domingo, 8 de abril de 2012

Mil e Uma Noites - Muscat (Oman) - Entre tâmaras e incenso!

Dia 7 Abril – Muscat, Oman

Muscat (Mascate em português e em árabe: مسقط) é a capital do Sultanato de Oman. A área metropolitana abrange aproximadamente 1.500 km2 e inclui seis províncias chamadas wilayats. A cidade tem uma população de cerca de 830.000 habitantes, sendo que os Omanis constituem cerca de 60% da população total de Muscat, enquanto os expatriados são aproximadamente 40%.


A localização estratégica de Oman, entre Africa e a Asia na chamada rota do incenso, desde cedo atraiu a atenção dos europeus, nomeadamente os portugueses que sob o comando de Afonso de Albuquerque atracou em Muscat em Julho de 1507 e a conquistou após uma violenta e sangrenta batalha contra os Persas. Portugal manteve uma forte influência sobre Muscat durante mais de um século, apesar das contantes provocações da Pérsia e um bombardeamento da cidade pelos turcos em 1546. Posteriormente derrotados pelos Omanis os portugueses deixaram os seus vestígios evidentes nomeadamente nos fortes que se encontram junto à cidade antiga, o forte Al Jalali e o Al Mirani.


Desde a ascensão de Qaboos bin Said como Sultão de Oman em 1970, Muscat tem experimentado um rápido desenvolvimento infraestrutural que levou ao crescimento de uma economia vibrante e uma sociedade multiétnica.

A economia de Muscat é dominada pelo comércio. A cidade exporta peixe e metais semipreciosos como a Madrepérola. Claro que o Petróleo é o grande motor de desenvolvimento da economia de Oman sendo que quase todas as grandes petrolíferas mundiais têm interesses na região.


A cidade tem inúmeras mesquitas, incluindo a Grande Mesquita Sultão Qaboos e a Mesquita Ruwi Zawawi, que constituem algumas das maiores atracões da cidade.


Chegamos a Muscat cerca das 8:00h e bastou espreitar à janela da nossa cabine para que a paisagem curiosa fixasse a nossa atenção, contraste entre as formações rochosas das montanhas Al Hajar com o branco puro dos seus edifícios. Toda a construção é feita em prédios baixos pois está proibida a construção em altura. O porto, situado no Golfo de Oman é um lugar que parece congelado no tempo, se deixar-mos a imaginação funcionar é fácil de vera navegar naquelas águas “Sinbad, O Marinheiro”. Como tínhamos algum tempo em Muscat e era dia de Páscoa, decidimos não madrugar-mos, opção que mais tarde nos arrependemos, mas estava feita a opção. Depois do pequeno-almoço desembarcamos cerca das 9:30h, deixando a Beatriz no Squok já que o dia estava quente e poderíamos ter que caminhar um bocado, recebemos o cartão correspondente ao visto de estadia inferior a 48 horas.


Como não é possível circular no porto, existe um serviço de shuttle grátis gerido pelo porto que nos deixa na entrada do porto. Junto à saída do porto existe uma autêntica feira de táxis que tal como cardume de peixe em luta por comida se atropelam uns aos outros pela conquista do serviço, mas no fundo os preços estão mais ou menos tabelados em cerca de20€ por hora de tour. Como me tinham sobrado dólares da estadia em Miami, optei por negociar em USD já que seria uma forma de os utilizar. Pagamos 50USD por um tour de 2 horas, que segundo um dos líderes dos taxistas (os que negoceiam!) seria o mínimo necessário para se conhecer a cidade.

Começamos o percurso de imediato. A primeira paragem seria a Grande Mesquita Sultão Qaboos. Factos sobre a mesquita:

- Esta mesquita foi construída entre 1995 e 2001 por ordem do próprio sultão.

- A sua área ascende a 40.000 metros quadrados, tudo isso rodeado por jardins.

- Foram gastas 300.000 toneladas de arenito da Índia para a sua construção.

