18 agosto 2006 – Veneza
Infelizmente,
os nossos dias por Itália estavam a chegar ao fim. Esta sexta feira seria o nosso
ultimo dia completo em Veneza, pois o regresso seria feito no dia seguinte,
sábado ao inicio da tarde e todos sabemos que o ultimo dia é sempre curto para
ver seja o que for.
Começamos
este dia como terminamos o anterior, com uma viagem até ao centro de Veneza a
bordo de uma embarcação, desta vez maior pois todo o grupo foi junto. Quando
chegamos à Praça de São Marcos, todos desembarcamos para conhecer mais em
pormenor este ex-libris da cidade de Veneza.
Como
não o fizemos no post anterior vamos falar agora um pouco sobre Veneza, sua
historia, sua localização e os seus pontos de interesse.
Veneza
(em italiano: Venezia, em vêneto: Venexia]) é uma cidade e comuna italiana da
região do Vêneto, província de Veneza no nordeste de Itália. Tem cerca de 271
000 habitantes e é conhecida pela sua história, canais, museus e monumentos. A
comuna de Veneza estende-se por uma área de 412 km², incluindo as ilhas de
Murano, Burano e outras na lagoa de Veneza, tendo uma densidade populacional de
646 hab/km². Faz fronteira com Campagna Lupia, Cavallino-Treporti, Chioggia,
Jesolo, Marcon, Martellago, Mira, Mogliano Veneto, Musile di Piave, Quarto
d'Altino, Scorzè, Spinea. A parte de Veneza em terra firme é a fração comunal
de Mestre.
A
cidade foi formada num arquipélago da laguna de Veneza, no golfo de Veneza, no
noroeste do mar Adriático.
Por
mais de um milénio, foi capital da Sereníssima República de Veneza, cujo
território, no ano da sua queda (1797), incluía grande parte do Nordeste da
atual Itália e da costa oriental da península, bem como das ilhas do Adriático.
Tornou-se uma potência comercial a partir do século X, quando sua frota já era
uma das maiores da Europa. Foi uma das cidades mais importantes da Europa, com
uma história rica e complexa e um império de influência mundial comandado pelos
doges, os líderes da cidade. Como cidade comercial, tinha várias feitorias
(Stato da Mar), como o Senhorio de Negroponte e a cidade de Dirráquio (atual
Durrës), assim como ilhas inteiras: Creta, Rodes, Cefalônia e Zante, por exemplo,
e controlava várias rotas comerciais no Levante. O historiador Fernand Braudel
classificou Veneza como a primeira capital económica do capitalismo.
O
patrono da cidade é São Marcos (festa em 25 de abril). A festa do povo do
Véneto é celebrada em 25 de março, data da fundação da cidade.
Esta
classificada como Património da Humanidade pela UNESCO. Veneza é ainda famosa
pelos seus certames internacionais, como o Festival de Cinema e a Bienal de
Artes, pela Regata Histórica, que ocorre no primeiro domingo de setembro, pelo
fabrico de vidro, pelo Carnaval de Veneza, pelos casinos e pelos seus passeios
românticos, levando muitos casais a passarem suas luas-de-mel.
Nesta
cidade nasceram os Papas Gregório XII, Eugênio IV, Paulo II, Alexandre VIII,
Clemente XIII e Pio X, além de numerosos artistas e arquitetos como Antonio
Vivarini (1440-1480), Antonio da Ponte (1512-1595), Tintoretto (1518-1594) e
Canaletto (1697-1768). No campo da música, foi aqui que nasceu e viveu Antonio
Vivaldi (1678-1741).
Muitos
dizem que é a cidade mais bela do mundo, talvez seja fanatismo, mas a romântica
Veneza é única no mundo, é mesmo uma obrigação quando se fala em viajar até
Itália. A cidade está composta por 118 ilhas, passam por elas 177 canais e
foram construídas mais de 400 pontes para ligar os lados, os canais são
banhados pelo Mar Adriático, formando a chamada Lagoa de Veneza.
Mover-se
em Veneza tem que ser feito a pé ou de barco, não há autoestradas na ilha, este
facto já a torna muito particular. Como principal meio de transporte existe o vaporetto, um barco/autocarro aquático. Existem ainda as gôndolas, mas hoje em
dia têm uma finalidade mais turística (passeio), não propriamente um meio de
transporte para movimentar pela ilha.
De
qualquer forma há uma pequena estação de comboios que liga a ilha e o
continente e também é possível lá chegar utilizando o autocarro, que utiliza
uma ponte especialmente construída para esse fim. Se estiverem de carro não
devem ir até a ilha com este, deve deixá-lo em Mestre (do lado continental),
num dos vários parques de estacionamento disponíveis para esse efeito.
