15 agosto 2006 – Roma – Assis – Siena - Florença
Mais
uma vez acordamos cedo, desta vez para abandonarmos Roma e fazermos a viagem
até Florença.
Como
a viagem ainda era longa, a opção é fazer algumas paragens pelo caminho para quebrar a monotonia e ao mesmo tempo
conhecer alguns locais interessantes.
Desta
forma, a nossa primeira paragem foi em Assis, que fica praticamente a meio do
caminho entre Roma e Florença, por isso é tão interessante visitá-la quando se
está a fazer a viagem entre as referidas cidades.
Apesar
desta cidade, da região da Umbria, possuir diversos museus e atrações como por
exemplo o Templo de Minerva, a Rocca Maggiore (uma antiga fortaleza) e até um
Museu sobre os Índios da Amazónia, toda a gente vai a Assis mesmo é para ver a
sua famosa Basílica dedicada a São Francisco, onde estão enterrados os ossos do
homem que fez um voto de pobreza e foi considerado santo.
Para quem não conheça aproveitamos e deixamos aqui uma breve história da vida de São Francisco: Cimabue Saint Francis Fragment, nascido em 1182 e proclamado santo pela Igreja Católica em 1228 (dois anos após sua morte).
Para quem não conheça aproveitamos e deixamos aqui uma breve história da vida de São Francisco: Cimabue Saint Francis Fragment, nascido em 1182 e proclamado santo pela Igreja Católica em 1228 (dois anos após sua morte).
Francisco era o filho de um rico comerciante. Os primeiros anos da sua juventude foram marcados por todo conforto, luxo, segurança e prestígio proporcionado pelo dinheiro paterno. Aos dezoito anos combatia numa guerra contra os peruginos que o capturaram e o mantiveram prisioneiro durante cerca de um ano.
Aos
23 anos iniciam os primeiros sintomas daquela longa crise espiritual que o
levaria a viver uma vida de renúncias, que depois seria transformada no
programa franciscano.
Nessa
época ele abandonou definitivamente as armas para abraçar a milícia de Cristo,
as palavras do Crucifixo de S. Damião, que lhe pede para reparar a sua igreja;
a renúncia aos bens paternos e a resolução de se dedicar a uma vida de absoluta
pobreza que lhe era sugerida pelo Evangelho.
Sobre
a Basílica consagrada a São Francisco de Assis, na realidade é composta por
duas igrejas: a inferior (1228-1230), a superior (1230-1253) e uma cripta,
escavada em 1818, com o túmulo do Santo.
A
entrada da igreja inferior fica na Piazza Inferiore, separada por um pórtico do
século XV. A igreja foi decorada pelos maiores pintores dos séculos XIII e XIV
como Cimabue, Giotto, os Lorenzetti, Simone Martini. Os vitrais são de Giovanni
di Bonino e Puccio Campanna.
A
urna com os restos mortais do santo encontra-se na cripta escavada entre 1818 e
1824 e foi construída pelo arquiteto Giuseppe Brizzi em forma neoclássica e, posteriormente
restaurada no mesmo estilo pelo arquiteto Ugo Tarchi.
A
visita a Assis foi rápida pois tínhamos de seguir caminho até Siena, a nossa
próxima paragem, na Toscana.
Durante
o caminho paramos num restaurante enorme para almoçar. O almoço já estava incluído
no preço da viagem e foi feito num local onde estavam já parados vários autocarros
com centenas de pessoas. Certamente, um restaurante especializado em grupos de
turistas em transito através da Itália.
Entre
os séculos 12 e 14, Siena era uma das mais prósperas e importantes cidades da
região e vivia permanentemente em guerra com sua a rival, Florença. Após
séculos de disputas e a epidemia de Peste, a cidade acabou por não resistir e
entrou em declínio e foi dominada finalmente pelos florentinos.
Caminhar pelas suas estreitas ruas é uma das melhores coisas a fazer em Siena. As suas construções ainda mantêm o estilo arquitetónico medieval, o que faz sentir o visitante como se estivesse alguns séculos atrás.
A
nossa visita a Siena foi cheia de surpresas, pois desconhecíamos por completo
esta cidade e porque a visitamos em pleno fim de semana do “Palio”, de que
falaremos mais adiante.
Enquanto caminhávamos pela Via Banchi di Sopra, deparamo-nos com uma minúscula praça, rodeada por belos edifícios medievais. É a Piazza Salimbeni. Nela, está o Palazzo Salimbeni, que é a sede do Banco Monte dei Paschi de Siena. No seu interior funciona um museu de arte.
As
ruas são estreitas e há várias ladeiras (já que a cidade fica situada numa
colina). Vários edifícios estão interligados entre si por uma espécie de arco
(que na verdade é uma passagem entre eles). Tudo muito medieval.
Continuando por esta rua, notamos que nas paredes dos edifícios há algumas argolas de ferro decoradas. Elas serviam para que as pessoas pudessem amarrar seus cavalos ali. Uma espécie de “estacionamento” ou “bicicletário” da Idade Média...
No
final desta via encontramos uma arcada, em estilo renascentista, ornada com
estátuas de santos e outros detalhes em sua fachada: é a Loggia della
Mercanzia. Em 1417, era o ponto de encontro de mercadores e negociantes.
Ao
lado da arcada há uma escadaria que desce. Indo por ela, chegamos a um dos
principais pontos da cidade: a Piazza del Campo.
