8 Junho de 2012
O primeiro amanhecer nos Picos da Europa foi, tal como a noite anterior molhado e como tal não havia pressa para sair de casa e dei comigo a pensar se tinha sido boa opção aquela visita, pois tinha sido avisado da instabilidade climatérica daquela região. A opção pelo mês de Junho foi mais ou menos ponderada para fugir ao calor tórrido dos meses de verão e para evitar as enchentes típicas dos meses de Julho e Agosto.
Após um pequeno-almoço no café da esquina, lá saímos em direção a Covadonga e aos seus lagos, o Lago Ercina e o lago Enol.
O conjunto dos lagos de Covadonga é formado por dois pequenos lagos, Enol e Ercina de origem glaciar situados no Parque Nacional das Astúrias Picos de Europa, no maciço ocidental da cordilheira. Existe um terceiro lago, o Bricial que só tem água durante o degelo, mas que também faz parte do conjunto.
Estão localizados no município de Cangas de Onis e só pode aceder-se a eles através de uma estrada de 14 km que sobe do Sítio Real de Covadonga para chegar primeiro ao lago Enol.
A sua utilização frequente desde 1983 como final de etapa na Volta a Espanha tem ajudado a popularizar o local internacionalmente.
Perto do lago Ercina, em Buferrera, existiram até 1979 umas minas que exploravam minério de ferro, manganês e mercúrio e que atualmente estão abertas ao público e valem a pena uma visita às mesmas.
Numa breve paragem num miradouro:
Nesta altura o tempo tinha melhorado consideravelmente, mas no cimo do monte, junto aos lagos o vento era muito desconfortável e apenas lá ficamos o tempo necessário para tirar umas fotos, descendo de seguida pela mesma estrada até Covadonga, onde almoçamos.
Covadonga é uma freguesia do concelho Cangas de Onís no Principado das Astúrias, Espanha, e a única população, da referida freguesia. A freguesia faz parte do Parque Nacional Picos de Europa, e nos seus 2,54 km ² vivem um total de 58 pessoas. Covadonga está a uma altitude média de 257 metros acima do nível do mar, no sopé do Monte Auseva e fica a cerca de 11 km de Cangas de Onís. Possui o monumento mais visitado de Astúrias, um santuário dedicado à Virgem de Covadonga (La Santina), que comemora a batalha de Covadonga. Do conjunto de monumentos que fazem parte do santuário pudemos destacar:
Santa Cueva de Covadonga.
A Santa Gruta de Covadonga é um santuário católico localizada numa caverna no
sopé do Monte Auseva. O significado de "Covadonga" vem de "Cova de onnica" e significa a fonte da caverna.
A origem da caverna como um lugar de culto é controversa. A tradição conta que Don Pelayo, perseguindo um criminoso que se havia refugiado na caverna, encontra-se com um eremita que estava a adorar a Virgem Maria. O eremita pediu a Pelayo para perdoar o malfeitor, porque ele tinha invocado a proteção da Virgem, e diz que um dia também ele teria de se refugiar na caverna. Alguns historiadores dizem que o mais plausível é que Pelayo e os cristãos refugiados na caverna dos muçulmanos teriam com eles uma imagem da Virgem e esqueceram-se dela quando saíram de lá depois da vitória na batalha de Covadonga.
As crónicas muçulmanas sobre a batalha de Covadonga dizem que as forças de Pelayo refugiaram-se na caverna, alimentando-se de mel deixado pelas abelhas nas fendas das rochas. As crônicas cristãs dizem que a intervenção milagrosa da Virgem Maria foi fundamental na vitória, para repelir ataques à caverna.
A primeira construção na caverna remonta ao reinado de Afonso I, O Católico, que, para comemorar a vitória de Don Pelayo sobre os muçulmanos, ordenou a construção de uma capela dedicada à Virgem Maria, que deu origem ao culto da Virgem de Covadonga. Além do altar da Virgem foram construídos mais dois, um para São João Batista e Santo André.
