quinta-feira, 16 de agosto de 2018

Verão 2018 - 16 agosto 2018 – Santa Maria da Feira - Salamanca


Após um árduo ano de trabalho chegamos a agosto, mês de eleição de férias para a generalidade dos portugueses e para nós também. Face a contingências profissionais temos de concentrar as nossas férias em 2 períodos, a segunda quinzena de agosto e a semana entre o Natal e o Ano Novo.


Vamos tentando atenuar a ausência de férias no resto do ano com alguns pequenos períodos que aproveitamos para fazer uns “city-breaks”, mas mesmo esses cada vez menores face ao apertado calendário escolar conjugado com a época desportiva da Beatriz e agora também da Sofia! Isto de ter filhos nos tempos que correm não é fácil!

Terminadas as considerações iniciais é altura de nos dedicarmos ao tema que aqui nos traz, as nossas férias de verão!

Programamos cerca de 2 semanas e meia de viagem, conseguindo uma mistura de aventura, puro relax e também alguma cultura!

A primeira parte das férias seria passada em Salou e a última semana culminaria com um cruzeiro a bordo do fabuloso Symphony of the Seas, “apenas” o maior navio de cruzeiro do mundo! Quem nos segue através do Facebook já teve uma pequena amostra do que fomos vivendo ao longo dos dias que estivemos em viagem!

Como a viagem de carro até Salou demora cerca de 10 horas, optamos por dividir o percurso em 3 etapas, aproveitando para conhecer as cidades onde pernoitamos. A primeira dessas cidades é a bonita cidade de Salamanca!

Saímos de Santa Maria da Feira ao início da manha, pois a viagem não seria muito longa e aproveitamos para tomar o pequeno almoço na companhia da família.


De acordo com o planeado chegamos a Salamanca por volta da hora de almoço, depois de cumpridos os cerca de 300 kms que separam as 2 cidades.

Já tínhamos hotel reservado e por sorte encontramos em frente ao hotel um restaurante que servia pratos combinados por preço bastante em conta, pelo que ficamos logo por ali a almoçar enquanto o nosso quarto ficava pronto!


A comida não valia mais que o preço que pagamos logo não há que queixar e afinal de contas o mais importante era o facto de estarmos de férias.

Logo após o almoço fomos então ver o quarto que nos tinha sido atribuído no Aparthotel Hall 88, um 4* que nos custou 96€, já com pequeno almoço incluído.


Quarto espaçoso e confortável como se pede, com comodidades para pequenas refeições, que não usamos!


Feito o reconhecimento inicial pegamos no mapa da cidade que nos deram na receção do hotel e decidimos caminhar até ao centro, pois a distância era curta. Um pouco sem darmos por isso estávamos junto da Casa das Conchas, uma construção em estilo gótico e famosa pela sua fachada decorada com conchas.


É um dos palácios mais populares de Salamanca e um dos melhores exemplos da arquitetura gótica civil espanhola. Foi mandada construir, nos últimos anos do século XV e primeiros do XVI, por D. Rodrigo Arias Maldonado, pessoa chegada aos Reis Católicos e cavaleiro da Ordem de Santiago. As conchas são o principal motivo ornamental da fachada.


Um dos pontos que talvez crie maior controvérsia é o porquê da escolha das conchas como elemento ornamental. Alguns autores vêm como uma mostra de orgulho dos Maldonado por pertencerem à Ordem de Santiago. Outros autores, sem dúvida mais românticos, indicam que a repetição das conchas, símbolo nobiliário dos Pimentel, era uma prova do amor que D. Rodrigo sentia pela sua esposa Dona Maria.


As caves da casa tornaram-se, posteriormente, num local onde os estudantes da Universidade pagavam as penas impostas pelo Mestre-Escola.

Atualmente este espaço alberga uma biblioteca pública e uma sala de exposições. Apenas admiramos por fora, apesar da entrada ser grátis!

Continuamos a caminhar, pois a nossa intenção era dar um passeio no comboio turístico que dá a volta à cidade. O calor era muito e não convidava a grandes aventuras! O comboio parte de uma praça junto à catedral de Salamanca, mas como não tivemos lugar no comboio seguinte, compramos o bilhete e fomos até à Catedral que estava ali mesmo ao lado.



A silhueta das catedrais preside o céu salmantino e o seu interior alberga a vida e a história da cidade e dos seus cidadãos. Constituem outro conjunto histórico - artístico por Excelência dado que se levantam juntas: a Catedral Velha e a Catedral Nova.

A Nova, gótica, renascentista e barroca, nasce e cresce a partir da outra. A Velha, de estilo românico. O acesso à Catedral Velha faz-se através do interior da Nova. Ao entrar na Catedral voltamos ao passado, este templo românico revive um espírito antiquíssimo e medieval. Um edifício arquitetonicamente defensivo, um lugar vinculado à repovoação (começou a ser construído em 1509, numa sociedade em guerra onde o valor mais representativo é o do santo guerreiro (Raimundo de Borgonha e Bispo Jerónimo).


