domingo, 16 de abril de 2017

Amesterdão - 16 abril 2017 - NEMO Science Museum, Museu da casa flutuante, Museu Ons' Lieve Heer op Solder e Oude kerk



NEMO Science Museum, Museu da casa flutuante, Museu Ons' Lieve Heer op Solder e Oude kerk

Mais um dia de Páscoa passado fora de casa. Desta vez em Amesterdão.

Apesar do dia festivo não tínhamos tempo para grandes festejos pois ainda havia muito da cidade para descobrir e ao contrário do que acontece por cá, tudo estava aberto e a funcionar normalmente.

Tomámos o pequeno-almoço pouco depois das 08:00h e saímos para mais um dia de descobertas.


Desta vez o nosso dia começava com o pensamento nas crianças que nos acompanhavam, já que o nosso destino era um dos museus de ciência mais completos de todo o mundo: o “NEMO Science Museum”, que é uma das atrações imperdíveis para crianças em Amesterdão.


As meninas, ambas com 10 anos, adoraram as horas que por lá passaram. Na verdade, todos nós adoramos!

As diferenças deste museu para outros começam logo pelo edifício, que chama à atenção porque foi projetado para dar a impressão de que se projeta para fora da água.

Sempre achamos que o formato do edifício seria o de um navio pela tradição marítima da Holanda, mas isso não corresponde à verdade pois tem mais a ver com algo que se encontra debaixo de agua.

O arquiteto italiano Renzo Piano teve um momento de inspiração vanguardista quando planeou o design do edifício NEMO, com sua própria praça a 22 metros acima do nível da água.

A construção do NEMO apresentou o arquiteto italiano Renzo Piano um grande desafio: o museu tinha que ser construído no cimo de um túnel subaquático. A curvatura do túnel serviu de base, de alicerces para o projeto e também foi a inspiração para a forma curva do próprio prédio.

O edifício é uma espécie de imagem espelhada do tráfego que descia o túnel, o arquiteto projetou um edifício que parece surgir da água.

O Museu é incrível, muito interativo e divertido para crianças, grandes e pequenas!


As exposições e interações estão muito bem organizadas por andares, que vão progredindo de atividades mais simples para outras mais complexas, por faixa etária.


A parte que as meninas mais adoraram foi a “Sensational Science”. Elas brincaram com luzes, sons e com a eletricidade.

Esta parte é dedicada à física e tem interações interessantes como aquele globo que lança “raios” sobre as mãos colocadas no exterior do globo.


Um equipamento para sussurrar e se comunicar com alguém do outro lado da sala, espelhos, ímanes, um canhão de ar que sopra uma bola para cima.

Nesta área, o que fez mesmo as delicias das meninas foi um espaço onde podiam fazer bolhas de sabão gigantes.

Outra área muito engraçada é a “World of Shapes”, com conceitos de matemática, jogos de espelhos para desenhar padrões, etc.

  
O “Water World” é uma área que tem a “cara” da Holanda. As crianças, desde pequenas já aprendem como podem conter a água nos diques, por exemplo. A ideia é mostrar o quanto é importante controlar a força e nível das aguas para um pais como a Holanda.

A instalação “Energize” também é interessante. São mostrados vários tipos de energia e como a produzir. É excelente para mostrar às crianças quais as alternativas mais sustentáveis dos nossos dias.

Às crianças são propostos brinquedos, movidos com vento, calor, água, etc. Excelentes ideias que nos deixam a pensar.


Há outras áreas muito interessantes, mas mais voltadas para crianças maiores e adolescentes. Uma delas é bem típica da mentalidade aberta dos holandeses, sobre sexualidade. Tudo de uma maneira direta e franca, onde na verdade, o adolescente tem acesso a muitas informações sobre sexo e sexualidade.

Nesta parte de “Teen facts” temos outras interações muito interessantes para que os adolescentes possam expressar-se.

O terraço do museu é incrível e talvez uma das suas maiores atrações.


