08 outubro 2005 – Londres - Inglaterra
O
tempo voou e com muita pena nossa chegava ao fim a nossa estadia em Londres.
Mas ainda não era tempo para fazer o balanço pois ainda tínhamos um dia para
gastar em Londres pois o nosso voo era só ao fim da noite.
Deixamos
as malas na receção do hotel e decidimos, como era sábado, dar um saltinho até
ao bairro de Chelsea.
O
bairro de Chelsea é, como devem imaginar, um dos mais ricos de Londres. Para
quem não tem ideia nenhuma acerca da geografia da cidade, este bairro fica
localizado na zona sudoeste do centro (embora já esteja um pouco a fugir para
os subúrbios) na margem Norte do Tamisa. É sobretudo um bairro residencial e é
em parte a localização junto ao rio que lhe dá a graça.
Na
margem sul fica localizada uma enorme área verde chamada Battersea park onde os
seus habitantes tentam queimar as calorias dos hambúrgueres e pizzas que comem
todos os dias. O sítio é (como costumam dizer os ingleses com um brilhozinho
nos olhos!) Lovely!
Outra
das razões pelas quais o bairro adquiriu um certo elan e estatuto foi por o
Henrique VIII gostar muito de lá ir, e por isso ter lá construído um pequeno
palácio. A corte, claro ia atrás e se fossem todos como o rei (fisicamente uma
figura abundante!) o ambiente devia ser só grandes manjares e festas, em suma
curtiam a vida!
Num
aparte, diga-se que é uma constante no Reino Unido as vilas e bairros mais
carismáticos/turísticos o serem porque eram os preferidos do rei ou outro
membro da família real - a presença do termo "royal" está em todo o
lado. É a vocação de servos do povo inglês no seu melhor!
Voltando
a Chelsea, o bairro ganhou uma reputação boémia depois desta "preferência
real", e com isso ter atraído artistas e intelectuais desde o séc. XVI
(como o Thomas More; o JMW Turner - o mais famoso pintor britânico -, o Oscar
Wilde ou o Mark Twain, no tempo em que viveram em Londres) ao séc. XX, e com o
tempo tornou-se uma moda. Isto atraiu os ricos a mudarem-se para lá e os
artistas (cronicamente com pouco dinheiro) do tempo presente a mudarem-se para
outros bairros. O que ainda há muito são lojas de antiguidades e galerias de
pintura, ou seja mercado para a arte e algum mecenato.
A
rua principal de Chelsea chama-se King's road e liga a Fulham road (onde se
localiza o estádio, já lá vamos...) com a Sloane Square que é o princípio do
centro de Londres. A maior parte das lojas comerciais ficam localizadas nesta
rua, onde proliferam lojas pequenas, hoje em dia especialmente de vestuário
alto-estilo.
As
ruas residenciais de Chelsea, perpendiculares à King's road, são construções acima
da média da cidade. Não me importava nada de ter aqui uma casinha para vir
passar uns fins-de-semana.
Para
terminar o relato sobre esta zona vamos ao estádio, que na verdade foi uma pequena
desilusão. Já fica localizado um pouco fora do bairro, na zona de Fulham, e
devo dizer-vos que apesar de relativamente novo (ou renovado) fica muito atrás
dos estádios novos portugueses. Em termos arquitetónicos até achei um pouco
foleiro! Uma das diferenças é que uma das partes do estádio é um hotel de luxo,
que deve faturar pouco, deve...
A
nossa visita deveu-se precisamente ao facto do estádio do Chelsea ficar nesta
zona, bem como a existência de um mercado semanal, justamente ao sábado.
Como
ainda nos restava um tempinho decidimos que iríamos visitar um último museu,
este mais do nosso agrado pois preferimos museus que evoquem outros tempos e
menos museus que alberguem arte.
Fomos
até ao Museu da cidade de Londres, ou Museum of London no seu nome original.
Uma
cidade tão incrível como Londres merece um museu dedicado a sua história. E o
Museu de Londres não dececiona, ainda mais depois da inauguração das 5 novas
galerias contando a história de Londres e da sua gente de 1666 (ano em que a
cidade foi destruída pelo fogo) até os dias de hoje. É um museu pequeno, mas
extremamente bem montado e que vale a pena a visita.
A
mostra começa antes mesmo de Londres ser Londres, com peças encontradas em
escavações datando da idade da pedra.
Ainda
no primeiro andar do museu, há galerias dedicadas ao período romano (50 – 410
d.C), medieval (410 – 1558) e uma sala em que o destaque é para o período entre
1550 e 1660, quando a cidade foi atingida pela guerra, pela praga e pelo fogo.
A
história da cidade é toda contada tendo as pessoas como foco. Com muita
tecnologia e interatividade, conhecemos um pouco de como viveram os indivíduos
responsáveis por transformar esta cidade no lugar incrível que é hoje. Londres
definitivamente tem um museu à sua altura.
E
com isto eram horas de regressar ao hotel, apanhar as malas e desta vez
utilizar o metro no percurso entre a cidade e o aeroporto.
O
nosso voo para o Porto com a TAP saiu atrasado e apanhamos uma valente seca em
Heathrow enquanto fazíamos horas para embarcar.
Agora
sim é o ponto final neste capítulo das nossas viagens.
Londres
é uma cidade fantástica que necessita bem mais que os 4 dias que aqui passamos
e que atualmente com toda a oferta de voos low cost fica a “meia dúzia” de
€uros de distância.
Curiosamente
ainda não voltamos a Londres. Acho que estamos à espera que as nossas filhas
cresçam e sejam elas a pedir para lá irem!
Quem
sabe, num destes dias…
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