31 de março de 2015 - Port Canaveral
Após um dia
de navegação que deixou no ar uma sensação de tempo desperdiçado face às
condições atmosféricas, acordamos para um novo dia com um tempo muito melhor
que o da véspera. O efeito "Florida" a fazer-se notar para alegria da
grande maioria dos passageiros, que ansiavam por sol e calor em contraste com o
frio e chuva que pontificavam em Nova Iorque por aqueles dias.
Antes de
passar ao conteúdo do nosso diário de viagem, acho importante fazer aqui uma
introdução às questões colocadas no planeamento desta escala.
Esta escala
foi uma das razões que justificou a marcação deste cruzeiro! Por variadas
razões nunca surgiu a hipótese de visitar a Disney em Orlando das duas vezes
que estivemos em Miami.
O tempo
disponível não era muito mas também nunca existiu a vontade de incluir os
parques no itinerário, já que pessoalmente nunca me atraiu muito e a Beatriz
era muito pequena para se interessar pela visita à Disney! Mas desta vez tudo
mudou pois a Beatriz começou a ouvir falar na Disney na escola através das suas
amigas!
Como a
Virgínia não queria voltar já a Miami e preferia visitar Nova Iorque, a solução
encontrada foi fazer o cruzeiro com partida de Nova Iorque e escala em Port
Canaveral. Mas após a marcação tudo começou a mudar enquanto procurávamos
informações sobre a forma de realizar os nossos desejos durante a escala.
Uma primeira
consulta ao Cruise Critic e as opiniões eram frustrantes. As maioria das
respostas eram para não fazer o que pretendia, demasiado caro e pouquíssimo
tempo! Eram argumentos fortes mas não suficientes para nos demover, era uma
extravagancia e estar pouco tempo era melhor que não estar!
As opiniões
foram-se intercalando entre o possível e o impossível, mas subiram de tom
quando se juntaram outros argumentos à discussão: era Spring Break e além disso
semana antes da Pascoa!
Rendemo-nos
ao argumento que o Magic Kingdom (o único parque que me interessava!) fechava
quando atingia o máxima da capacidade. Corríamos o risco de chegar à Disney e
não entrar por o parque estar fechado por algum tempo até normalizar a
capacidade. Pode parecer estranho mas segundo fui informado é mais ou menos
habitual acontecer esta situação nas épocas de maior afluência.
Foram
ponderadas varias possibilidades que não vale a pena estar aqui a tratar delas
pois faria com que o tópico ficasse extremamente longo, mas acreditem que foi
um verdadeiro teste à minha capacidade de planeamento e organização! Mais à
frente no tópico vamos ver afinal o que fizemos nesta escala.
Voltando à
ordem cronológica do dia, como habitualmente tínhamos disponível o Freestyle
Daily para o dia de hoje já desde a noite anterior. Invariavelmente a manha
começava com uma leitura mais aprofundada ao programa do dia para que o
planeamento do dia fosse mais fácil e fundamentalmente permitisse experimentar
o máximo de atividades possível. Hoje a chegada a Port Canaveral aconteceria
apenas às 12:00h!
Apesar do
tempo disponível durante a manha, pessoalmente não pude aproveita-lo pois
estive quase a manha toda a trabalhar no camarote via TeamViewer, pelo facto de
ser final de mês e ter algumas situações pendentes que teriam de ficar
resolvidas ainda no mês de março. Ossos do oficio...
Levantando o
véu sobre os nossos planos para a tarde deste dia, mantendo a ideia inicial de
ir até à Disney fizemos, no entanto, algumas adaptações face aos conselhos
transmitidos por amigos, conhecidos e simples utilizadores de fóruns na
internet. Íamos na mesma até à Disneyland, em Orlando, mas fugindo à confusão
do Magic Kingdom. O objetivo principal da viagem até Orlando seria jantar com a
Cinderela!
Compramos à
NCL o transfer até Orlando por cerca de 130€ e reservamos o jantar diretamente
com a Disney. Poderíamos ter comprado o transfer com alguma empresa
independente ou alugado um carro por um preço mais baixo, mas sendo a escala
curta e apertada os riscos associados eram muitos e não quisemos arriscar ficar
em terra.
O ponto de
encontro para a saída da excursão estava marcado para as 11:30h no teatro e
pela quantidade de pessoas que se aglomerou no teatro facilmente chegamos à
conclusão que apesar de todos os contras a Disney continua a ser o destino de
eleição nesta escala.
Pouco depois
de chegarmos ao local somos avisados pela equipa de animação que tentava manter
o pessoal ocupado enquanto esperavam que devido aos ventos muito fortes do dia
anterior a nossa chegada a Port Canaveral estava atrasada em cerca de 20 min.