Consiste
numa praça enorme, em formato de leque, com vários cafés, restaurantes e lojas ao
seu redor, bem como rústicos palácios medievais.
Numa
época onde o poder da cidade era medido, entre outras coisas, pelo seu projeto
urbanístico, o Conselho dos Nove (grupo que governava Siena), decidiu
construir, no final do século 12, uma grande praça, que seria a “marca registada” da cidade.
Para
construí-la, foi preciso juntar os 2 campos que ali haviam e expropriar algumas
casas e jardins.
A
praça é inclinada, semelhante a um anfiteatro, toda pavimentada com tijolos e
possui 9 raios que se unem em uma das extremidades, tal como um leque. Eles
representam o Conselho dos Nove.
Temos
2 destaques nesta praça:
•
Fontana Gaia – uma fonte localizada no alto da praça, abastecida por um antigo
aqueduto que por ali passava. Possui algumas figuras em relevo que representam:
Adão e Eva, Maria e o Menino Jesus e as Virtudes. São todas cópias feitas no
século 19. As originais estão preservadas num museu próximo à Piazza.
•
Palazzo Pubblico – um belíssimo edifício medieval que era a sede do poderoso
governo de Siena. Hoje é a camara da cidade. Possui uma torre sineira de 102
metros, considerada uma das maiores em estilo medieval da Europa: a Torre del
Mangia.
O
Palácio é visitável e possui várias salas com magníficos frescos. São tantos,
que acabou por se tornar num museu (o Museo Civico). E também é possível subir
a torre. Quem tiver fôlego para subir os 505 degraus até o topo terá, como
recompensa, uma vista espetacular.
Além
de símbolo da cidade, a Piazza del Campo é conhecida também por ser o palco da mais
famosa festa da cidade que ocorre 2 vezes por ano por aqui: o Palio de Siena. A
festa acontece nos dias 2 de julho e 16 de agosto, sempre ao final da tarde.
Ocorre anualmente, desde a Idade Média!
Trata-se
de uma corrida de cavalos, sem selas, disputada entre 10 das 17 “contrade” (uma
espécie de paróquias ou bairros da cidade). O vencedor leva, para sua “contrade”,
uma bandeira de seda (o Palio), que cada ano é diferente, ou seja, é criada
exclusivamente para cada competição.
Os
dias que precedem o Palio estão cheios de desfiles com trajes típicos,
banquetes e apostas. Os cavalos (escolhidos por sorteio) são benzidos na igreja
antes da competição. Cada “contrade” tem suas cores e cada participante utiliza
o traje típico de seu bairro
É uma
festa e tanto! Nós não assistimos à corrida na cidade, mas podemos ver o
movimento existente na zona à volta da praça e assistimos à corrida, pela
televisão numa localidade próxima, San Gimignano, que visitaremos amanha.
Não
deixem de entrar nas confeitarias de Siena. Há 2 especialidades da região: o Panforte
(bolo à base de amêndoas) e o Zuccotto (bolo recheado de creme, avelãs,
amêndoas e chocolate). Ambos deliciosos!
Seguimos
a pé pela Via Pellegrini, e chegamos no edifício do Battistero. Todo em mármore
branco com detalhes em preto e rosa, fica nos fundos da próxima atração que
visitamos: o belíssimo Duomo de Siena.
Subindo
a escadaria que está na lateral do Batisferio, chegamos à praça que fica em frente à
igreja. E ali, pudemos constatar que estávamos diante de uma das maiores (e
mais belas) catedrais da Itália.
Construída
no século 12, a catedral possui uma arquitetura gótica-romântica e uma fachada
branca, com detalhes rosa e preto. No início do século 14, surgiu a ideia de
ampliar a catedral, o que a tornaria a maior igreja da Cristandade na época.
Mas acabou por não ser concluída, tanto por motivos financeiros como pelo fato
da Peste Negra ter arrasado a cidade (assim como toda a Europa) em 1348.
O interior é magnífico. Possui colunas em preto e branco e belíssimas esculturas por toda parte, muitas delas da autoria de Donatello, Nicola Pisano e Michelangelo. Mas o destaque é mesmo o fabuloso piso, com vários painéis em mosaico, com motivos religiosos e mitológicos.
O interior é magnífico. Possui colunas em preto e branco e belíssimas esculturas por toda parte, muitas delas da autoria de Donatello, Nicola Pisano e Michelangelo. Mas o destaque é mesmo o fabuloso piso, com vários painéis em mosaico, com motivos religiosos e mitológicos.
É
necessário pagar entrar. Sempre achamos isso um absurdo, já que uma igreja é um
templo religioso e que deveria estar aberta ao público em geral. Enfim…, no
nosso caso já estava incluído na viagem por isso nem pensamos duas vezes.
Ainda
em relação à nave inacabada da igreja. Dá para ter uma ideia da dimensão
colossal que ela teria, se tivesse sido concluída.
Utilizando
parte dessa construção inacabada, foi criado um museu, que abriga as obras
originais que ornavam a fachada do Duomo: o Museo dell'Opera del Duomo.
Terminada
a visita a Siena, seguimos o nosso caminho até Florença, onde chegamos já ao
final do dia.
Depois
de instalados no hotel, ainda deu para dar um saltinho ao centro da cidade,
onde jantamos num restaurante local que não conseguimos recordar o nome.
Após
o jantar regressamos ao hotel e fomos descansar depois de um lonnnngo dia.
Amanha,
durante a manha visitamos Florença e de tarde vamos até San Gimignano.
Até
amanha….
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