- A mesquita está rodeada por cinco minaretes e uma cúpula central tem que se eleva 50 metros acima do solo

- Pode acolher 20.000 pessoas simultaneamente.


As mulheres para aceder à mesquita têm de cobrir a cabeça, os braços até os pulsos e as pernas até aos tornozelos, enquanto que para os homens apenas está vedada a entrada em calções e com t-shirt com manga cabeada. Ambos, homens e mulheres têm de entrar descalços.


O percurso até à mesquita foi algo lento já que apesar de ser Domingo de Páscoa para estes povos era um vulgar dia de trabalho, já que o dia “santo” deles é a sexta-feira. Confesso que foi algo esquisito ver em plena Páscoa os trabalhadores da construção civil trabalharem normalmente. Foi nesta altura que ficamos com a certeza que devíamos ter saído mais cedo do Favolosa pois a mesquita fechava às 11:00h e nós não íamos chegar a tempo de a visitar. Para agravar a situação, nem os claustros exteriores da mesquita podiam ser visitados já que os portões exteriores seriam fechados à hora marcada.

Tal como nós muitos turistas ficaram à porta sem possibilidade de entrar e tentavam em vão convencer um responsável a abrir-lhe a porta e deixa-los visitar.

Apenas aproveitei para tirar umas fotos dos jardins exteriores e da fachada da mesquita.

Voltamos ao táxi, que nos esperava junto à entrada e dentro dele a temperatura era opima, dali dirigimo-nos para a área de Muttrah ou Old Muscat, para ver o palácio real. Este palácio conhecido como Palácio Qasr Al Alam Royal é uma luxuosa residência real, mas agora é um edifício puramente cerimonial já que o Sultão não vive lá. Está construído num estilo moderno, cores e tons claros, em construção térrea e rodeado por magníficos jardins. Junto ao palácio existe numa pequena enseada, dois fortes do século XVI português, Al Jalali e Al Mirani, ambos joias da arquitetura do deserto.



Outro forte que pudemos ver foi o forte Muttrah, também construído pelos Portugueses em 1580. Continuando ao longo da corniche, ou passeio marítimo, paramos para ver um dos símbolos desta cidade e que sobressai na zona portuária a Atalaia, o maior queimador de incenso maior do mundo.


O passeio marítimo é rodeado por parques e é dos lugares favoritos para as famílias passearem nos seus tempos livres.


Como entretanto as 2 horas estavam a terminar pedi ao taxista, um Omani de nome Mohameed, que nos deixasse junto à entrada do mercado Muttrah, que ficava a cerca de 200 mts da entrada do porto. Este mercado é tipicamente árabe com muitas lojas de produtos típicos dispersas por um autêntico labirinto de ruelas como é hábito nos mercados árabes. Claro que atualmente os maiores clientes deste mercado são os turistas e especialmente os cruzeiristas que fazem escala na cidade.


Aproveitamos para comprar as roupas típicas que usaríamos no dia seguinte na festa árabe promovida pela animação do Costa Favolosa. Depois de muito regatear preços lá compramos algumas peças de roupa que ficaram baratíssimas e que fizeram muito sucesso no dia seguinte.


No regresso ao Favolosa, em autocarro novamente, pude manter uma conversa animada com um dos fotógrafos do navio. Um Romeno que me confirmou que na semana anterior estiveram cerca de 100 portugueses a bordo fruto de uma promoção de vendas de uma conhecida empresa portuguesa. No final esta conversa foi muito útil pois pude comprar as fotos do cruzeiro com um desconto especial.


Depois de passarmos pelo Squok para ”recolher” a Beatriz fomos lanchar ao buffet já que a hora era já adiantada e o restaurante à carta já estava encerrado.

Após o almoço viemos até aos decks superiores para tirar umas fotos à partida do Favolosa e pudemos assistir a uma pequena troca de sirenes entre os navios Costa que estavam no porto, o Favolosa e o Victoria.


Depois da partida eram já horas para preparar para o espetáculo, cocktail do comandante e esta noite tínhamos noite de gala.


Amanha chegaremos a Al Fujairah...


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