11 junho 2016 – Roma
Por
esta altura já o corpo pedia uma reposição de energias pois já tínhamos
ultrapassado largamente a hora de almoço.
Decidimos
afastar-nos um pouco do Vaticano para tentar um restaurante menos turístico
onde pudéssemos comer melhor e mais barato.
Encontramos
uma esplanada, aparentemente, do agrado de todos junto à estação Ottaviano–San
Pietro e ficamos logo por ali, no restaurante Il Ciociaro.
O
menu estava recheado de pastas e pizzas (ou não estivéssemos em Itália!) e lá
escolhemos umas pastas, um risoto, um bife de frango, na tentativa de agradar a
todos. Não era uma tarefa fácil e no final acabou por ser uma refeição
fraquinha por cerca de 60€.
Aproveitamos
que estávamos junto à estação do metro e fomos comprar o nosso bilhete de
transportes públicos valido para 72 horas.
Em
Roma existem vários tipos de bilhetes, que podem ser usados no metro, nos Bus e
nos elétricos. São eles os seguintes:
Bilhete
Integrado – BIT: 1,50€, valido por 100 minutos contados a partir da hora que forem
validados pela primeira vez. Pode ser usado uma vez no metro e um número
ilimitado de vezes para os Bus, dentro dos 100 minutos de validade.
Roma
24H – 7,00€, válido por 24 horas a partir da primeira vez que for validado, no
território de Roma Capital. Pode ser usado um número ilimitado de vezes,
incluindo metro, Bus e elétrico, além de autocarro da Cotral (percurso urbano) e
Ferrovia Regional (percurso urbano). Esta excluído o trajeto Roma – Aeroporto
Fiumicino, tanto para Bus como para comboio.
Roma
48H – 12,50€, válido por 48 horas. Tudo o resto é igual ao 24h.
Roma
72H – 18,00€, válido por 72 horas. O resto é igual
Bilhete
7 dias – CIS: 24,00€, valido por 7 dias da data de validação ou seja até as
24:00 horas do sétimo dia.
Apenas
fomos comprar aquela hora pois dessa forma teríamos a possibilidade de usar os
transportes públicos até ao final da nossa viagem.
Já
de posse dos bilhetes apanhamos o metro até Barberini, a estação de metro mais
próxima da Fontana di Trevi.
Ainda
tivemos de caminhar um pouco, mas sempre deu para ir apreciando as ruas
movimentadas de Roma, aquela hora da tarde.
Considerada
a mais bela fonte do mundo, a Fontana di Trevi é um dos mais belos monumentos
de Roma. A Fonte fica no Bairro do Quirinal, no centro histórico de Roma.
Antigamente, era costume construir uma fonte onde um aqueduto terminava e esse
é o caso da Fontana di Trevi, que marca o final do Aqua Virgo, um antigo
aqueduto de grande valor simbólico e histórico para a Itália. Projetada por
Nicole Salvi e construída em 1735, a Fontana di Trevi tem 26 metros de altura e
vinte metros de largura.
A
fonte fica no cruzamento de três ruas, tre vie em italiano, o que deu origem ao
nome Fontana di Trevi. Ganhou fama mundial depois da famosa cena do filme La
Dolce Vita, de Federico Fellini, em que a atriz Anita Ereberg se molha nas
águas da fonte.
Em
1960, a Fontana foi imortalizada pelo cineasta Federico Fellini, no filme La
Dolce Vita. Numa das cenas mais míticas do cinema mundial, a bela Anita Ekberg
salta para dentro da fonte e banha-se de roupa em suas águas mágicas, na
presença de Marcello Mastroianni. Depois dessa cena sedutora, a Fontana di
Trevi nunca mais passou despercebida aos olhares do mundo.
