segunda-feira, 26 de agosto de 2013

Mediterrâneo Ocidental – NCL Epíc – Navegação


Dia 26 Agosto 2013 – Navegação

 Depois de deixarmos Barcelona para trás tínhamos agora um dia inteiro de navegação por entre o estreito de Bonifácio que terminaria apenas no dia seguinte em Nápoles. Nada como um pequeno-almoço tranquilo em dia de navegação pois a maioria dos hóspedes acordam tarde e normalmente tomo o pequeno-almoço quase sozinho.

 

No final do pequeno-almoço a caminho do camarote ainda tirei umas fotos, com o navio quase deserto.

A parede de escalada (ainda não foi desta que experimentei! Tenho de voltar!!!!!)
 

A zona de adultos Spice H2O:

O complexo desportivo:

Um pequeno-almoço mais calmo para quem o desejar, no Spice H2O:

O mercado, onde regularmente realizavam umas vendas de artigos em promoção:

 Mais algumas do Aqua Park:

 

O Daily para este dia era o seguinte:

 

Tal como tenho sempre referido não gosto dos dias de navegação, pois normalmente existem muitas atividades mas a maioria não me atrai minimamente, acredito que existam interessados senão essas atividades não eram apresentadas. Sendo certo que num navio como o Epic é bem mais fácil arranjar alguma coisa interessante para fazer também é seguro que com todos os hóspedes a bordo haverá algumas atividades mais concorridas e onde se notará um afluxo maior de passageiros.

Esta questão do afluxo de passageiros leva-me a um tema muito recorrente quando se fala do NCL Epic, o subdimensionamento das suas piscinas!

Concordo com os que o afirmam pois é inegável que, principalmente em dias de navegação a zona das piscinas fica lotada, mas na minha opinião esse nem é o maior dos problemas, pois se as piscinas fossem utilizadas por adultos e/ou crianças bem-educadas até se conseguia estar naquela zona. Mas não é o que acontece, pois são imensas as crianças com mais ou menos idade que estando na zona das piscinas se divertem fazendo a vida negra a quem, como eu, apenas pretende usar a piscina. Desde ser molhado com os jatos de agua que são desviados da sua “rota”, ser pisado, ser empurrado, levar com alguém em cima que se atirou para a piscina, apesar de tal ser proibido, etc., de tudo se encontra nas piscinas do Epic, mas também se encontra em qualquer outro navio, por isso isto é uma falsa questão.

Não gostei, mas apesar de também culpar a NCL pela má construção do navio, culpo muito mais a falta de educação e postura da maioria das crianças a bordo. Os exemplos vêm de cima de certeza absoluta!

Para ultrapassar esta situação, apenas usamos as piscinas neste dia para as experimentar pois era a primeira oportunidade que tínhamos para o fazer. A verdadeira diversão estava ainda para vir.

Para este dia, tal como referido no dia de ontem, programei uma visita aos bastidores do navio. Em alguns navios esta visita está reservada a convidados especiais, nomeadamente os hóspedes das suites, mas no Epic é vendido um “Behind The Scenes Tour” a realizar na manha do dia de navegação. Apenas é anunciado no “daily” do dia do embarque, sem mencionar preços. Não foi novidade para mim o preço cobrado pela NCL pela visita pois já tinha lido em vários fóruns o seu preço, 50USD. Acho caro, mas para quem gosta destas coisas vale mais que uma garrafa de vinho do Chile!!! e é bem mais barato!

O convite mencionava quais as zonas a visitar e avisava que algumas delas poderiam ser frias, não pensei é que fossem tanto!!!

O ponto de encontro era junto à entrada do “Spiegel tent” e à hora marcada lá estava para juntamente com alguns hóspedes (poucos) fazermos a visita. Fomos recebidos pelo responsável do apoio ao cliente (brasileiro!) e acompanhados em permanência por dois funcionários da NCL, um da área em questão e outro do “guest service” para as traduções, quando necessárias e para o “no pictures!!!!” constantemente repetido. Questionei o porquê de não serem permitidas fotos em alguns locais menos problemáticos e responderam-me que eram regras da companhia e que andávamos por locais com muito material sensível que não poderia ser filmado, nem fotografado.