Gerou-se logo um murmúrio dentro da sala, logo acalmado pelo aviso que quem
quisesse podia cancelar a excursão e ser reembolsado do valor.
Que me tivesse
apercebido ninguém cancelou a excursão mas notava-se que existia um nervosismo
no ar com a possibilidade de os planos para aquela tarde ruírem à custa de umas
rajadas de vento mais fortes.
Face ao
atraso enquanto a Virgínia e as meninas ficavam no teatro regressei ao camarote
para filmar a chegada ao porto.
Com o tal
atraso o Breakaway lá chegou a Port Canaveral e tratamos logo de desembarcar no
primeiro grupo e seguir num dos primeiros autocarros a sair em direção a
Orlando. Nos autocarros coincidem os passageiros que compraram a excursão
completa com entrada nos parques bem como os que apenas compraram o transfer.
Um facto que
nos surpreendeu foi a quantidade de passageiros que tinham como destino o Magic
Kingdom. Comentamos entre nós se as pessoas desconheciam o que lhes esperava ou
se pelo contrario nós é que exageramos no receio e alteramos o programa
inicial. Confesso que para não correr o risco de ficar com uma valente dor de
cabeça, decidimos não questionar os companheiros de viagem no regresso sobre a
experiencia que tiveram no parque!
Tal como
previsto a viagem demorou cerca de 50-6o min sem grande transito e durante o
caminho fomos recebendo dicas da responsável da operadora que tratava do
transporte sobre como proceder para o regresso, qual o ponto de encontro,
telefones de emergência e também algumas instruções de como aceder aos diversos
locais mediante o que lhe ia sendo questionado.
Assim que
saímos do autocarro sentimos logo os efeitos do calor com que fomos brindados.
A transpiração foi uma prova (no entanto, má!) que o frio de Nova Iorque estava
definitivamente para trás, pelo menos para já.
Tal como já
referido todos os transportes ficam estacionados junto ao Transportation
Center, que tal como o nome diz é o local onde se coordenam todos os sistemas
de transporte que dai partem para os diversos locais da Disneyland.
O plano
traçado iniciava com uma passagem por Downtown Disney, para uma voltinha
tranquila pelas lojas ai existentes, comprar algumas recordações e se possível
sentir alguma coisa do mundo Disney.
Para lá
chegar tínhamos algumas hipóteses de transporte, sendo a mais fácil e rápida,
apanhar o autocarro junto ao Disney's Polynesian Resort. Apesar do mapa que
tinha levado impresso de casa, achei que face ao calor que se fazia sentir,
para não ter de andar enganado com a Sofia colo, o melhor era perguntar a alguém
qual o caminho mais fácil/rápido. A melhor opção era fazer o pequeno percurso a
pé pelo meio de jardins e ir apreciando as instalações.
Após alguns
minutos de espera lá apanhamos um autocarro gratuito da Disney para o Downtown
Disney e demoramos 25 min a lá chegar! Aquilo é mesmo enorme...!
Fomos
caminhando tranquilamente pelas ruas do local e como primeira impressão podemos
dizer que aquilo está tudo em obras para a construção do Disney Springs, um
gigantesco centro comercial da/na Disney.
No fundo, as
obras não nos afetaram nada pois apenas queríamos dar uma voltinha tranquila
por ali enquanto esperávamos pela hora do jantar... às 16:30h!
Com algumas
compras feitas cerca das 16:00h voltamos a apanhar o autocarro, desta vez para
o Grand Floridian Resort & Spa (http://disneyworld.disney.go.com/pt-br/resorts/grand-floridian-resort-and-spa/),
onde se realizaria o jantar com a Cinderela e irmãs, denominado Cinderella's
Happily Ever After Dinner no restaurante 1900 Park Fare.
A ideia do
jantar partiu de uma americana no Cruise Critic que disse que a neta tinha
ficado maravilhada com a experiência de passar um dia vestida de princesa
(compra e maquiagem feita na loja Bibbidi Bobbidi Boutique, na Downtown
Disney!) e depois o jantar com a Cinderela, o príncipe e as enteadas! A ideia
da roupa e da maquiagem inicialmente pareceu engraçada mas o preço achamos
elevado para o uso que iria ser dado, pois não estou a ver a Beatriz andar por
ai vestida de Cinderela!
O jantar tem
que ser marcado por internet (possível a partir de 90 dias antes) e os horários
possíveis variam consoante a data em causa, mas normalmente vão desde as 16:30h
até às 21:00h. Importa salientar que a procura é muita e os melhores horários
tendem a esgotar rapidamente. No nosso caso devido ao horário marcado para o
regresso a Port Canaveral, 19:00h fomos obrigados a marcar uma hora nada
condizente com o nome "jantar"!
