sábado, 14 de fevereiro de 2015

São Valentim nas Termas de Monfortinho - 14 Fevereiro 2015



14 de fevereiro de 2015 - São Valentim nas Termas de Monfortinho

Contrariando uma convicção que sempre tivemos presente de não aderir à moda dos programas de São Valentim, já que os mesmos são caros, ponto!


Existe um aproveitamento excessivo da data e o preço é inflacionado de uma forma que consideramos inaceitável. A única forma de "protesto" contra esta situação era não comprar!


No entanto, tudo na vida muda e as vontades não fogem à regra. Apesar de continuar a não concordar com os preços praticados, nestes últimos dois anos o dia de São Valentim coincidiu com o fim de semana e fica sempre difícil não pensar em algum tempo livre de qualidade com a cara metade longe de toda a confusão da nossa casa no dia a dia.


Como não gostamos de repetir destinos, se no ano anterior fomos até à Régua, este ano decidimos com alguma loucura marcar o fim de semana nas Termas de Monfortinho, que "apenas" fica a cerca de 300kms de Santa Maria da Feira.


Aproveitamos o programa especial de São Valentim do Hotel Fonte Santa e no próprio dia de São Valentim, sábado, saímos bem cedinho com destino ao hotel.

Controlamos pelo GPS a hora de chegada, com a paragem para almoço e fomos nas calmas, porque ao preço que o combustível está não podemos andar com muitas pressas.


Apanhamos a A25 até à Guarda depois a A23 saindo no Fundão e por ai adiante até pararmos em Penha Garcia, Idanha a Nova para almoçarmos.


Confesso que não foi planeado e simplesmente foi o que apareceu com um aspeto razoável por volta da hora de almoço. Fizemos quilómetros atrás de quilómetros sem aparecer nenhum restaurante junto à estrada, reflexos da desertificação do nosso interior, por isso quando finalmente apareceu um restaurante que já tinha alguns carros estacionados no parque de estacionamento nem hesitamos e em boa hora o fizemos pois a comida surpreendeu pela positiva.

 
O restaurante escolhido foi "O Raiano" e as opções eram quase todas relacionadas com comida da região com uma predominância de enchidos e carne de porco.


A minha escolha recaiu num misto de carnes raianas e apenas tenho a apontar o excessivo uso de condimentos que normalmente me deixam um pouco indisposto e que desta vez não foi exceção.



No final da refeição, como já estávamos perto do hotel rapidamente chegamos ao nosso destino e como tínhamos reservado uma massagem Ayurvédica a dois no Spa do hotel não pudemos nesta altura dar uma voltinha pelas redondezas.


O slogan do hotel é "Refresh Yourself" e era mesmo isso que precisava, por isso de certeza absoluta que estava no local certo.


O edifício onde se encontra o Hotel Fonte Santa, atualmente propriedade do grupo Ô Hotels and Resorts, data de 1945. Sempre existiu como unidade hoteleira, sendo o Fonte Santa objetivamente, um hotel antigo, mas a gerência orgulha-se disso. A renovação efetuada em 2005 poderia ter-lhe dado um toque de modernidade, mas a aposta foi no sentido de manter o existente com apontamentos de (alguma) contemporaneidade.



Quem vier visitar este hotel, não deve espere luxos. Encontrará, no entanto, um hotel simples mas com tudo no sítio certo. Quartos confortáveis, com um espaço comedido; um restaurante que tem orgulho nas suas boas propostas gastronómicas e uma boa relação qualidade/preço.


 
Alem disso, existem recantos agradáveis dentro das portas para matar os tempos mortos, que não devem faltar aos visitantes face à falta de ofertas de locais para conhecer.

 
Fiquei especialmente deliciado com um bar com lareira onde no Inverno se servem os pequenos-almoços e com o terraço com vista para as serranias em volta - e Espanha aqui tão perto. Além disso possui uma enorme sala de fumadores, coisa cada vez mais rara nos dias que correm, com confortáveis sofás.


Mas sem duvida que a grande atracão do hotel são os jardins e a piscina, ambos em versão XXL. É possível cheirar as flores em vários pontos, barulho é coisa que não existe na maioria do tempo.


