sábado, 17 de junho de 2006

Itália Clássica - 17 Agosto 2006 - Florença - Pisa - Bolonha - Veneza



17 agosto 2006 – Florença – Bolonha - Veneza


Acordamos, uma vez mais muito cedo, pois era dia de nova viagem de autocarro, desta vez até Veneza.

Logo de manha saímos do hotel que nos acolheu em Florença, do qual por lapso ainda não falamos para passarmos durante o dia por Pisa, Bolonha e o dia terminaria em Mestre, a chamada Veneza Continental, por ser uma “continuação” de Veneza fora das ilhas.

Voltando ao hotel em Florença, ficamos hospedados num hotel ligeiramente afastado do centro. Na realidade não era verdadeiramente um hotel, podendo se calhar chamar-lhe uma residencial, com muita qualidade, ao ponto de um jogador da Fiorentina viver lá permanentemente, Luca Toni, para os mais curiosos!


O hotel surpreendeu-nos pela positiva pois o nome, as fotos e a localização faziam-me lembrar uma casa de freiras e íamos com essa expetativa. Deparamo-nos com um local calmo, tranquilo, mas com muita qualidade.

Em resumo, esteve perfeitamente ao nível dos outros hotéis 4* que encontramos durante a viagem.
Cerca das 8:00h da manha quando saímos em direção a Pisa, que fica relativamente próxima de Florença.

Pisa é uma cidade pequena, movida principalmente pela sua universidade e, é claro, pela horda de turistas que vai lá todos os dias visitar a torre. Apesar do seu charme, não é lá uma cidade com tantos atrativos como outras cidades italianas como Roma, Veneza, Florença, e outras tantas mais. Por isso muitos turistas optam por não passar a noite em Pisa, apenas fazem uma rápida visita e seguem viagem. No fundo o que nós mesmos fizemos!

Relativamente à cidade, o que podemos ver em Pisa?

Claro que Pisa não é apenas a Torre, nem só a Piazza del Miracoli, mas quando se tem o tempo limitado, temos de dar uma especial atenção às atrações mais importantes.

Começando pela Piazza dei Miracoli


A belíssima praça da catedral acolhe os mais conhecidos pontos turísticos da cidade de Pisa, um complexo arquitetónico imperdível e surpreendente.

Na Piazza dei Miracoli (Praça dos Milagres) podemos encontrar os monumentos religiosos mais importantes da cidade, como a Torre Pendente, o Duomo, o Battistero e o Camposanto (cemitério).
O mais conhecido de todos é, seguramente a Torre Inclinada, “La Torre Pendente di Pisa” é o ponto máximo da cidade, um símbolo, conhecido em todo o mundo. É surpreendente a história da torre, que a cada ano que passa se inclina um pouco mais, embora a câmara da cidade não olhe a esforços para travar a sua inclinação.

Saber que novas gerações poderão não ter a oportunidade de conhecê-la de pé deixa os visitantes arrepiados, vale a pena visitar a Torre antes que esta caia, é uma obra prima da arquitetura.


A Torre di Pisa foi construída entre os séculos XII e XIV, tendo ficado inclinada pois o terreno cedeu, isso já nos primórdios da construção, até aos dias de hoje ela permanece assim, recebendo turistas dos quatro cantos do mundo, maravilhados precisamente por esse facto histórico.

Os engenheiros que analisaram a inclinação da torre dizem que ela nunca cairá, embora nos cause uma sensação de medo, é muito seguro visitar a Torre di Pisa. A Torre foi projetada por Diotisalvi, o mesmo arquiteto que estava construindo o Batisfério, presente na mesma praça.

A Torre di Pisa foi proposta como uma das sete maravilhas do mundo moderno, embora não tenha ganho a eleição, ela é realmente um dos pontos turísticos imperdíveis da Europa e do mundo.

