quinta-feira, 6 de outubro de 2005

Londres - Inglaterra 06 Outubro 2005



06 outubro 2005 – Londres - Inglaterra


Apesar do cansaço do dia anterior, começamos este novo dia bem cedinho pois não havia tempo a perder se queríamos cumprir o que tínhamos delineado para esta visita.


Após o pequeno almoço fomos até à estação que ficava nas traseiras do nosso hotel e apanhamos um comboio (ou metro, já não me recordo, pois as linhas são comuns!) até uma estação próxima do Big Ben, ou para ser mais preciso, Palácio de Westminster.


Já agora, aproveito para referir que Big Ben é o nome do sino, que foi instalado no Palácio de Westminster durante a gestão de Sir Benjamin Hall, ministro de Obras Públicas da Inglaterra, em 1859. Foi-lhe dado este nome devido ao referido ministro ser um individuo alto e corpulento e ser apelidado de Big Ben.


O relógio é o segundo maior relógio de quatro faces do mundo (o da prefeitura de Minneapolis, Estados Unidos, é o primeiro), e encontra-se instalado num edifício que foi construído em estilo neogótico e tem 96 metros de altura.

 
Contornamos o edifício e fomos caminhando, ora entrando para visitar algum ponto de interesse, ora apenas apreciando a cidade em movimento num dia de trabalho normal para os londrinos. O nosso destino seria o Palácio de Buckingham, onde tínhamos planeado assistir ao render da guarda.

A cerimonia mais famosa acontece no Palácio de Buckingham às 11:30h, mas a partir das 11:00h já há movimentação dos guardas que estão a terminar o seu turno.

Do Palácio de St. James ao lado, que também é guardado pelos famosos soldados vestidos de vermelho, os guardas vão marchando até o Palácio de Buckingham onde se juntam aos colegas que já lá estavam.


Uma sugestão para quem quiser tirar boas fotos sem muita confusão é ficar mais próximo do St. James’s Palace e aproveitar para fotografar os guardas enquanto este estão em marcha. A troca de turno oficial acontece no pátio do Palácio de Buckingham, dura cerca de 30 minutos e inclui uma banda de música tocando música clássica.


O render da guarda ocorre diariamente no período de maio a julho e em dias alternados no restante 
do ano. O calendário, no entanto, não é fixo, e depende da programação do exército britânico, que determina quais meses terão a troca da guarda nos dias pares e quais meses nos dias ímpares.


Uma outra alternativa para quem quer menos confusão, é assistir ao render da guarda montada na Horse Guards Parade, que fica entre o palácio de Buckingham e a Trafalgar Square, diariamente às 11:00h (e às 10:00h aos domingos) com duração de cerca de 30 minutos.

  
Ainda existe uma outra alternativa, o render da guarda no Castelo de Windsor, que acontece em dias alternados, exceto de abril a julho em que ocorre diariamente (exceto aos domingos), sempre às 11:00. O calendário com as datas encontra-se na página da monarquia.


 Como não havia tempo a perder, assim que terminou o render da guarda fomos logo a correr até à estação de metro de St. James's Park onde apanhamos o metro até Tower Hill, onde saímos para depois ir visitar a Torre de Londres, o que implicou ainda uma pequena caminhada até lá chegarmos. Recordo que tivemos que esperar algum tempo até entrarmos face aos horários de visita ao público.

A Torre de Londres é um dos monumentos mais famosos do mundo e ergue-se sobre o rio Tamisa, na zona leste de Londres. Durante quase mil anos, a Torre de Londres, imponente fortaleza, palácio e prisão, teve uma atuação marcante na história turbulenta da Inglaterra. Pelos seus portões passaram réis, rainhas, cortesãos, eclesiásticos, políticos e juízes — alguns para depois sair com glória e outros para nunca mais ser vistos.


Depois de invadir a Inglaterra em 1066, Guilherme, Duque da Normandia, construiu uma série de castelos para intimidar os hostis anglo-saxões. O prédio de maior impacto foi uma fortaleza erigida na cidade de Londres, na esquina sudeste das antigas muralhas romanas. Originalmente de madeira, foi logo substituída por uma enorme estrutura de pedra, a Grande Torre. De formato quase quadrado, 32 por 36 metros, era um colosso de 27 metros de altura, para temor dos habitantes locais. Mais tarde, por ordem do rei, a Torre foi pintada com cal e ganhou o nome de Torre Branca.


Os réis que se seguiram acrescentaram outras torres de diferentes tamanhos, duas sólidas muralhas para cercar o complexo e um fosso profundo, tornando a Torre de Londres uma das fortalezas mais inexpugnáveis da Europa — tão segura que ouve monarcas que se refugiaram nela quando foram perseguidos por rebeldes.