Basílica de Santa Maria la Real de Covadonga
A Basílica de Santa Maria la Real é um templo de adoração católica romana. O templo foi projetado por Roberto Frassinelli e construído entre 1877 e 1901 pelo arquiteto Frederick Aparici e Soriano, em estilo neorromânico, construído totalmente em calcário rosa
Em 1777 um incêndio destruiu o velho templo, que estava ao lado da Gruta Santa, onde adoram a Virgem de Covadonga. Decidiram construir um novo santuário como um monumento pelo que foi pedida ajuda a Espanha, com a oposição do conselho, já que os cânones queriam reconstruir o templo da Santa Caverna e o santuário desenhado por Ventura Rodriguez, teria que esperar, mas mais tarde, pela mão do Rei Alfonso XII a basílica seria mesmo terminada.
A basílica tem uma grande unidade estilística, dentro dos cânones do estilo românico em que foi concebida. O prédio fica num grande terraço, tem três naves, a central significativamente maior do que as laterais, todas cobertas por abóbadas. A fachada principal é notável para os pináculos esguios que coroam as torres. Por todo o edifício destaca-se o tom rosado típico do calcário, que contrasta com o verde da paisagem.
No terraço em frente à Basílica podemos observar a Casa Capitular, a estátua de bronze de Don Pelayo, de 1964 do escultor Eduardo Zaragoza, o sino “Campanona ' de três metros de altura e 4.000 quilos de peso construído em 1900, em La Felguera do escultor italiano Sortini e que foi doado pela Norris Earl Sizzo e Luis Gomez-Herrero e o obelisco com uma réplica da cruz de Victoria de 1857, construído pelos Duques de Montpensier, num lugar chamado "El Repelao" onde a tradição diz que ele foi coroado Rei Don Pelayo.
Depois da visita a Covadonga, decidimos aproximarmo-nos do mar e visitar algumas praias banhadas pelo Golfo da Biscaia com uma passagem por Cangas de Onis, à qual chegamos depois de um percurso feito em montanha e com muitas curvas:
Após a paragem em Cangas de Onis para apreciar a cidade e aproveitar para fazer umas compras para a alimentação das crianças lá partimos em direcção às praias, mais concretamente a Playa de Cuevas del Mar.
O nosso trajecto entre Covadonga e a Praia de Cuevas Del Mar |
Após a paragem em Cangas de Onis para apreciar a cidade e aproveitar para fazer umas compras para a alimentação das crianças lá partimos em direcção às praias, mais concretamente a Playa de Cuevas del Mar.
Apesar do tempo não convidar a banhos estava uma atmosfera agradável na praia e ficamos todos surpreendidos com a calmaria do mar, talvez pelo facto de a praia ficar numa enseada.
Daqui fomos à procura de uma praia que nos tinha sido sugerida por amigos e que tinha como curiosidade o facto de ser uma praia com agua de mar mas na qual não se conseguia ver o mar. Confuso? A água para esta pequena praia chega pelo meio das rochas e a mesma ainda está afastada do mar uns bons metros. A praia chama-se Gulpiyuri!
Caminhando pelas rochas em direção ao mar, tivemos direito a um fantástico pôr do sol.
Fiquei surpreendido com esta pequena praia, porque não esperava encontrar uma praia literalmente no meio dos campos com erva e vacas a pastar lá pelo meio, mas deixo um aviso a quem se atrever a visita-la, muita atenção ao caminho até lá porque é improprio para carros ligeiros, principalmente quando têm uma estrutura mais baixa e desportiva. Existem imensas pedras e a erva que ladeia o caminho poderá deixar marcas na pintura.
Como já eram horas de jantar, fomos procurar um local para jantar, desta vez em Llanes e como nada aparecia no Trip Advisor decidimos perguntar a uns locais que logo nos indicaram um restaurante próximo e onde comemos relativamente bem e pelos mesmos 25€ por casal.
Sopa de peixe |
Filetes de pescada |
Talvez o prato mais tipico daquela região, a Favada Asturiana! |
A região das Astúrias é sem duvida alguma a região da sidra. A sidra é à semelhança do vinho, sumo de maça fermentado que fica com um sabor completamente diferente e com um teor razoável de alcool. Os sidreiros dão algum espectáculo ao servir a bebida já que dizem que a mesma tem que apanhar algum ar antes de chegar ao copo e deve ser bebida rapidamente e em pequenas porções. Pessoalmente acho que é mais para turista ver que pelas razões que apontam, mas como diz o ditado: "À terra onde fores ter, faz como vires fazer!!!"
Amanha iremos até Fuente Dé...
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