26 Dezembro 2015 – Cidadelhe (Mesão Frio)
Um
pequeno (grande!) imprevisto privou-nos das já planeadas (e ansiadas!) férias
para o final do ano de 2015. Mas como temos sempre que olhar em frente
decidimos que se não podíamos tirar férias pelo menos sairíamos para uns
fins-de-semana fora, inicialmente sem filhos e no seguinte com toda a família
reunida.
Foi
com este enquadramento que na noite do dia 25 de Dezembro, em pleno dia de
Natal consultamos o maior site de referência nas reservas online: Booking.pt na
expectativa de encontrar uma boa combinação local/hotel/preço para um
fim-de-semana longe da confusão e do ruído que por esta altura estava instalado
junto da nossa família. Muitas crianças juntas normalmente é sinónimo de muito ruído de fundo…e estávamos a precisar de fugir para longe!
A
escolha então para o fim-de-semana seguinte, não “last minute” mas antes “last
second” já que foi marcada cerca das 24:00h para o dia seguinte, foi para uma
das zonas mais bonitas e ricas de património do nosso país: o Alto DouroVinhateiro.
Esta zona, graças
às vinhas que se estendem por milhares de hectares, são um deleite para os
olhos, tanto de portugueses como de estrangeiros, amantes ou não de vinhos, mas
que facilmente se apaixonam por algo tão puro como o verde que nasce planalto
acima, numa tela de pintura única, qual obra prima sem igual por esse mundo fora!
O difícil, numa zona como esta, é escolher onde ficar. À partida, (quase) todos os hotéis usarão as soberbas e maravilhosas vistas sobre o rio e/ou para as vinhas como chamariz para atrair o turista a pernoitar por lá. Como queríamos passar um fim-de-semana em grande, decidimos optar pela viagem até Cidadelhe (Mesão Frio) e ficar no majestoso e digno de elogios Hotel Aqua Douro Scala.
Quem
nos conhece sabe que a nossa primeira reação ao chegar ao hotel foi ficar em
silêncio total dada a grandiosidade das vinhas que nos acompanharam desde a
entrada principal até à sumptuosa casa principal que serviu de inspiração a
este paraíso rural.
A
receção, situada nessa mesma casa principal, apesar de um pouco estranha pelo
seu reduzido tamanho, recebe-nos com um teto inteiramente de madeira talhada e
ornamentado com quinas e brasões. Ao fundo, bem escondida e cuidada, uma
pequena capela vive no hotel e serve de chamariz aos mais curiosos pela arte
sacra. O azul e branco são as cores que predominam por toda a capela tornando-a
fresca e convidativa.
Depois do check-in – e de nos terem dado algumas dicas sobre o funcionamento do hotel e todas as coordenadas necessárias para não nos perdermos na imensidão labiríntica do Hotel – dirigimo-nos ao quarto que, claramente, era capaz de deixar qualquer viajante mais calejado em hotéis de topo boquiaberto. Com uma imensa janela com vistas intermináveis para as vinhas ao longe, a luz entrava vigorosamente pelo quarto adentro tornando-o mais apelativo e convidativo do que aquilo que ele já era.
Depois do check-in – e de nos terem dado algumas dicas sobre o funcionamento do hotel e todas as coordenadas necessárias para não nos perdermos na imensidão labiríntica do Hotel – dirigimo-nos ao quarto que, claramente, era capaz de deixar qualquer viajante mais calejado em hotéis de topo boquiaberto. Com uma imensa janela com vistas intermináveis para as vinhas ao longe, a luz entrava vigorosamente pelo quarto adentro tornando-o mais apelativo e convidativo do que aquilo que ele já era.
Dotado
de uma cama de casal bastante larga e moderna, o quarto possuí uma decoração e
design completamente distintos do habitual já que, fora da casa de banho, uma
confortável e vistosa banheira jazia encostada a uma das paredes do quarto.
Ainda dentro do quarto, o lavatório ocupava a zona central do quarto, dividindo espaço com uma secretária. Uma disposição estranha mas, no mínimo, bastante inteligente e até prática.