Em épocas de guerra civil, saía vitorioso quem se apoderasse da Torre — símbolo de poder e autoridade. Em épocas de paz, era o ponto de partida do impressionante cortejo do dia da coroação. Quando o rei e o seu séquito ocupavam os luxuosos aposentos do palácio, organizavam grandiosos banquetes para receber os seus amigos. Mas para os inimigos, o acolhimento era bem diferente!
Em 1100, a Torre recebeu o seu primeiro prisioneiro de que há registo. Mas a Torre não era uma prisão como as outras. Era reservada para os nobres e influentes: réis derrotados da Escócia e de França, e membros da aristocracia e eclesiásticos caídos em desgraça ou que se haviam tornado traidores. Uma vez por outra até havia execuções e assassinatos. Henrique VI foi morto na Torre, assim como Eduardo V, de 12 anos, e seu irmão mais novo.


Os prisioneiros eram alojados em qualquer lugar disponível e ficavam confinados a certas celas ou eram deixados em regime aberto dentro dos limites do castelo. Algumas sentenças eram curtas, outras eram longas. William Penn, que mais tarde fundou a colónia americana da Pensilvânia, ficou aqui encarcerado por oito meses devido a motivos religiosos. Ao ser derrotado numa batalha, Charles, Duque de Orléans, sobrinho do rei da França, foi prisioneiro habitual ao longo de 25 anos, até o pagamento de um volumoso resgate. Estes são só alguns exemplos, muitos outros haveria para referir.

Desde o início, a Torre sempre contou com um serviço de vigilância — carcereiros e guardas dos prédios. Mas a selecta Guarda Real foi estabelecida em 1485. Naquela época, os prisioneiros costumavam chegar pelo rio e entrar na Torre passando pelo Portão do Traidor. Quando o acusado retornava do julgamento, os espectadores observavam em que direção o carcereiro acompanhante segurava o machado. Quando a lâmina apontava para o prisioneiro, entendia-se que haveria mais uma execução.

  
Hoje os membros da Guarda Real ainda cuidam da segurança da Torre, mas servem também como 
guias bem-informados para o grande número de visitantes. Por ocasião de solenidades, eles brilham em seus uniformes Tudor — túnicas cor de escarlate e dourado com um rufo branco alto, mas no dia-a-dia trajam a farda vitoriana, azul-marinho e vermelha. O povo refere-se a eles como beefeaters (comedores de carne de gado) apelido sarcástico que provavelmente apareceu em épocas de fome, em que os habitantes de Londres tinham pouco para comer, mas os membros da Guarda Real eram bem alimentados para assegurar sua lealdade à Coroa.

O guarda-mestre dos corvos é responsável pelos grandes corvos que vivem na Torre. Existe uma lenda que diz que se algum dia as aves deixarem a Torre, a Inglaterra será afligida pela tragédia e que a monarquia acabará no país. Pelo sim pelo não mandaram cortar as asas aos corvos, não vá eles ficarem com ideias.

Os guardas da Casa das Jóias vigiam as famosas jóias da Coroa Britânica, expostas ao público desde o século 17. O maior e mais puro diamante lapidado do mundo, o Cullinan I, é uma das inestimáveis gemas cravadas nas coroas, orbes e septos ainda usados pela família real.


Hoje a Torre de Londres é uma das principais atrações turísticas da Grã-Bretanha. Em todos estes séculos, não mudou quase nada. Está tão bem preservada que é difícil andar à volta das lúgubres torres cinza e pelas ruas pavimentadas com pedras redondas sem pensar em toda a violência, sofrimento e tragédia humana presenciada por essas muralhas.

O passado turbulento da Torre resume-se bem no local da forca em Tower Hill. Ali há uma pequena placa comemorativa da “história trágica e, em muitos casos, do martírio daqueles que por sua fé, pátria ou ideais arriscaram a vida e a perderam”

A visita é fabulosa e pode demorar muito tempo, dependendo do pormenor com que se quer visita-la e conhece-la. O preço da entrada, atualmente custa 24,50£, sendo que no nosso caso estava incluída no London Pass, pelo que não pagamos mais nada para entrar.

Apesar da vontade que tínhamos em ficar na Torre de Londres, não podíamos pois ainda tínhamos muito que ver. Saímos e mesmo ao lado da torre fica uma das maiores obras de engenharia da cidade de Londres, a Tower Bridge, que seria o nosso próximo destino.

A Tower Bridge, em português: Ponte da Torre, é uma ponte-báscula construída sobre o rio Tamisa. Foi inaugurada em 1894 e, atualmente, é um dos pontos turísticos mais visitados da cidade, além de ser conhecida como uma das pontes mais famosas do mundo.