Além
disso, desde o filme “Three Coins in the Fountain”, que em português recebeu o
título de “A Fonte dos Desejos”, tornou-se tradição que, se alguém jogar uma
moeda na fonte, ele voltará a visitar a cidade. Deve-se virar de costas para a
Fonte e jogar uma moeda nas suas águas. Também, se alguém solteiro jogar duas
moedas, ele encontrará sua cara-metade em Roma. Estes gestos de desejo são
repetidos por todos, porque, assim, planta-se a semente de um dia poder voltar
a Roma ou encontrar a cara-metade.
Outra
lenda romântica diz que, quando o amado tiver que partir para uma guerra, ou
simplesmente em viagem de negócios, o amor entre o casal estará garantido,
apesar da distância, se juntos beberem um copo de água da fonte, sendo que o
copo deve ser quebrado depois. A água mágica da Fontana di Trevi fará que o
homem que partiu nunca se esqueça de sua amada.
Por
entre a multidão lá conseguimos tirar umas fotos da fonte, comprovando o seu
estado após a longa renovação que recebeu durante o tempo que esteve fechada.
Continuando
a nossa jornada fomos caminhando em direção à Piazza Navona e no meio do
percurso demos de caras com o Panteão, na Piazza della Rotonda, A linda Piazza
della Rotonda, com suas fontes e o seu obelisco Egípcio, merecem uma pausa para
algumas fotos e, porque não, passar algum tempo sentado num dos inúmeros
restaurantes ao lado da praça, apreciando esta paisagem única e, depois, perdemo-nos
nas estreitas ruas que cercam o Pantheon. É impossível não ficar encantado...
Não
é exagero afirmar que o Pantheon é um dos lugares mais extraordinários de Roma.
O Pantheon foi mandado erigir pelo imperador Marco Vipsânio Agripa em 25 aC,
durante seu terceiro consulado. Esta é a razão pela qual o Pantheon é conhecido
como Pantheon de Agripa.
Destruído
por um incêndio, foi reconstruido por Adriano em 118 dC e, desde o Século VII,
foi convertido para igreja católica. Hoje, abriga os sarcófagos dos reis
italianos e figuras importantes na história da Itália.
As
pessoas faziam uma fila organizada para visitar o Pantheon, já que a entrada no
seu interior é controlada para evitar a acumulação no seu interior. A entrada é
grátis e o monumento está aberto diariamente das 8:30 às 19:30h.
A
sua estrutura foi construída em concreto natural de material pozolánico, de uma
região próxima do vulcão Vesúvio, tal como muitos outros monumentos de Roma.
Quem apenas conhece a parte exterior não imagina a grandiosidade de seu
interior, todo em mármore.
A
construção da cúpula em forma de hemisfério do Pantheon foi um marco da
engenharia romana. Com 43,5 metros de diâmetro e 43,5 metros de distância do
chão, a precisão da obra impressiona, é perfeita. Uma abertura central de 8
metros permite que a luz solar ilumine a área interna, porém, a chuva também
penetra neste espaço, contrariando a ideia que a água iria evaporar antes de
chegar ao solo, como muitos acreditavam.
No
Panteão estão sepultados personagens ilustres da história italiana: Vittorio
Emanuele II, primeiro rei da Itália, Umberto II, a rainha Margherita, graças à
qual nasceu a pizza italiana, pintores famosos como Annibale Carracci e
Baldassarre Peruzzi, mas sobretudo o grande Raffaello Sanzio. Foi ele mesmo
que, encantado com a imensidade e a perfeição do monumento, pediu para ser
enterrado aqui, num simples sarcófago de mármore branco, colocado atrás de um
vidro, entre a estátua da “Madonna del Sasso”, por ele mesmo encomendada e o
busto da sua namorada, Margherita Luti, a famosa “Fornarina”.
No
túmulo do artista renascentista, um poema escrito em latim diz: “Aqui está o
Rafael pelo qual, enquanto viveu, Mãe Natureza temeu ser superada, e que quando
morreu temeu morrer com ele.”
Como
a noite já se estava a aproximar fomos caminhando em passo acelerado até
chegarmos finalmente à Piazza Navona, também ela uma das mais bonitas da cidade
de Roma.