Para
além da piscina exterior com uma vista de cortar a respiração e um espaço
envolvente bastante moderno, o hotel possuí ginásio, jacuzzi, zona de massagens
e uma lindíssima piscina interior.
Ao contrário da habitual pastilha azul-turquesa, esta piscina era diferente da maioria das outras já que, além de aquecida era toda preta tornando-a bastante original e enquadrando na perfeição com a decoração do local. Assim que olhei para a piscina lembrei-me logo do Hotel Casino de Chaves que também tinha uma piscina “preta”!
Ao contrário da habitual pastilha azul-turquesa, esta piscina era diferente da maioria das outras já que, além de aquecida era toda preta tornando-a bastante original e enquadrando na perfeição com a decoração do local. Assim que olhei para a piscina lembrei-me logo do Hotel Casino de Chaves que também tinha uma piscina “preta”!
Fomos
dividindo o tempo entre a piscina e o jacuzzi, que como estava quase sempre vazio
permitia que estivéssemos a sós durante muito tempo. Não sei porquê nunca
gostei de dividir um espaço tão pequeno como um jacuzzi com um “monte” de
pernas no seu interior. Essa será a principal razão para estes momentos terem sido
tão bons…
No
que toca a refeições, o hotel fica algo isolado e se não existe a intenção de
percorrer largos quilómetros para fazer uma refeição a opção terá de recair no
restaurante do hotel.
Com
uma vista privilegiada para o Vale do Douro, este restaurante proporciona a descoberta
dos mais tradicionais sabores da região.
Localizado na antiga adega da casa senhorial o Restaurante Quinta do Paço mantém nas paredes os traços originais.
Localizado na antiga adega da casa senhorial o Restaurante Quinta do Paço mantém nas paredes os traços originais.
Aberto
todos os dias para almoço e para jantar, com menus que reinventam a cozinha
típica da região e a elevam a um outro patamar. A excelente oferta de vinhos
complementa e enriquece a oferta gastronómica.
Já
sabemos que as refeições nos hotéis não são baratas, muito menos nos hotéis de
qualidade por isso não estranhem a conta ser um pouco mais elevada.
Pessoalmente aceitámos cometer uma pequena extravagância, num momento mais
especial…
Após
a refeição fomos explorar um pouco mais em pormenor a capela existente no
interior do hotel.
A
Capela Palatina da Casa da Quinta do Paço, dedicada à Virgem Maria e a Santo
António, está interligada na ala Este, tendo encostado:
·
Á
fachada sul, um edifício cujas características o permitem incluir na época
moderna (século XVI) ou na arquitetura portuguesa chã (século XVII);
·
Á
fachada Norte, uma cozinha e arrecadação, do século XIX;
Segundo
consta de documentos muito antigos, pertença da família proprietária, a atual
capela teria sido construída sobre um templo anterior gótico com vitrais.
O
espaço interior do templo assemelha-se à Igreja dos Clérigos, no Porto, de
Nicolau Nasoni, construída em 1732 e à sala elíptica do Capítulo do Palácio de
Mafra.
A
nave em forma elíptica, coberta por uma cúpula de pendentes, caiada, com
zimbório central quadrangular, rodeado de símbolos da Paixão de Cristo, em estuque
pintado de azul, proporciona uma especialidade fluida, cara aos especialistas
barrocos.
As
paredes, de dimensão mediana, são de alvenaria de xisto caiado, formando
painéis brancos enquadrados por pilastras e cornija de granito e lambril de
madeira pintada, imitando o mármore verde veiado; na superfície das paredes,
rasgam-se nichos e vãos emoldurados por ombreiras, arcos, padieiras e lancis de
granito. O arco cruzeiro de granito, com a pedra de fecho e aduelas superiores
em forma de cartela enquadrada por volutas e borlas, assenta sobre fortes
pilastras de capitéis dóricos e mísulas onde assentam as imagens de Santo
António e S. Francisco Xavier.
O
espaço estreito da capela-mor é dominado pelo altar e abóbada de berço caiada,
onde se destaca um medalhão com relevo em estuque pintado que representa, sobre
fundo azul, um cálice envolto por uma videira, símbolo da Eucaristia. Tem uma
entrada a partir da escadaria exterior do edifício, outra a partir do interior
do edifício na parede ocidental para acesso privado dos senhores da Casa e
ainda uma terceira do lado norte, que foi posteriormente entaipada com a
anexação da cozinha.