A
cidade é muito rica em história, quem não lembrará do famoso Casanova, que
habitou a cidade nos últimos anos de sua vida, ou do ‘Carnavale di Venezia’, um
carnaval muito diferente do que estamos habituados, onde os habitantes locais e
turistas vestem trajes típicos do século XVIII e usam máscaras, a festa ocorre
durante 10 dias por ano, com pouca musica e muita roupa. Veneza é também
conhecida como a cidade onde se inventaram as telas para pintura, fabricação do
vidro, etc.
Mas
quais são os verdadeiros pontos de interesse da cidade de Veneza?
Piazza San Marco
Esta
é a praça principal de Veneza, é lá que ficam os cafés mais tradicionais e à
sua volta os monumentos mais importantes. No inicio a praça foi criada pela
existência das duas primeiras igrejas da região.
Nesta
grande praça ficamos maravilhados com a beleza da arquitetura local, o
movimento de turistas e a paz, conseguida pela falta de tráfego de automóveis
(que não existem em Veneza, tal como referimos anteriormente).
É
na praça San Marco que fica a principal Basílica de Veneza, o Palácio dos Doges
e também o Campanário da Basílica, ao lado direito da praça se estivermos de
frente para a Basílica. Também estão importantes pontos de referência, como o
Caffè Florian (um dos mais tradicionais de Itália), a Torre do Relógio de São
Marcos, a Ala Napoleónica, a Logetta, a Casa da Moeda e a Biblioteca Marciana.
Esta
praça sofre constantes inundações, já que está localizada na parte mais baixa
de Veneza, quando a água do Mar Adriático sobe, seja por tempestades ou excesso
de chuva é um dos primeiros locais a ficar cheio de água. É o chamado fenómeno “Acqua
alta”!
Basílica di San Marco
Em
Veneza existem muitas igrejas, mas, nenhuma delas é tão famosa nem tão visitada
como a Basílica di San Marco, em português “Basílica de São Marcos”, que fica
localizada num dos extremos da praça que leva o mesmo nome, mesmo ao lado do
Palácio dos Doges (Palazzo Ducale).
Reza
a história que a primeira igreja da área tinha sido construída num edifício
temporário do Palazzo Ducale, no ano 828, como era uma igreja temporária anos
mais tarde (em 832) foi construída uma igreja no local atual. Mas, por causa de
uma rebelião em 976 a igreja foi incendiada, reconstruida em 978 e,
infelizmente incendiada pela segunda vez em 1063.
Um
fator importante para quem visitar esta igreja é que não é permitida a entrada
de pessoas com mochilas ou bolsas. Primeiro, os visitantes têm que depositar os
seus pertences num local que está muito próximo da igreja. O depósito é
gratuito e não existe qualquer tipo de risco em deixar lá os sacos.
Por
dentro a igreja é bastante bonita, um pouco diferente de tudo o que havíamos
visto até então na Itália, as paredes estão cobertas com mosaicos, uma mistura
de estilos, talvez gótico ou neogótico com um toque bizantino. A igreja é muito
antiga, datada do século XII, os mosaicos como curiosidade, estão feitos em
ouro, bronze e pedras.
Também
há um museu no interior da igreja, a entrada custa €5 e dá direito a visitar a
exposição (não é muito grande, tem poucos artigos) e também subir à cúpula da
igreja, onde se contempla uma bela vista da praça e também do Mar Adriático.
Achamos
que os €5 valem a pena para poder conhecer objetos únicos, como os Cavalos de
São Marcos, que são objetos do saque de Constantinopla e que foram levados ate
Veneza em 1204 pelo Doge Enrico Dandolo. Os cavalos que podem ser observados do
lado de fora da basílica são réplicas, apenas os visitantes do museu têm acesso
aos cavalos originais.
Ainda,
existe a possibilidade de fazer-se uma visita ao tesouro da basílica, com o
custo de €3 por pessoa.
Palazzo Ducale
O
Palazzo Ducale, em português Palácio dos Doges, é um dos grandes monumentos e
construções da cidade de Veneza, o edifício datado de 1309 segue um estilo
gótico veneziano, fazendo parte também da Piazza di San Marco.
Atualmente o palácio alberga um museu chamado ‘Museo di Palazzo Ducale’, portanto é possível entrar no edifício e conhecer um pouco da história do palácio e também conhecer a fundo importantes trechos da história da cidade. Visitar o palácio é um privilégio, no interior podemos conhecer toda a riqueza e poder que existiu nos tempos da ‘Repubblica Serenissima’.
Atualmente o palácio alberga um museu chamado ‘Museo di Palazzo Ducale’, portanto é possível entrar no edifício e conhecer um pouco da história do palácio e também conhecer a fundo importantes trechos da história da cidade. Visitar o palácio é um privilégio, no interior podemos conhecer toda a riqueza e poder que existiu nos tempos da ‘Repubblica Serenissima’.
