Após
o almoço, decidimos caminhar, para ajudar a digestão, e fomos, sempre com os
canais como companhia até a um dos extremos da cidade, onde fica localizado um
dos museus mais interessantes de Amesterdão: o Museu Marítimo ou Het Scheepvaartmuseum, em holandês.
Que
Amesterdão deve a sua riqueza ao mar, ninguém duvida. Na idade de Ouro dos
séculos VI e VII, os holandeses navegaram à volta do mundo à procura de
produtos raros para levar para a Europa. Eles foram uma das grandes potências
marítimas e ainda hoje são um importante destino marítimo. Basta recordar o
porto de Roterdão como um dos mais importantes do mundo.
A
cidade foi construída virada para o mar, os seus canais estão definidos como
uma teia de aranha, onde cada família que possuía boas condições construiu uma
casa num dos seus canais com direito a um armazém privado e um guindaste no
piso superior. Esta maximização da propriedade junto ao mar, permitiu a uma
grande parte da sociedade holandesa usufruir da riqueza da nação ao longo dos
tempos.
Uma
das nossas dicas para entender melhor a cidade, é visitar o referido museu marítimo.
O
museu foi reaberto no início de 2011, após uma grande remodelação e oferece uma
história de aventuras marítimas da Holanda nos últimos 500 anos.
O
museu está localizado relativamente perto da Estação Central de Amesterdão e é muito
fácil chegar até ao mesmo. Basta ir caminhando junto canal. No seu interior somos
brindados com modernos displays interativos que nos dão uma explicação como os
marinheiros encontravam seus caminhos através das estrelas, como os navios
foram construídos e onde e porque era feito o comércio.
Uma
das mostras mais interessantes são álbuns de fotos dos marinheiros do século
passado. Somos convidados a sentar numa poltrona folheando as páginas dos
mesmos com a opção de ouvir uma narrativa áudio a explicar as fotos. Dá para
viajar no tempo e imaginar algum velho marinheiro contando as suas histórias no
mar.
Podemos
ver, também uma grande coleção de objetos de navios, equipamentos náuticos e
uma galeria de arte de pinturas marítimas.
Outro
grande atrativo do museu, e aquele que nos levou até lá, é o Amsterdam, uma
réplica em tamanho real do navio que já não existe, pois já afundou, pertencente à
Dutch East India Company.
Esta
réplica faz um grande sucesso junto das crianças holandesas que chegam em
grupos escolares para explorar o museu e passar um dia diferente.
Gostamos
imenso do museu, mas ficámos com uma sensação de que falta qualquer coisa ao
museu. As instalações são do melhor que pode existir e que talvez com um pouco
mais de imaginação e criatividade podiam transformar um bom museu num museu fantástico,
referência mundial na área marítima.
Para
terminar este tema, falta falar dos preços. O museu é caro: 15€/adultos - e
7,50€/ crianças e idosos. No nosso caso, acho que apenas visitamos o museu pois
estava incluído no “I amsterdam City Card”, pois caso contrário não pagaríamos o
valor da entrada.
Saímos
do museu novamente em direção ao centro da cidade. Nesta altura pudemos admirar
melhor um dos ícones da cidade, que visitaremos mais tarde, o NEMO, o museu de ciência.
Uma joia de arquitetura.
A
cada caminhada que fazíamos mais deliciados ficávamos com a arquitetura dos edifícios,
a sua ligação aos canais criando uma harmonia quase perfeita.
Entretanto
reparamos que num local se aglomeravam turistas e ficámos intrigados. Lá percebemos
que estávamos junto de uma das casas mais estreitas de Amesterdão. Na hora, alguém
dizia que era mesmo a mais estreita, mas pelo que pudemos investigar, tal não é
correto!
Regressamos
à praça Dam pois as miúdas queriam andar numa das diversões existentes na
praça, e que tanto nos irritaram por impedirem a visão dos monumentos.
Logo de seguida fomos experimentar uma
iguaria típica (no mau sentido!): batatas fritas com um molho à escolha, mas o
mais usado é mesmo maionese. Qualquer coisa parecido com “Vlaams Frites”, em holandês.
Sem
dúvida que são saborosas, agora saudáveis? Nem por sombras. O próprio óleo que
é usado para as fritar está mais negro que o das roulottes em dia de jogo de futebol.
Apenas aconselhamos pela experiência, já que são mesmo boas!
Continuamos
o nosso passeio pelas ruas do centro da cidade, com uma primeira incursão pela
Red Light District, um pouco a medo, pois não sabíamos o que esperar e estávamos
com as miúdas.
Estava
tudo muito vazio e apenas o barulho que vinha dos “coffeeshops” quebrava a
tranquilidade. Isso e o cheiro característico desta zona e que não engana ninguém...!
Aliás, o cheiro foi uma das maiores marcas que nos ficaram de Amesterdão. O
cheiro a “erva” estava por todo o lado!
E
como o tempo passa a correr já anoitecia e decidimos regressar ao hotel e jantar por lá
pois queríamos deitar cedo para recuperar da última noite e preparar para o
dia seguinte.
Regressamos
novamente à Estação Central onde apanhamos o metro até ao nosso hotel. Ainda andámos
um pouco perdidos, pois não encontrávamos a entrada do metro, mas rapidamente
descobrimos onde era a linha de metro. É o problema de na mesma estação coincidir comboio e metro.
Perguntamos
no hotel onde poderíamos jantar e sugeriram-nos um restaurante mesmo ao lado, o
Marmaris.
O
restaurante é seguramente de proprietários árabes (turcos, sírios,...?), e apresenta um cardápio variado
que vai desde as pizzas aos kebabs passando pelos bifes e pelas massas.
Gostámos
tanto do restaurante que jantamos lá novamente na nossa última noite na cidade. Além da qualidade da comida tinha a grande vantagem de estar ali mesmo ao lado do hotel.
Os
preços são moderados para a realidade holandesa, pelo que pudemos jantar sem
estourar com o orçamento.
Custo
total para 6 pessoas, 4 adultos e 2 crianças, cerca de 105€.
Após
o jantar ainda tentamos ficar um pouco no lobby a conversar e beber uma cerveja
mas rapidamente recolhemos aos quartos, tanto pelo cansaço como pela ausência de
movimento no bar.
No
dia seguinte tínhamos que acordar cedo para visitar um dos locais em que colocávamos
mais expectativas: Zaanse Schans, com os seus moinhos de vento. Será que o local vai
superar as expectativas? Amanha veremos!
Até
amanha...
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