Os
vãos têm formas geométricas, como retângulos, ou formas compósitas com retângulos
e elipses. A luz do dia penetrava pela fachada ocidental e pelo zimbório da
cúpula (antes das alterações introduzidas no edifício), dando força poética ao
seu interior e acentuando o contraste entre as superfícies caiadas e as linhas
de granito ou do claro-escuro, obtido pelo ritmo côncavo-convexo. Fonte
Sem
duvida nenhuma, todos concordarão que uma capela, ainda por cima com tanta
historia, não será o mais óbvio para encontrar no interior de um hotel.
O pequeno almoço do hotel também é servido no restaurante mencionando anteriormente e é excelente. Muita variedade de fruta, queijos, pão, compotas.
Cada vez me convenço mais que em alguns hotéis o pequeno almoço vale a estadia tal a qualidade que apresenta.
O pequeno almoço do hotel também é servido no restaurante mencionando anteriormente e é excelente. Muita variedade de fruta, queijos, pão, compotas.
Cada vez me convenço mais que em alguns hotéis o pequeno almoço vale a estadia tal a qualidade que apresenta.
Falando
agora sobre o que fazer, além das tradicionais vindimas (sim! Se tiverem
vontade, a estadia nesta zona do país pode incluir uma atividade deste género),
esta é uma zona com uma riqueza paisagística enorme.
Durante
o nosso fim-de-semana optamos por essencialmente ficar a relaxar no conforto do
hotel, mas um bom conselho é aproveitarem para conhecer um pouco mais do Alto
Douro Vinhateiro e percorrer a rota do Vinho do Porto, por exemplo até ao Pinhão.
O caminho de carro até lá é soberbo não só pelas vistas sobre as vinhas mas
também porque é sempre à face do rio que nos vai acompanhando até ao destino.
Ainda que o Pinhão seja pequenino, garantimos que a ida até lá vale imenso a
pena.
Se
preferirem fiquem-se pelo Peso da Régua. A imensa quantidade de história
vitivinícola é notória já que, na região, respira-se vinho.
Pode
sempre fazer uma visita ao Museu do Douro ou ao Solar do Vinho do Porto. Ah, e
não podemos esquecer de comprar uns saquinhos de rebuçados da Régua a uma das
muitas simpáticas senhoras que vendem perto do ancoradouro do rio. São muito
bons e estão cheios de tradição.
Tal
como temos referido aqui constantemente, Portugal está efetivamente cheio de
coisas lindíssimas e dignas de visita. Garantimos-te que esta zona do Alto
Douro Vinhateiro além de apaixonante é indicada para quem quer relaxar e
afastar-se da confusão nem que seja só por um fim-de-semana.
Deixo aqui um vídeo que existe no you tube e que mostra toda a qualidade deste hotel:
Deixo aqui um vídeo que existe no you tube e que mostra toda a qualidade deste hotel:
Apesar
de cada vez menos frequente a tradicional falta de rede de telemóvel servia como
uma ótima desculpa para não se conseguir comunicar com o exterior e, assim,
passar uns dias descontraído sem pensar em mais nada a não ser comer bem e
dormir ainda melhor. Infelizmente as operadoras de telemóvel estão a avançar
cada vez mais para estes locais mais remotos e já não passamos por esta
experiência há algum tempo.
Opinião Global: 8/10
Quase a terminar deixo aqui uma grelha de avaliação do hotel à semelhança do que já fiz
com outros hotéis e que constituem a minha
opinião sobre os mesmos:
Avaliação
Localização: 6/10
Acessibilidade: 6/10
Funcionários: 7/10
Limpeza: 7/10
Conforto: 8/10
Design/Decoração: 8/10
Pequeno-Almoço: 9/10
Relação Qualidade-Preço: 8/10
Um
até já para a segunda parte deste tópico, com o primeiro fim-de-semana de 2016
a ser passado fora de casa!
Onde?
Já vamos ver!