A visita começou pelos bastidores do “Epic Theather” onde ficamos a saber algumas curiosidades sobre a vida dos artistas a bordo, seus contratos, suas obrigações, etc. De seguida fomos recebidos por um dos subchefes de cozinha, na galley da “Spiegel tent” onde já preparavam o nosso jantar dessa mesma noite.

Avançando fomos guiados sucessivamente, pela padaria, pastelaria, aprovisionamento, lavandaria, departamento de reciclagem e ambiente e terminamos na sala adjacente à ponte de comando. Foi uma visita interessante e esclarecedora pois todas as questões colocadas foram prontamente respondidas e sempre com um sorriso nos lábios.

Algumas fotos da sala de observação da ponte de comando tiradas mais tarde:

 
 
  
Ao fim de cerca de duas horas a visita terminou, mas fiquei pela sala de observação da ponte para tirar umas fotos, na companhia de um mapa autografado pelo comandante que foi sorteado pelos participantes na visita.


Com base no dossier que nos forneceram para a visita, faço de seguida um pequeno resumo sobre o Epic.

O Epic é um dos navios da Norwegian Cruise Line construídos sobre as linhas orientados do Projeto F3 pelos estaleiros STX Europe Chantiers de l'Atlantique - Saint-Nazaire.

Ainda hoje é o terceiro maior navio de cruzeiro do mundo.

Inicialmente foram encomendados pela NCL em Novembro de 2006, 2 navios com opção por um terceiro que não foi exercida. Um desentendimento entre a NCL e os estaleiros resultou num impasse na construção dos navios, até que chegaram a um novo entendimento e o Epic pode finalmente ser construído. Neste novo entendimento, em 2008, decidiram que o primeiro navio seria construído e o segundo seria cancelado, tendo o Epic sido entregue à NCL em 17 de Junho de 2010.

 Depois de passar os testes de mar e aceite pela companhia, o Epic faz a sua viagem inaugural a 24 de Junho de 2010 com saída de Southampton e destino a Nova Iorque, onde chega a 1 de Julho. Foi o maior navio a atracar no terminal de cruzeiros de Nova Iorque.

 O Epic ultrapassa os navios da classe Jewel como o maior navio da frota por quase 60.000 Ton. Tal como referido anteriormente o Epic representa a "terceira geração" dos cruzeiros Freestyle e permite à NCL ter um navio na chamada "mega-class" na disputa com os seus concorrentes Royal Caribbean e Carnival, apesar de mesmo assim ficar abaixo 32% da capacidade dos 2 navios maiores, o Oásis Of The Seas (de boa memória, para mim!) e Allure Of The Seas da Royal Caribbean International.

 O navio possui 4100 cabines, com todas as exteriores a terem varanda e foi pioneiro na introdução de estúdios interiores para passageiros sozinhos. O navio inclusive possui uma zona específica para viajantes solitários permitindo-lhes socializar entre eles.

O Epic possui um Aqua Park único nos mares, com o maior escorrega aquático e o único com aquela forma de funil a meio. O navio também tem uma parede de rapel e duas pistas de bowling com 3 pistas cada.

O único bar de gelo em navios encontra-se no Epic, sendo a sua temperatura interior de cerca de -10°C  e as suas bebidas são servidas em copos de gelo.

Agora as curiosidades sobre o Epic:

* O Epic gastou na sua construção cerca de 35 milhões de quilos de aço. É o equivalente ao gasto em 28.000 carros de gama média. Mais 30 milhões foram adicionados ao navio em equipamento.
* Os cabos elétricos cobririam 2.958 kms se fossem esticados.
* Possui o maior ecrã de televisão exterior no mar com 8,2 mts de diâmetro.
* Possui o maior candeeiro Led de cristal alguma vez projetado, sobre o restaurante Taste
* Os 1.700 tripulantes são de 70 nacionalidades diferentes

Eis a lista de compras da nossa viagem:

* 907 kgs de cereais
* 1.630 kgs de manteiga
* 680 Kgs de massas
* 2.500 Kgs de queijo
* 17.230  Kgs de fruta fresca
* 1.770 kgs de açúcar
* 72.200 ovos
* 3.950 Kgs de peixe
* 500 Kgs de vitela
* 500 Kgs de lagosta
* 6.350 Kgs aves
* 6.803 Kgs de carne
Etc.