Ainda sobre
o jantar, referir que trata-se de um serviço buffet com bebidas (pelo menos
sumos, refrigerantes) incluídos.
Chegamos ao
Grand Floridian ainda antes da hora de abertura do restaurante e pudemos
apreciar a beleza do hotel em si que é muito bonito, já se encontrava decorado
para a pascoa que seria no domingo seguinte e à hora marcada abriram as portas
e foram chamando família a família e sentando-os na mesa que lhes foi
destinada, não havendo partilha de mesas, isto é, o tamanho da mesa variava
consoante o numero de pessoas de cada família.
As
personagens vão saindo à vez permitindo que estas se espalhem por toda a sala e
as crianças vão estando ocupadas com as fotos com as personagens.
No dia em
que lá estivemos a primeira personagem a aparecer foi o Príncipe Encantado, que
assinou o livro de autógrafos da Beatriz e manteve uma curta conversa de circunstancia
com ela, com a ajuda do pai para fazer as traduções.
Após algumas
fotos para o mesmo livro de autógrafos, seguiu para a mesa seguinte sendo
substituído pela Cinderela que pareceu um pouco menos simpática pois não tentou
sequer manter um dialogo quando viu que a Beatriz não era americana.
Seguiram-se
as irmãs da Cinderela, inicialmente a Drizela que foi demonstrando com sonoras
expressões todas as suas qualidades e finalmente a Anastácia.
O jantar
terminou com uma dança entre príncipes e a escolha de duas crianças para
dançarem respetivamente com a Cinderela e o Príncipe.
Provavelmente
na cabeça de uma criança que dançou com um príncipe ou mesmo com a Cinderela, a
memoria ficará viva por muito tempo. A Beatriz duvido que tivesse à vontade
para o fazer, de qualquer forma não o poderia fazer pois nessa hora apenas eu
estava na mesa pois todas as meninas decidiram ir à casa de banho naquela hora.
É mesmo coisa de mulheres...
Para terminar o tema do jantar, falta falar sobre o custo da ideia. Além do transfer já referido no inicio do tópico, o jantar ficou por 119Usd mais gorjeta. Não foi propriamente barato mas também não é todos os dias que se faz uma coisa destas!
O regresso
ao centro de transportes e ao autocarro foi feito através do mono carril que
circula permanentemente entre parques parando junto a alguns hotéis.
Desde o mono
carril tivemos oportunidade de ver ao longe o castelo, ícone característico de
cada um dos parques. Pudemos confirmar que este é menos imponente que o de
Paris, pelo menos ao longe dá essa sensação.
Já não
apanhamos o primeiro autocarro, regressando no segundo quando ainda existia um
terceiro, pelo que fizemos todo o programa com calma e sem pressas como seria
de prever com uma criança de dois anos. Se a opção inicial tivesse vingado,
claro que apenas teria ido com a Beatriz pois era de todo impraticável andar no
Magic Kingdom com a Sofia.
Regressamos
ao Breakaway já com a noite a cair e o cansaço acumulado era muito tal a
quantidade de pessoas que aproveitaram para colocar o sono em dia.
Ao chegarmos
ao porto verificamos que o Quantum of the Seas nos fazia companhia novamente depois
de o termos avistado em New Jersey.
A partida do
Breakaway ocorreu algo atrasada, talvez pela chegada tardia de alguma das
excursões realizadas naquele dia. Enquanto esperávamos pela partida, tivemos
oportunidade de fazer algumas brincadeiras noturnas com a GoPro.
O Quantum of
the Seas saiu mais tarde e tivemos oportunidade de passar mesmo junto ao navio.
Ainda fiquei com mais pena de não ter tido oportunidade de o experimentar, mas
os preços eram mesmo muito altos face ao Breakaway.
Já a caminho
de Great Stirrup Cay como a fome não era muita fomos até ao buffet para que as
meninas comessem alguma coisa e passamos o resto da noite no Spice H2O onde
tínhamos a 70s Disco Groove Dance Party, uma festa dedicada aos êxitos musicais
dos anos 70.
Após algum tempo
por lá decidimos voltar ao camarote onde já nos esperava um novo amiguinho para
as meninas, mas pelo caminho fomos admirando as cores do Breakaway.
Amanha, se o
tempo permitir vamos fundear ao largo de Great Stirrup Cay e aproveitar o dia
nesta ilha privada da NCL, isto se o tempo permitir! Será que vai permitir ou
pelo contrario vamos saltar a paragem e ir diretos até Nassau, também nas
Bahamas?
Até amanha
para sabermos a resposta!