8 dezembro 2016 – Ponte Lima - Corunha
Mais um
fim-de-semana prolongado, mais uma oportunidade para uma escapadinha com a
família.
Por vezes
preocupamo-nos em conhecer locais longe de casa e desconhecemos por completo
alguns que ficam ali ao virar da esquina. Tentamos dar razão à frase anterior,
se bem que não foi a nossa primeira opção.
Como decidimos
já perto da data, o preço dos voos para algumas das capitais europeias que
ainda não conhecemos estavam proibitivos, pelo que tivemos de encontrar alternativas
que não usassem o avião. Foi desta forma que chegamos à escolha da cidade da
Corunha, uma cidade da Galiza que dista cerca de 300 kms de nossa casa.
Saímos já a
manha estava a meio, afinal de contas não havia pressa e os dias previstos na
Corunha seriam mais que suficientes para visitar a cidade.
A nossa primeira
paragem estava prevista para Correlhã, Ponte de Lima, para um belo Arroz de
Sarrabulho no Restaurante Casa Borges, “apenas” o local onde encontramos o
melhor sarrabulho do país (somos nós a afirmar isto, atenção!). Acontece que ao
chegarmos o restaurante tinha uma lista de espera enorme e só poderíamos
almoçar cerca das 15:00h. Porque será?
Acabamos por
alterar os planos e mudamos de restaurante para um já velho conhecido: o
restaurante “Manuel Padeiro”. Não tendo a mesma qualidade que o nosso primeiro
desejo é um restaurante que apresenta uma boa relação qualidade/preço e onde
tínhamos a garantia de um bom serviço.
Mudou o
restaurante mas não mudou o prato, ou seja mantivemos a ideia do Arroz de
Sarrabulho, e até as miúdas comeram.
O preço a pagar,
com entradas, o arroz, vinho, agua e sobremesas: 38€, ou por volta disso pois
não ficamos com a copia da fatura.
Após o almoço
aproveitamos para dar uma voltinha na zona adjacente ao rio lima, que aquela
hora fervilhava de atividade fruto das muitas excursões que ali param nos
fins-de-semana.
Auto-proclamada como a mais antiga vila de Portugal, segundo Foral assinado em 1125 pela
condessa D. Tareja [D. Teresa, mãe de D. Afonso Henriques], Ponte de Lima é uma
beleza constante ao sol e à chuva.
No início da
última década do milénio passado, a Assembleia Municipal da vila minhota
recusou a elevação à categoria de cidade, carregando o lema de que «mais vale
ser uma grande vila do que pequena cidade».
O grande areal
que recebe as feiras e a vaca das cordas - que marcou o fim da tradição pagã
fazendo o bicho vergar-se em frente da Igreja, num ritual milenar que hoje em
dia se inicia na casa de Nossa Senhora d'Aurora - é atravessado pela ponte
medieval, que se aproveitou de uns quantos metros de artes construídos pelos
romanos e ali deixados como restos de um legado imperial.
Ponte de Lima é
um monumental retrato histórico do Portugal emergente, e 876 anos depois
recusou o estatuto de cidade.
Em Ponte de Lima
há sempre algo de curioso para ver, nem que seja uma humilde loja de ferragens
ou uma brilhante joalharia que na montra expõe peças de ouro que parecem de
outros tempos. É que estas peças são réplicas de adornos visigóticos e romanos,
que os artífices desta região recuperaram para o presente.
O bom almoço
retempera forças ao visitante desta que «de ponte se faz vila» (texto do foral)
e que não se esgota no que aqui foi dito. Aconselhamos a visita!
Já com a certeza
que apenas chegaríamos à Corunha ao final da tarde saímos de Ponte Lima em
direção à auto-estrada e partimos para o nosso destino final.
Tal como
previsto demoramos cerca de 2:15h a chegar ao destino pois os radares, lá tal como
cá não perdoam!
O hotel que
escolhemos está localizado numa zona tranquila da cidade, próximo do mar e da
principal atração da cidade, a Torre de Hercules. Como tudo tem o reverso da
medalha, fica algo afastado do centro histórico da cidade.
E já que referimos
o hotel, dizer que ficamos alojados no Hotel Eurostars Ciudad de la Coruña,
um hotel que ostenta a categoria de 4* e que apresentava um preço fantástico
(226€/ 4 pax para 3 noites com pequeno almoço incluído).
O hotel
apresenta já alguns sinais de desgaste, como em tudo na vida o uso requer
manutenção e em alguns pormenores o hotel descurou esse aspeto. Nada de
realmente importante, mas detalhes que não deveriam passar despercebidos a uma
cadeia de hotéis com algum nome no mercado.
O grande senão
deste hotel, para quem quer visitar o centro da cidade é a permanente
necessidade do uso do carro, pois do hotel ao centro da cidade antiga são cerca
de 30 min a caminhar! Nada de extraordinário, mas para quem tem crianças não é fácil,
como veremos no próximo post.
Fizemos o
check-in no hotel e saímos até ao centro da cidade, onde é muito complicado
estacionar pelo que tivemos de encontrar um parque pago para o fazer. Existe um
junto à marina que fica muito perto do centro e de onde podemos aceder a todos
os locais com interesse na cidade antiga ou velha como lhe quisermos chamar!
Por ser altura
de Natal a cidade estava iluminada com motivos alusivos à época, pelo que decidimos
que o programa para essa noite seria caminhar pelas ruas pedonais admirando as
iluminações.
Começamos junto à
marina, percorremos toda a Calle Real, talvez a rua pedonal mais importante da
cidade e fomos parando para tirar algumas fotos.
As ruas estavam
muito movimentadas, por ser feriado também em Espanha os turistas misturavam-se
com os locais que faziam as suas compras natalícias.
O cheiro a castanhas assadas era comum a toda a zona e convidava a “enganar” a fome com um pequeno cartucho das mesmas, acabadas de assar ainda quentinhas.
As castanhas tiveram o dom de tirar o apetite a todos nós que optamos por comer apenas um hambúrguer, para contentamento das meninas mais novas.
Continuando a
nossa caminhada, um pouco por acaso demos connosco na praça Maria Pita, onde
fica localizada a sede do município.
O nome desta
praça vem de uma personagem muito conhecida e acarinhada pelos espanhóis.
Maria Maior
Fernandes da Camara Pita, conhecida popularmente como Maria Pita, nasceu por
volta de 1560 na Corunha no seio de uma família modesta.
Esta personagem
ficou muito conhecida na história espanhola pela sua intervenção, em 1583,
durante o cerco que os ingleses fizeram à Corunha. Maria Pita, numa altura em
que os ingleses se encontravam em claro domínio e a vencer sobre a população da
Corunha que se encontrava cada vez mais desmotivada, consegue derrotar o
soldado inglês que carregava a bandeira. Com a bandeira inglesa nas suas mãos,
Maria Pita motiva a população da Corunha, que assim consegue vencer as tropas
inglesas.
Em jeito de
brincadeira, dizemos que foi a padeira de Aljubarrota lá do sítio…
Toda a praça
estava preenchida com diversões para crianças, com muitos carroceis, um “mini” mercado
de Natal e até a casa do Pai Natal! Infelizmente aquela hora, o senhor já se
tinha recolhido para dormir e a casa estava fechada!
Como as meninas,
por esta altura já estavam cansadas decidimos regressar ao hotel para
descansar. Afinal ainda tínhamos muito tempo para visitar a cidade!
Amanha começaremos
verdadeiramente a conhecer a cidade.
Até amanha!
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