O almoço foi no “Garden Café”, apesar do “Taste”, restaurante à carta estar aberto por ser dia de navegação. Essa é uma das diferenças da NCL (pelo menos do Epic) para outras companhias, ao almoço apenas existe a possibilidade de se almoçar à carta no dia de embarque e no dia de navegação. Este facto veio alterar um pouco os nossos hábitos mas nada que se possa considerar relevante. O Garden Café estava aquela hora calmissimo, não faltando mesas para nos sentar-mos. Escolhemos uam junto à janela para podermos apreciar a navegação por entre a Sardenha e a Corsega.



Após o almoço, oportunidade para visitar (apenas isso!) o ginásio que tal como tinha lido é gigantesco sendo, suponho eu, o maior de navios de cruzeiro.


Após a visita ao ginásio, decidi dar uma nova vista de olhos pelo navio, mas propriamente pelos seus restaurantes.

A NCL foi pioneira no conceito de Freestyle dinner ( isto é, comer quando quiser com quem quiser e onde quiser ) , e no Epic este conceito é levado a um novo nível. Provavelmente terá de pagar um pouco mais (ou muito, dependendo da perspetiva) para usar os restaurantes de especialidade a bordo.

Considerando que a maioria dos mega- navios dispõem de uma enorme sala de jantar ostentosa onde hospedes que não se conheciam antes partilham grandes mesas sob candeeiros brilhantes, o Epic vai noutra direção. O máximo que podemos encontrar é a sala do “Manhattan Restaurant” com capacidade para 592 lugares, com uma decoração Art Deco com janelas gigantescas de dois andares com vista para a popa e uma pista de dança impecavelmente polida, onde para cativar os hóspedes “madrugadores” é apresentada música ao vivo às 19:30h. É uma sala muito bonita mas com um serviço um pouco lento, segundo me foi dito pelo facto de partilharem a galley com o “Taste” no piso de baixo e os empregados terem constantemente de recorrer às escadas rolantes para trazer a comida. Como o menu é igual nos 2 restaurantes e gostamos mais da atmosfera do Manhattan, este foi o nosso “eleito”.


O “Taste” é o outro restaurante à carta localizado num piso inferior em relação ao “Manhattan” e a sua única diferença é não permitirem a entrada a hóspedes de calções. É uma sala muito agradável e maior do que parece à primeira vista. Jantamos aqui por 2 ou 3 vezes e o serviço foi sempre positivo.


Já agora, aproveito para referir que a ementa dos restaurantes principais é a mesma todos os dias, variando alguns itens relacionados com o pais onde o Epic se encontra. Em determinadas situações o facto de a ementa não variar muito pode ser problemático, mas no geral dá para ir variando ao longo da semana sem cansar. Um reparo específico, a generalidade das entradas era picante e a minha esposa teve alguma dificuldade em escolher as entradas, nada que com algumas trocas entre nós não tenha sido resolvido.

Menos sofisticado e mais divertido é “O'Sheehan”, um novo conceito da NCL, ao estilo Pub Irlandês, aberto 24 horas com uma extensa pista de bowling, com mesas de madeira escura e vitrais. Aqui são servidos pratos com comida de pub, desde o pequeno-almoço (ovos mexidos, omeletes) e pratos tipicamente americanos, como asas frango, hambúrgueres, “fish and ships” (este mais inglês!). É uma ótima opção para quem quer comer fora de horas.


Ainda assim, segundo os comentários que ouvi as opções grátis não chegam sequer aos calcanhares da qualidade oferecida nos restaurantes de especialidades. O “Shanghai”, um restaurante chinês compacto apenas aberto ao jantar mediante um pagamento de 15USD por pessoa. Decorado em vermelhos profundos e verdes este restaurante possui um encante especial, pelo menos para mim.


Para os amantes de carne e outros desejos carnívoros, existe a “Moderno Churrascaria” ao estilo restaurante brasileiro de rodizio onde por 20USD se pode comer o quanto se quiser (e puder!!!). Partilha o espaço com o “Cagney” um restaurante especializado em carne, muito ao jeito americano, por 25USD por pessoa. Ambos os restaurantes são aconselhados para quem comer muito e preferencialmente deve-se ir com fome.