Além da vista da cidade, podemos apreciar no próprio terraço uma exposição sobre diferentes tipos de energia: eólica, solar, hídrica… para mostrar, de forma interativa às crianças (e não só!), que todas elas são viáveis!


Pena que neste dia, chovia em Amesterdão. Não era uma chuva forte mais criava uma neblina que prejudicava a vista para a cidade.

Ainda assim tivemos oportunidade de tirar algumas fotos para a cidade e aos vasos de orquídeas que estão permanentemente colocados nas escadas do terraço e que transmitem tanta cor ao local.


Neste andar, funciona um ótimo café e restaurante, com lanches e refeições simples em estilo buffet. Podemos voltar a entrar no museu, bastando para tal apresentar o bilhete de entrada.
 
Nós adoramos a visita e recomendamos, especialmente se têm crianças já com alguma idade que tiram imenso proveito das propostas de interação!

Foi mesmo por aqui que almoçamos, umas sandes e umas coxas de frango com batata assada. Um pouco caro para a qualidade, mas em Amesterdão, o que é que é barato?
 



Após o almoço, sempre acompanhados por uma chuva que quase não molhava mas que era desconfortável porque obrigava a guardar as máquinas fotográficas na mochila e tira-las cada vez que queríamos usar, fomos caminhando junto aos canais até chegarmos a um museu, no mínimo curioso: o museu da casa flutuante ou casas barco!

 
Este museu foi criado quando o morador de uma casa flutuante percebeu a curiosidade dos visitantes sobre a sua residência.


Em 1997, Vincent van Loon criou o Museu da Casa Flutuante no Hendrika Maria, um cargueiro de 1914. Ele converteu o navio numa casa flutuante nos anos 60. 


Atualmente, o local é mantido como se ainda fosse habitado, e os visitantes podem ver como é viver num barco e podem esclarecer dúvidas como "Como se consegue eletricidade e água potável?" ou "Não é muito frio no inverno?", entre outras.


A casa flutuante está aberta para visitas num atracadouro próximo da Casa de Anne Frank.


A visita é feita por conta própria, com folhetos disponíveis em vários idiomas, incluindo o português.

Podemos imaginar como seria tomar um chá, um café ou outra bebida numa sala holandesa ao estilo dos anos 50, e no final podemos comprar uma lembrança na loja existente à saída do museu.


Esta é uma oportunidade única para ver como é a vida dos holandeses – e não apenas dos que vivem em casas flutuantes, já que a decoração é típica do país.

É difícil descrever o que isso significa exatamente. Apenas quem já visitou o local pode perceber o que isto significa.


Não é um museu que recomendemos vivamente. As entradas são baratas (€4,50), e no nosso caso foi de borla com o “Amsterdam City Card” e se tiverem curiosidade será uma visita diferente.

Continuamos a nossa caminhada pela cidade, sendo eu nesta altura passamos junto à casa de Anne Frank, uma das atrações mais famosas de Amesterdão!

Não conseguimos bilhetes online e combinamos que passaríamos por lá e caso a fila não fosse muito grande (habitualmente é!) tentaríamos visitar o interior da casa! Infelizmente demorámos tempo valioso a decidir se queríamos visitar ou não o museu. A indecisão dos nossos companheiros de viagem tirou-nos a possibilidade de conhecer este local marcante.


Fomos informados que a entrada na casa demoraria cerca de 3 horas e optamos por não ficar à espera, até porque ficaríamos à chuva.

Apesar de não termos visitado o interior da casa deixamos aqui algumas considerações sobre o local.

A Casa de Anne Frank, um museu com uma história a contar. Nesta casa, no centro de Amesterdão, está o esconderijo onde Anne Frank escreveu o seu famoso diário durante a Segunda Guerra Mundial. Anne Frank, uma garota normal em circunstâncias excecionais. Durante mais de dois anos, ela descreveu no seu diário os eventos do seu dia a dia no esconderijo.