A
sua forma assemelha-se à dos antigos estádios da Roma Antiga, seguindo a
planificação do Estádio de Domiciano (também denominado entre os italianos de
Campomarzio, em virtude da natureza rude e esforçada dos exercícios - manejo de
armas - e desportos atléticos que aí se realizavam). Na altura, albergaria até
20 mil espetadores sentados nas bancadas. A origem do nome deve-se ao nome
pomposo que lhe foi dado ao tempo do imperador Domiciano (81-96 d.C.):
"Circo Agonístico" (do étimo grego Agonia, que significa precisamente
- exercício, luta, combate).
Atualmente
o nome corresponde à corruptela da forma posterior in agone, depois nagone e
finalmente navone, que por mero acaso significa também "grande navio"
na língua italiana.
As
casas que entretanto e com o passar dos anos foram sendo construídas sobre as
bancadas, delimitariam e circunscreveriam até à atualidade o tão afamado Circo
Agonístico.
A
Piazza Navona passou de fato a caracterizar-se como praça nos últimos anos do
século XV, quando o mercado da cidade foi transferido do Capitólio para aí.
Foi
remodelada para um estilo monumental por vontade do papa Inocêncio X, da
família Pamphili e é motivo de orgulho da cidade de Roma durante o período
barroco.
Sofreu
intervenções de Gian Lorenzo Bernini (a famosa Fontana dei Quattro Fiumi,1651)
ao centro); de Francesco Borromini e Girolamo Gainaldi (a igreja de Sant'Agnese
in Agone); e de Pietro de Cortona, que pintou a galeria no Palácio Pamphilj,
sede da embaixada do Brasil na Itália desde 1920.
A
Fontana dei Quattro Fiumi (Fonte dos Quatro Rios), foi esculpida por Gian
Lorenzo Bernini entre 1648 e 1651, artista do barroco italiano, (em frente à
Igreja de Santa Inês, obra de Borromini).
Foi
concebida por uma ordem do Papa Inocêncio X, o papa da família Pamphili, que
residia na praça. Ela representa os quatro principais continentes do mundo
cortados pelos seus principais rios: Rio Nilo, na África; Rio Ganges, na Ásia,
Rio da Prata, na América e o Rio Danúbio, na Europa.
O
mercado tradicional voltou a ser transferido em 1869 para o Campo di Fiori,
embora a praça mantenha também um papel fundamental em servir de palco para
espetáculos de teatro e corridas de cavalos. A partir de 1652, todos os sábados
e domingos de agosto, a praça tornava-se num lago para celebrar a própria
família Pamphili.
A
praça dispõe ainda duas outras fontes esculpidas por Giacomo della Porta - a
Fontana di Nettuno (1574), na área norte da praça, e a Fontana del Moro (1576),
na área sul.
Na
extremidade norte da praça, por debaixo dos edifícios, foram postas a
descoberto ruínas antiquíssimas, a uma cota muito abaixo da atual, comprovando
a primeira utilização daquele imenso terreiro.
Infelizmente,
não tivemos muito tempo na praça e não a pudemos explorar como esta merece. O
dia estava a chegar ao fim. O cansaço da Beatriz e dos meus sogros já era muito
e ainda tínhamos que procurar um autocarro que nos trouxesse até casa, pois o
metro mais próximo ficava muito afastado.
Apanhamos
um autocarro até à estação do metro de Lepanto e no caminho até ao apartamento iríamos arranjar um restaurante. Encontramos o “L'Aquila D'Oro” na Viale Giulio
Cesare e foi mesmo por ali que ficamos. Estávamos tão cansados e com fome que
nem pensamos muito.
Mais
uma vez pedimos vários tipos de comida e fomos partilhando entre todos.
Não
foi uma má opção, pois a comida estava muito melhor que a do almoço e o custo
foi mais ou menos o mesmo.
Findo
o jantar regressamos a casa, para descansar que o dia já ia longo e as pernas
já se queixavam.
Amanha
vamos ver o Papa! Até lá…
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