mas já que era grátis decidimos esperar e visitar. Ainda esperamos cerca de 30 min pois o fluxo de entradas era controlado consoante as saídas.

O Museu da Cidade de Viena (Wien Museum) é composto por um grande número de museus divididos por toda a cidade, entre os quais se destacam o Museu do Relógio e algumas casas transformadas em museu que pertenceram aos grandes mestres da música: Beethoven, Mozart, Schubert e Hadyn.

Um dos museus mais conhecidos dos que fazem parte do Wien Museum é o Wien Museum Karlsplatz, que foi o que visitamos.

Situado nos arredores da Igreja de São Carlos Borromeu, o Wien Museum Karlsplatz é o edifício principal da coleção do Wien Museum.

O museu é uma mistura de história e arte dividida em três andares, começando pelo térreo, onde estão exposições desde o ano 5600 a.C. até 1.500 d.C.

A exposição começa com alguns ossos e restos pré-históricos e continua com o período paleolítico, quando caçadores viviam nos arredores de Viena.  Depois de percorrer Viena em tempos romanos, pode-se ver uma exposição de objetos procedentes da Catedral de São Estevão, como algumas estátuas e vitrais.


No primeiro andar estão as exposições sobre Viena desde o ano 1500 até 1815, formadas por diversos quadros do Renascimento e do Barroco, além de uma coleção de armas e armaduras procedentes das Guerras Napoleónicas.

 
No segundo andar há uma grande maqueta de Viena, além de uma reconstrução do quarto de Adolf Loos, pioneiro da arquitetura moderna.


O Wien Museum Karlsplatz é um lugar agradável onde conhecer de um modo ameno o passado da cidade de Viena, compreendendo melhor seu presente e futuro, mas ficamos um pouco desiludidos com o que encontramos no museu, pois tínhamos como referência outros museus dedicados à história de grandes cidades como Londres, Nova Iorque, Amesterdão e todos eles têm muito mais qualidade que este.

Regressamos ao centro da cidade, i.e. ao bairro dos museus e como ainda era cedo a Beatriz pediu para visitarmos o Museu de História Natural (Naturhistorisches Museum Wien, em alemão! ) e como não se nega um pedido a uma filha, lá fomos nós!

Situado no bairro dos museus, o Museu de História Natural possui exposições através das quais é possível observar a diversidade da natureza e viajar através da história do nosso planeta para conhecê-lo melhor.


O edifício do museu, inaugurado em 1889, com um aspeto igual ao Museu de História da Arte localizado mesmo em frente, abriga mais de 20 milhões de objetos.

As exposições do museu dividem-se em 2 andares: no térreo está a melhor coleção da Europa de minerais e pedras preciosas, além de coleções sobre a escultura pré-histórica, a evolução do homem e grandes descobertas paleontológicas.


No andar superior há uma imensa coleção de animais dissecados, muitos deles já extintos, além das exposições temporárias. Entre os objetos a destacar no museu está a Venus de Willendorf, uma estátua da fertilidade que tem mais de 24.000 anos.

Também é interessante admirar a vaca marinha de Steller, um animal que se extinguiu há mais de 200 anos, ou os enormes esqueletos de dinossauros.


O museu é engraçado e semelhante a todos os outros que existem por esse mundo fora! Não é visita obrigatória mas caso nunca tenham visitado outro Museu de História Natural é uma boa opção.

Mais uma vez viemos lanchar ao hotel, até porque ainda tínhamos algum tempo para uma atividade surpresa que se seguia.

A Virgínia quis proporcionar à Beatriz uma viagem no tempo! Através de uma experiência 5D, viajaríamos no tempo para um percurso pela história de Viena! A ideia pareceu-me engraçada e marcamos, já em Viena, com a empresa Time Travel –Vienna . O preço para os 3 foram 43,60€!


A experiência tem tudo para ser um sucesso fantástico, mas num pormenor ou noutro fica um pouco monótona! A viagem 5D é muito divertida, mas o “teatro” com os Hofburg, o abrigo antiaéreo, etc deixa um pouco a desejar.

Termina com um típico passeio de cavalo pelas atrações da cidade de Viena.

Valeu por ser uma coisa diferente do que estamos habituados a experimentar.

Como o dia já ia longo, jantamos uma pizzas num restaurante a caminho da estação do metro e regressamos ao hotel para preparar as malas pois regressávamos a Portugal no dia seguinte. Apenas à noite, por isso ainda podíamos aproveitar mais alguma coisa da cidade.

Até amanha..


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