O diário original de Anne e alguns dos seus outros cadernos estão expostos na Casa de Anne Frank numa mostra permanente. A coleção e as mostras temporárias tratam a perseguição aos judeus durante a guerra, o fascismo, o racismo e antissemitismo contemporâneos.


Tivemos pena de não visitar mas o nosso tempo era curto para estar tanto tempo numa fila.

Continuamos o nosso caminho até pararmos noutro local que para nós era de visita obrigatória: o “Museu Ons’ Lieve Heer op Solder”. Dito apenas desta forma será desconhecido da maioria das pessoas, mas depois de conhecido nunca mais se esquece.


Durante a Era de Ouro holandesa, a Holanda passava pela Reforma Protestante, que proibiu os católicos de praticar a sua religião em público. Como resposta a esta proibição, Jan Hartman preparou a construção de uma igreja clandestina no sótão da sua casa recém-comprada em Amesterdão em 1661.


O Museu de Ons’ Lieve Heer op Solder, significa o Museu do Nosso Senhor no Sótão, é formado pela casa e pela igreja perfeitamente preservada, que se tornou um símbolo nacional da liberdade religiosa.

Jan Hartman foi um próspero mercador que fez fortuna com o comércio de linho e amealhando taxas de importação de vinho. Aos 42 anos, Hartman, a sua esposa e os seus cinco filhos mudaram-se para uma casa grandiosa na margem do canal Oudezijds Voorburgwal, onde também comprou duas propriedades adjacentes. Entre os anos de 1661 e 1663, Hartman supervisionou a conversão dos três andares superiores numa igreja magnífica, escondida atrás da fachada da casa.

Como um dos museus mais antigos de Amesterdão, fica atrás apenas do Rijksmuseum, o Museu de Ons’ Lieve Heer op Solder permite aos visitantes uma visão reveladora sobre a vida na Holanda no século 17.

A visita começa com um passeio pela casa na qual Hartman viveu com a sua família e com o padre Petrus Parmentier.

O salão de receção resplandece com o seu design simétrico e móveis ornados, um teto com painéis e um brasão por cima da lareira. Duas cozinhas são decoradas com azulejos, e as salas de estar estão mobiladas com réplicas dos tecidos que pendiam das paredes para conservar o calor.

A igreja no sótão mantém-se próxima da sua condição original. Ela é primorosamente decorada e ainda contém muitos dos artefactos preciosos, obras de arte e detalhes do início da Era de Ouro.


Durante vários projetos de restauração ao longo dos anos (a última obra importante foi concluída em 2015), as paredes foram pintadas com um tom raro de rosa-escuro, extraído e recriado a partir da cor original através de investigações científicas.

A cor chama-se ‘caput mortuum’, que significa ‘cabeça morta’. Uma pintura extremamente elaborada de Jacob de Wit forma a decoração do altar por cima do púlpito, e a instalação elétrica original foi substituída por lâmpadas elétricas.


Os fiéis da igreja vinham de todos os lugares da cidade para assistir à missa, celebrada pelo padre Petrus Parmentier, que morava na casa com a família de Hartman, e também para visitar o padre no confessionário, obtendo assim perdão para os seus pecados.

  
Curiosamente, quando o governo protestante descobriu o Museu de Ons’ Lieve Heer op Solder escondido atrás da casa de Hartman, a sua resposta foi impôr uma política que criou espaço para que outras religiões não ligadas ao protestantismo aparecessem em cena.

Estas medidas abriram caminho para as atitudes de liberdade religiosa que a Holanda ainda hoje exibe.


O museu também oferece um programa variado de exposições baseadas nos temas tolerância e diversidade, que estão disponíveis na parte final da visita.

 
Sem dúvida uma experiência indescritível imaginar como seria o culto e a vivência dos fiéis naquela altura.

Para terminar o nosso dia, continuando no tema das igrejas fomos visitar a última igreja que constava no nosso programa.

Conhecida como a construção e a igreja paroquial mais antiga de Amsterdam, a Oude Kerk fica numa praça singular da cidade, na Oudekerksplein com o seu pavimento de paralelepípedos, mesmo ao lado do canal Oudezijds Voorburgwal.