Este cartão postal de Londres foi inaugurado pelo Príncipe de Gales, Edward VII. A construção da ponte tornou-se necessária, pois a estreita London Bridge já não tinha capacidade para proporcionar a travessia de 20 mil veículos na cidade em ascensão no século 19. As obras começaram em 1886 e contaram com mais de 400 operários.

Destaque em vários filmes, como O Retorno da Múmia e 007 – O Mundo Não é o Bastante, a Tower Bridge completou 120 anos em 2014.


A ponte tem 244 metros de comprimento e duas torres, cada uma com 65 metros de altura. A sua arquitetura segue os traços da Torre de Londres, tendo sido uma das condições colocadas aos engenheiros que a projetaram, enquadrar-se na paisagem arquitetónica da Torre ali mesmo ao lado. Todos os dias é atravessada por 40 mil pessoas, em veículos ou a pé.

Em média, a ponte eleva-se 1 mil vezes por ano para as embarcações no Rio Tamisa passar por baixo da sua passagem superior.

  
Além de oferecer uma passagem para a travessia de carros sobre o Tamisa e para o fluxo de barcos no rio, a ponte alberga uma exposição permanente sobre a sua história, a Tower Bridge Experience.

A Tower Bridge Exhibition conta a história da ponte e possibilita ao visitante, uma bela vista da cidade. Inicialmente, um vídeo explica os processos da construção e a importância da Tower Bridge no início do século 20.

Depois, o visitante pode ver fotos antigas da ponte, existe um acesso a uma plataforma de observação (não esquecer de olhar para baixo) e podemos aceder à antiga casa de máquinas, responsável inicial levantar os tabuleiros e dar passagem às embarcações maiores.

O acesso custa 9,00£ e pode ser visitada: entre abril e setembro, das 10h às 18h e entre outubro e março, das 9h30 às 17h.


Na nossa opinião, a exposição da Tower Bridge é interessante, mas não vale as nove libras que custa. A vista da plataforma, prejudicada pelo tempo cinzento no nosso caso, também não eleva a exposição, na nossa opinião, ao rol das atrações imperdíveis.

A Tower Bridge, sim. Por fora, merece constar em qualquer roteiro – para ser admirada tanto quanto possível.

Recomendamos a visita à exposição apenas se tiverem o London Pass, que oferece a entrada gratuita.

Um facto importante a realçar é que a nossa visita ocorreu antes da inauguração da nova plataforma de vidro, que permite a observação do alto dos 44 metros de altura para a passagem mesmo sobre o rio. A vista é seguramente melhor do que a que nós tivemos.

Para terminar as visitas do nosso dia ainda tínhamos um local para visitar. Foi uma exigência minha e a Virgínia lá acedeu à minha vontade de ver armas e guerra, como lhe chamou ela, na altura.

Após uma caminhada de cerca de 15 minutos lá chegamos aos jardins de um palácio, onde antes funcionava o Hospital Real de Bethlem.


O Imperial War Museum é um dos museus britânicos, fundado em 1917 em memória das guerras em que esteve envolvido o Império Britânico, das quais guarda milhares de artefatos como veículos militares, armas de todos os tipos, aviões de combate, livros, fotografias, documentos, vestuário e uma coleção de arte do século XX e anteriores, dedicada à guerra.

  
O museu é parcialmente subvencionado pelo governo, mas também recebe financiamentos da iniciativa privada. Fundado ainda durante a I Guerra Mundial em homenagem àqueles que haviam morrido na guerra e aos que ainda nela lutavam, ocupa hoje a sua segunda sede no borough de Lambeth, num edifício construído em estilo clássico.

A partir dos anos 70, o Imperial War Museum começou a expandir-se para outros locais. A primeira ramificação, o Imperial War Museum Duxford, abriu as portas em junho de 1976.O HMS Belfast tornou-se uma extensão do museu em 1978. O Cabinet War Rooms abriu em 1984, e o Imperial War Museum North em 2002.

  
As visitas ao museu, o maior do mundo dedicado apenas à memoria das guerras, tem entrada gratuita (a exceção de mostras especiais) e pode ser visitado diariamente entre 10 e 18 h.

Quando saímos do museu já era noite cerrada e após jantarmos num qualquer local que não me ficou na memoria decidimos vir até ao Tamisa para tirar umas fotos noturnas dos principais ícones da cidade.


E com isto terminou o nosso segundo dia na cidade de Londres. Mais um dia longo, com muita caminhada e mais uma vez os pés estavam num estado lastimável quando chegamos ao quarto para tomar um banho e descansar para o dia seguinte.

Amanha, teremos companhia portuguesa, por isso vai valer a pena.

Até lá…

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