Ilhas de Murano
Precisamos
de apanhar um vaporetto para poder chegar lá, são na verdade 7 pequenas ilhas
que formam Murano, todas elas podem ser conhecidas a pé utilizando as pontes.
Murano é conhecido pelo trabalho feito em vidro. Com alguma sorte poderemos
assistir ao fabrico do vidro e a forma como é moldado até a elaboração dos
artigos.
O
ponto mais interessante da história deste local é que a produção de vidro em
Murano começou depois que todos os vidreiros foram obrigados a mudar-se de
Veneza, no ano 1291, devido ao alto risco de incêndios. Naquela época a maioria
dos edifícios era construída de madeira e no trabalho de fabricação do vidro
utiliza-se muito o fogo. Por esta razão juntos se mudaram para Murano que se
transformou na localidade dos vidreiros e ganhou fama internacional, sendo por
muito tempo o maior produtor de cristal da Europa.
A
visita à Murano vale a pena, principalmente se a estadia em Veneza durar dois
ou três dias, mas se a nossa passagem pela cidade for rápida aconselhamos a aproveitar
para conhecer os artigos fabricados em Murano nas lojas do centro, são os
mesmos artigos, mas vendidos a preço muito mais alto.
Ruas de Burano
Burano
é uma ilha que está localizada um pouco mais longe do centro de Veneza, na
realidade, como Veneza é um conjunto de várias ilhas menores conectadas por
pontes.
Burano
possui ruas com casas cheias de cores, um ambiente muito bonito e não tão
movimentado quanto a zona da Piazza San Marco. Lá poderemos caminhar
tranquilamente sem o stress que existe em S. Marcos apinhado de turistas,
desfrutando do ar fresco de Veneza, passear por aquelas belas ruelas e admirar
as vistas dos canais.
Passeio de Gôndola
Passeio de Gôndola
Com
certeza a nossa experiência em Veneza teria sido muito mais pobre sem o passeio
de gôndola, além de muito romântico, fazemos uma viagem no túnel do tempo e
conheceremos muito da história deste destino tão particular.
O
passeio de gôndola é feito em embarcações típicas de Veneza, estas foram
desenhadas com características que auxiliam na manobrabilidade e velocidade,
tendo sido utilizado como principal meio de transporte durante séculos na ilha.
Hoje em dia passear de gôndola é praticamente uma “necessidade” para um turista, somos guiados por um “gondoliere”, que faz o papel além de ‘piloto’ destes barquinhos, de guia turístico durante a viagem pelo interior dos canais da cidade. Durante o passeio o gondoleiro conta-nos trechos da história de Veneza, a origem das construções e quem habitava os palácios venezianos.
Hoje em dia passear de gôndola é praticamente uma “necessidade” para um turista, somos guiados por um “gondoliere”, que faz o papel além de ‘piloto’ destes barquinhos, de guia turístico durante a viagem pelo interior dos canais da cidade. Durante o passeio o gondoleiro conta-nos trechos da história de Veneza, a origem das construções e quem habitava os palácios venezianos.
A
profissão de gondoleiro também é muito característica e repleta de história,
primeiro é uma profissão que passa de pai para filho, logo, o nível de
exigência para que um novo gondoleiro seja aceite no ‘clã’ é altíssimo. Não
existem tantos gondoleiros quanto a maioria das pessoas pensa, o trabalho é
bastante tradicional e possui inclusive um certo glamour. São ao todo 426
gondoleiros, sendo que apenas existe uma mulher.
Um passeio destes pode custar entre €80 e €120 euros, tudo depende do trajeto que vai ser percorrido, são três trajetos (80, 100 e 120). O preço é caro, mas vale a pena, ele é válido para uma gôndola independente do número de pessoas, no caso de um grupo o valor poderá ser repartido por todos. Sem dúvida fazer um passeio em Gôndola é uma oportunidade única, algo que você tem que fazer para conhecer Veneza.
Um passeio destes pode custar entre €80 e €120 euros, tudo depende do trajeto que vai ser percorrido, são três trajetos (80, 100 e 120). O preço é caro, mas vale a pena, ele é válido para uma gôndola independente do número de pessoas, no caso de um grupo o valor poderá ser repartido por todos. Sem dúvida fazer um passeio em Gôndola é uma oportunidade única, algo que você tem que fazer para conhecer Veneza.
Se a viagem for feita por um casal, quando passarem por baixo da ponte alta do primeiro canal (Ponte dos Suspiros) deverão dar um beijo. Reza a tradição que esse beijo sob a ponte garante vida longa à relação.
Vaporetto
Este
é o principal meio de transporte entre as ilhas de Veneza, a cidade é bastante
grande e existem ilhas que somente são acessíveis utilizando este transporte. Não
é de uso obrigatório, se apenas quisermos aproveitar o coração de Veneza, a
praça central e conhecer o conglomerado de ilhas do centro.