 Apesar da paisagem tipo “cartão postal”, que transporta os visitantes séculos atrás no tempo, atualmente a Oude Kerk está de olhos postos no futuro.


Embora aqui ainda se prestem serviços religiosos com regularidade, em 2016 o prédio tornou-se oficialmente um museu, convidando artistas contemporâneos nacionais a expor os seus trabalhos e a interagir com o espaço histórico.


Uma curiosidade é o facto da Oude Kerk (literalmente, a ‘Igreja Antiga’) ficar mesmo no centro do Distrito da Luz Vermelha de Amsterdam. Este facto levou a que brincássemos com o facto de os fiéis poderem pecar e logo de seguida conseguir o perdão! e também dizermos que pecadores não lhe devem faltar!


A sua origem humilde remonta aproximadamente ao ano de 1213, quando foi construída como uma capela de madeira no local onde o Rio Amstel desaguava no Rio IJ. Naquela época, a igreja tinha uma grande importância para os marinheiros e pescadores predominantes na área.

Em 1306, a igreja foi oficialmente dedicada a São Nicolau, o santo padroeiro dos pescadores, marinheiros e mercadores. Nos séculos subsequentes, a construção evoluiu até se tornar o monumento grandioso que se vê atualmente.

Foi ampliada para criar o conhecido formato de cruz, enquanto a sua torre principal, que possui 4 sinos e um carrilhão de 47 peças, foi elevada e reformulada várias vezes.

Durante sua existência, a igreja abrigou os primeiros católicos e depois os Calvinistas, presenciou revoltas civis, foi destruída por multidões e danificada por incêndios, mas continuou a ser uma parte essencial da vida dos cidadãos de Amesterdão por mais 800 anos.

Existem cerca de 2.500 túmulos na igreja (e cerca de 10.000 corpos lá enterrados) e os restos mortais de todo o tipo de pessoas, de almirantes a governadores, de poetas a compositores.


Se olharmos em qualquer direção dentro da igreja veremos artefactos de várias épocas, todos com uma história para contar.

As pedras pesadas no chão marcam túmulos de momentos cruciais da história de Amesterdão, as luzes coloridas transpassam os grandes vitrais, muitos dos quais datam dos séculos 15 e 16.

Ainda há navios em miniatura pendurados pelas paredes, em comemoração à sua época de igreja do porto.

E se erguer-mos os olhos para o teto, uma abóbada de madeira revela resquícios de pinturas medievais. Os órgãos de tubo majestosos e ornamentados da igreja são um espetáculo por si só, ainda enchendo a igreja de música durante os recitais.

Mais uma vez aproveitamos o guia em português para aproveitar mais em pormenor a nossa visita a esta igreja.

Uma vez no exterior da igreja, fomos brindados com uma chuva mais intensa que desaconselhava qualquer passeio adicional pela cidade.


Optamos então por regressar ao hotel onde ficamos na conversa e tivemos oportunidade para experimentar uma das bebidas típicas da Holanda: o jenever!

O jenever, ou gim holandês, é provavelmente a bebida alcoólica holandesa mais conhecida. Originalmente, era um vinho de malte ao qual se adicionavam extratos de frutos de junípero. No entanto, desde o final do século XIX, os produtores têm adicionado ao vinho álcool etílico neutro. Praticamente todos os bares na Holanda o vendem como jonge jenever (jovem) ou oude jenever (maduro). Embora o consumo de jenever venha diminuindo gradualmente, ainda é de longe a bebida destilada mais popular da Holanda.


Ficamos por ali até ao jantar, mais uma vez no restaurante ao lado do hotel, já conhecido destas páginas.

As escolhas não variaram muito, mas a conta desta vez foi um pouco mais elevada pois as escolhas foram mais caras. Cerca de 60€ por casal!

No final do jantar eram horas de voltar a preparar as malas pois regressaríamos a casa no dia seguinte.

Até amanha, para o nosso regresso!

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