Nos finais do século XV, a povoação de Salamanca aumentou significativamente, mercê do auge e fama da sua Universidade. A Catedral Velha tinha ficado pequena e o predomínio estético e ideológico, do mundo gótico tornaram-na num espaço arcaico e pouco prático. Desta forma, em 1513 dá-se início à construção da Catedral Nova, uma das últimas catedrais góticas de Espanha, cuja construção terminou dois séculos depois, em 1733. Diferentes estilos arquitetónicos aparecem refletidos de forma fragmentária na sua edificação. A Catedral Nova reflete a ideia do desenvolvimento urbano. A sua grandiosidade mostra uma instituição triunfadora perante os seus inimigos ideológicos e os próprios paroquianos. É o maior e mais alto edifício da cidade.


Como a hora para a próxima partida do comboio aproximava-se voltamos à Plaza de Anaya, para, finalmente fazer um passeio de cerca de 25 minutos que percorre as zonas históricas da cidade enquanto vai dando algumas explicações (apenas em espanhol) sobre os pontos de interesse que vamos encontrando.

Não sendo nada de especial, valeu pelo passeio, agradável e que permitiu localizar geograficamente alguns dos locais que queríamos visitar.

Deixamos algumas fotos tiradas a partir do comboio, com destaque para a ponte romana, que por ficar afastada do local onde estávamos não percorremos!


A partir da referida praça, onde terminou o passeio do comboio fomos até à entrada da universidade onde se encontra uma das maiores atrações de Salamanca!

Fundada como estúdio por volta do ano 1218 por decisão do rei de Leão Afonso IX, foi confirmada oficialmente como Universidade na Carta Magna outorgada por Afonso X em 1254. Nos seus inícios seguiu o modelo bolonhês, que dava preferência ao estudo do direito civil e canónico perante a teologia e a filosofia preponderantes na Universidade de Paris.

Na sua época de maior esplendor, nos séculos XV e XVI, esteve à cabeça das universidades europeias. Atualmente é a Universidade mais antiga de Espanha.

Diante da fachada da Universidade está o pátio das Escolas Maiores. Pode-se dizer que este pátio foi a primeira intervenção urbanística da cidade, configurado como um espaço para a contemplação da fachada da Universidade.


O pátio é composto pelo edifício gótico das Escolas Maiores (1415), o Hospital de Estudantes (1412), hoje em dia a reitoria, o edifício das Escolas Menores (1533) e a fachada da Universidade (1512-1516).

Segundo a tradição estudantil, aqueles que pretendem passar nos exames facilmente devem descobrir antes a rã na fachada da Universidade! Confesso que tivemos uma pequena ajuda pois um vendedor ambulante, entre outras coisas que vendia, também vendia uma estatueta com a rã!

Vamos lá ver se encontram! Podem deixar nos comentários o local onde acham que está posicionada a rã! Prometemos que daremos a resposta, caso ninguém acerte.

Para terminar a nossa, curta, visita à cidade fomos até à Plaza Mayor, o equivalente à praça do município, ou qualquer coisa parecida com isso! Como grande parte do centro histórico de Salamanca é pedonal fomos a pé, percorrendo algumas das ruas mais procuradas pelos turistas.


A Plaza Mayor é uma das praças mais bonitas de Espanha e um dos monumentos barrocos mais importantes da arquitetura peninsular.

Desde que foi construída, esta típica praça castelhana, foi ponto de encontro de salmantinos - que a consideram como a sua sala de estar -, e forasteiros.



Declarada Monumento Nacional desde 1935, na justificação técnica e artística afirma-se que é "a praça mais decorada, proporcionada e harmoniosa de todas aquelas existentes na sua época em Espanha". Possui 88 arcos e diversos medalhões com efígedes.

Tal como hoje em dia, na praça celebravam-se as atividades religiosas, civis e lúdicas mais importantes da cidade: corridas de touros, procissões e inclusivamente execuções (há algum tempo atrás!!!). Desta forma alguns proprietários das casas alugavam as suas varandas aos espectadores por um preço bastante elevado.


Em 1954 os jardins que foram colocados em meados do século XIX foram retirados. Estes jardins marcavam um ritual curioso no qual os homens davam voltas ao redor, no sentido dos ponteiros do relógio, enquanto as mulheres o faziam no sentido contrário. A praça era um ponto de encontro civil e, portanto, também de encontros amorosos.

A cada 15 de Agosto é colocado no campanário da Câmara Municipal uma haste, coroada pela figura de um touro, com a bandeira de Espanha. Esta figura, que tem o nome de "Mariseca", é colocada para assinalar a proximidade das festas de Salamanca e apenas é retirada quando estas terminam. Isto mesmo pode ser visto em algumas das nossas fotos.


Nesta altura, já o dia estava a chegar ao fim e nós cansados com a viagem e com o calor que se fazia sentir. Optamos por comer umas fatias de pizza numa banca junto á Plaza Mayor e regressar ao hotel.

Para terminar este post apenas dizemos isto: Não imaginam o quanto nos soube bem o ar condicionado do quarto!

Com isto dizemos, até amanha...

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