Segundo os entendidos, muito bem-sucedido é o restaurante francês “Le Bistro” que por 20USD por pessoa “promete” um serviço de luxo. O serviço “francês” é delicioso sendo com classe numa sala adornada com esculturas, flores e pinturas.


Para os amantes do romantismo italiano, temos o “La Cucina”, um restaurante ao estilo italiano, mas pouco, por baixo do “Garden Café” é uma agradável surpresa . O restaurante proporciona umas vistas fantásticas, ambiente tranquilo com muito espaço entre mesas, um bom serviço a um preço relativamente baixo, 15USD/pax.


A proa do Epic vista do "La Cucina", com um intruso a bordo:

Outra opção para aumentar a conta final a pagar é o exótico “Wasabi”, restaurante asiático com cadeiras altas, balcões altos e com um bom menu de sushi e sashimi. É um restaurante à carta onde o pagamento é feito pelo que se come e não um preço fixo por pessoa.

 

Mais arrojado é o “Teppanyaki” que ou se gosta ou se odeia , dependendo da nossa tolerância ao jogo das facas efetuado por um chefe num grill em frente à mesa do passageiro. O preço é de 25USD/pax e eu não tenho a certeza se o pagamento é para a comida ou para o entretenimento.

 

Uma opção a não descurar é a pizza 24horas anunciada por todo o lado no navio. É impossível passar ao lado desta oferta, mesmo que o queira. Foi-me dito que o preço de 5USD por pedido é apenas para controlar os desperdícios e vale cada cêntimo que se paga, pois é entregue em qualquer parte do navio e saborosa, ao contrário das pizzas normalmente servidas a bordo de alguns navios (assim à memoria vêm-me as pizzas da Costa!!!).

Uma passagem rápida pela piscina, porque às 17:00h chegava um dos momentos mais esperados pela Beatriz, o encontro com o Bob Esponja.


Ainda havia muito para ver e fazer neste dia de navegação, desmentindo um pouco a minha opinião. Ainda havia para ver a apresentação do Capitão e Oficiais, seguida pela fotografia da praxe, que eu tiro sempre pois é sempre uma recordação.

  
No que toca à noite, esta era a “Norwegian’s Night Out”, que é a noite de gala informal da NCL, isto é, como não existe uma noite formal a bordo, esta noite é utilizada por aqueles que se querem vestir melhor, dai o lema para esta noite é “Dress Up..Or Not”.

Nós, aproveitamos esta noite para marcar o espetáculo/jantar “Cirque Dreams and Dinner”, que no fundo é um jantar ao mesmo tempo que vai havendo a atuação de um circo semelhante ao “Cirque du Soleil”, com malabarismos, trapezistas, equilibristas, e muitos momentos de boa disposição com algumas atuações cómicas. O espetáculo é pago e o preço varia consoante a localização da mesa onde jantamos. As mesas premium são as que têm melhor visibilidade custam 39,99USD/pax, as standard custam 29,99USD/pax. Optamos pelas standard e pessoalmente não me arrependo da escolha pois apesar de em certas alturas não ver o que estava a ser feito pelos artistas, na generalidade pudemos assistir ao espetáculo sem problemas e sempre poupei 30USD.


Neste jantar, o Pedro Oruguela e esposa, Isabel fizeram o favor de nos acompanhar o que fez com que o jantar fosse ainda mais divertido pois fomos conversando durante o mesmo.

Findo o espetáculo, as meninas recolheram ao camarote pois já eram horas das crianças dormirem e eu aproveitei para fazer um raid fotográfico noturno, apesar do Epic não ser “fotogénico”.


Ainda cheguei a tempo de fotografar o intruso que encontramos no camarote.


Também tinhamos colocado no camarote o berço que pedimos e prontamente foi colocado pelo camareiro:

e o kit da Nicklodeon, que comprei ainda em Portugal:

Amanha, primeira escala do Epic em Nápoles com uma visita à bonita ilha de Capri!!!

Mas isso é só amanha, agora temos de dormir…

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