Porém,
para uma verdadeira experiência em Veneza é muito recomendável o seu uso. Cada
bilhete custa €7, portanto, recomendamos a aquisição de um pacote para
12/24/36/48/72 horas que ficarão muito mais em conta.
Além
de todas as recomendações acima, Veneza não é uma cidade com um turismo tão
pautado, apenas iremos aproveitar ao máximo a nossa visita se nos deixarmos
‘perder’ nas ruas e ruelas da ilha. Cruzar pontes, caminhar em busca de
descobrir ‘a nossa Veneza’, e caso cruzemos a Ponte Rialto não esquecer de
tirar uma foto pois é uma das mais belas da cidade.
Esta
sugestão é especial inclusive para quem tem poucas horas para visitar a cidade,
é delicioso passear e contemplar cada cantinho de Veneza, existem inúmeros
monumentos, pracinhas, palácios e belas pontes por todos os ângulos.
Não conseguimos imaginar uma viagem a Itália sem passar por Veneza, esse conjunto de belas ilhas com milénios de história, é um destino único no mundo. Tudo é lindo em Veneza, cada passo, cada canto da cidade, as ruelas, os canais, um passeio em gôndola. Não se arrependerá nem um pouco de visitar este paraíso.
Não conseguimos imaginar uma viagem a Itália sem passar por Veneza, esse conjunto de belas ilhas com milénios de história, é um destino único no mundo. Tudo é lindo em Veneza, cada passo, cada canto da cidade, as ruelas, os canais, um passeio em gôndola. Não se arrependerá nem um pouco de visitar este paraíso.
Além
de muita história prepare-se para conhecer arte, música, museus, praças,
palácios, igrejas medievais, belíssimas pontes e um show de arquitetura.
Se
tiver a oportunidade de juntar a viagem com o carnaval, com certeza poderá
desfrutar plenamente deste cantinho imperdível do mundo.
Antes
de terminar ainda tivemos oportunidade de dar um saltinho a Pádua, que fica relativamente
perto de Veneza.
Não
temos muitas recordações de Pádua, pois apenas visitamos a Basílica de Santo António
de Pádua, ou será antes o Santo António de Lisboa? Estamos a falar da mesma
pessoa!
A Basílica
de Santo António de Pádua, em italiano: Basilica di Sant'Antonio di Padova é a
maior igreja de Pádua, Itália. Embora receba peregrinos de todo mundo, não é
catedral da cidade. É conhecida como "il Santo", e é administrada
pelos Frades Franciscanos Conventuais.
A construção deve ter começado entre 1234 e 1238, pouco após a morte de Santo António de Pádua, possuindo apenas uma nave. Mais tarde recebeu acréscimos laterais e foi concluída em 1310. O santo, de acordo com seu testamento, foi enterrado na pequena igreja de Santa Maria Mater Domini e perto de um convento fundado por ele em 1229. Essa igreja foi incorporada à atual basílica com o nome de Cappella della Madonna Mora (Capela da Madonna Escura).
A
basílica é um edifício gigantesco sem um estilo arquitetónico definido, embora
os traços românicos e góticos sejam predominantes. As suas cúpulas revelam a
influência bizantina. No interior, o estilo torna-se ainda mais complexo, com
numerosos monumentos funerários e altares renascentistas e barrocos, decorados
com esculturas e pinturas. A Cappella del Santissimo Sacramento é o túmulo de
do famoso condottiero (mercenário) Gattamelata e seu filho Giannantonio. As relíquias
de Santo Antônio estão guardadas na Capela do Tesouro. O corpo do santo, que
estava originalmente na capela Madonna Mora, recebeu no Renascimento uma capela
especial, criada por um grupo de importantes artistas, entre eles Tullio Lombardo,
Antonio Lombardo e Jacopo Sansovino, com esculturas de Tiziano Aspetti. Na
basílica há também diversas imagens notáveis da Madonna. Outras obras são o
magnífico candelabro de Páscoa, de 1515, por Andrea Briosco; as seis estátuas
de santos no altar, de Donatello; e a Crucificação, de Altichiero da Zevio, uma
das obras mais importantes do final do século XIV. Anexos à basílica estão um
claustro e o Oratório de São Jorge, com um grande ciclo de frescos de
Altichiero.
E
assim regressamos ao hotel para preparar o regresso a Portugal, que aconteceu
no dia seguinte, tal como referido anteriormente.
Acabamos, desta forma mais um relato de uma das nossas viagens por esse mundo fora. Esta especial sem duvida, ou não fosse a Itália o país mais visitado do mundo!
Uma ultima palavra para o grupo que nos acompanhou, apenas um termo para o definir: FANTÁSTICO!!!