É o caso típico em que dizemos que o tempo parece, de facto, correr mais devagar.


Passamos a nossa tarde no ambiente aconchegante do hotel, mais propriamente junto à lareira onde uns enormes troncos ardiam e aqueciam toda a envolvência do lobby do Fonte Santa de onde só saímos quando fomos chamados para o Spa e já mais à tarde para o jantar romântico que fazia parte do programa.

A forma como o hospede vai passar o tempo está, naturalmente, dependente dos gostos de cada um. Os clientes do Hotel Fonte Santa costumam ser também utilizadores das termas de Monfortinho, a uns escassos metros do hotel.

Pessoalmente deixo um conselho, mesmo que não sofra de nenhum mal que justifique ir a banhos, é melhor tratar de arranjar um para pelo menos um dia ir experimentar os benefícios das águas que ali estão à mão de semear. Os tratamentos são muitos e variados, pelo que a dificuldade é escolher aquele que é mais do nosso agrado.

O ambiente exterior do hotel, onde tal como referido abundam os jardins, é propício ao descanso puro e ao culto da tranquilidade. A piscina, também já mencionada, é um grande chamariz só é pena que durante os meses frios não seja opção pois não é coberta e não existe alternativa, pelo menos no hotel. Mas quem preferir um cantinho mais recatado para, por exemplo, se deitar a ler durante um par de horas, não terá dificuldade em encontrá-lo, tanto no exterior com no interior. Nós, como estivemos no hotel durante o inverno tivemos que nos contentar com o interior. Não que tivesse sido um sacrifício, antes pelo contrario!


O jantar foi servido no restaurante do hotel, O "papa figos" com uma sala virada para a montanha, com uma vista desafogada, e o ambiente agradável, descontraído, com móveis de estilo Art Déco. Tudo bons indicadores para o que irá chegar da cozinha.

Assim que chegamos ao restaurante, fomos acompanhados à nossa mesa, bem no centro de uma sala que já estava a meia luz proporcionando um ambiente relaxante e com um toque de intimidade.

Essencialmente iluminada pelas velas colocadas no centro de cada mesa na sala apenas se podiam vislumbrar as formas e vultos que estavam nas outras mesas. Um pormenor que achei delicioso!


O menu estava previamente definido e não havia direito a alterações. Em cada mesa tinha uma ementa personalizada que ficou como recordação daquela noite.

 
A comida foi sendo servida num ritmo lento como convém nas ocasiões especiais, sempre acompanhada por uma musica ambiente.


Não foi seguramente pelo jantar que fomos até Monfortinho, mas de qualquer forma a comida não desiludiu e além de saborosa estava com uma apresentação muito bonita. E já sabemos que os olhos também comem...

No dia seguinte, o pequeno almoço já foi algo tardio pois aproveitamos para dormir até mais tarde pois na noite anterior estivemos a ultimar algumas reservas para as nossas próximas férias e já fomos dormir bastante tarde.

O pequeno almoço é tomado na mesma sala onde jantamos e o sol que incidia nas largas janelas de vidro que ladeiam o espaço provocava uma sensação térmica considerável e por momentos tivemos que tirar roupa e tomar o pequeno almoço em manga curta, mas isto só até sairmos à rua!

O pequeno almoço é variado e julgo que a oferta existente enquadra-se dentro do normal para um hotel que ostenta 4 estrelas de qualidade.

O regresso a casa foi feito novamente com tranquilidade e fomos aproveitando para visitar alguns locais que nos chamavam mais à atenção sem todavia merecer destaque suficiente para estar aqui a documentado.


Avaliação


    Localização:                            7/10

    Acessibilidade:                        6/10

    Funcionários:                          8/10

    Limpeza:                                 8/10

    Conforto:                                8/10

    Design/Decoração:                  7/10

    Pequeno-Almoço:                    8/10

    Jantar:                                   8/10


    Relação Qualidade-Preço:       7/10


Espero que tenha convencido quem ainda não conhece este hotel a pensar em fazê-lo, pois apesar da distancia a percorrer vai ficar satisfeito com o que vai encontrar!

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