Subir ao topo da torre tem um custo de €18 por pessoa, o horário das visitas é das 9h00 às 19h00, todos os dias de março a outubro. Já no período de inverno, entre novembro e fevereiro o horário é reduzido, das 9h30 às 17h00 – Sugerimos uma consulta aos dados atualizados pois os mesmos podem alterar com o tempo.

Outro dos monumentos que podemos (e devemos!) visitar numa passagem rápida por Pisa é “Il Duomo di Santa Maria Assunta”, a catedral da praça. Foi desenhada pelo arquiteto Buscheto, que juntou as tradições clássicas e elementares da arte da Romandia.

A sua construção iniciou-se no ano 1064, juntamente com o início das obras de reconstrução da Basilica di San Marco em Veneza.


Dizem que naquela época existia uma rivalidade muito forte entre as cidades, que disputavam entre si a construção dos mais belos locais de culto da religião católica.

A visita à catedral é gratuita, mas dependendo da época do ano você pode-se enfrentar grandes filas, mais prováveis no verão.


Atenção aos horários das visitas, no inverno a catedral esta aberta das 10h00 às 12h45 e das 15h00 às 16h45 (dias de semana), já nos fins de semana ela apenas abre de tarde das 15h00 às 16h45. Já noutras épocas do ano (primavera, verão e outono) ela abre todos os dias das 8h00 às 20h00.

Das mãos do arquiteto Diotisalvi, no ano de 1153, foi dado o pontapé inicial para a construção do “Il Battistero di Pisa”, um monumento clássico da arquitetura europeia, que possui um formato redondo, com uma cúpula belíssima.


Este é o maior batisfério da Itália, com algumas características peculiares, por exemplo, é possível observar que a construção foi feita utilizando vários tipos de material, a justificação para este facto foi a falta de dinheiro, que de tempos a tempos obrigava os construtores a modificar o projeto original.

Pelo mesmo motivo (falta de dinheiro) se atribui a ausência de frescos no teto, comum em construções religiosas e previsto no projeto original do Battistero di Pisa.

Para visitar o batisfério é necessário comprar um passe, que dará direito a visitar também o Museo dell’Opera del Duomo, custando €5 por pessoa. O horário de visitas é: de novembro a fevereiro das 10h00 às 16h30, e de março a outubro das 9h00 às 18h30.

O batisfério está fechado nos dias 1 de janeiro e 25 de dezembro, por isso é necessário estar atento para não dar com a cara na porta.

 
O Cemitério Monumental de Pisa é considerado por muitos um lugar sagrado, lá estão enterradas as personagens mais ilustres da cidade, um ambiente com obras de arte da idade antiga (etruscos), dos tempos dos romanos e medievais, até as obras-primas do século passado.

As paredes dos túmulos dos mortos são feitas de mármore branco, de arquitetura simples, no centro do jardim podemos encontrar os túmulos das personalidades mais importantes, alguns inclusive em sarcófagos romanos.

Sem dúvida que este é um dos cemitérios mais visitados do século XIX, e um dos mais importantes da Itália. No ano de 1945 sofreu um bombardeamento durante a Segunda Guerra mundial e várias das suas obras de arte foram danificadas. O trabalho de restauração prossegue até os dias de hoje.

As obras danificadas podem ser observadas no Museo delle Sinopie, também na cidade de Pisa.

Se o tempo para visitar Pisa for um pouco maior que o que nós tivemos, digamos dois ou três dias, existem muitos lugares dignos de se visitar, Pisa é uma cidade de arte, arquitetura incrível e muitos atrativos.
·     Museo delle Sinopie (é possível visualizar uma coleção de obras de arte que foram retiradas do Camposanto após o bombardeamento de 1945);

·         Museo dell’Opera del Duomo (possui uma coleção de obras de arte que fizeram parte das construções da Piazza del Duomo);

·         Piazza dei Cavalieri (foi nesta praça que foi proclamado o fim da independência de Pisa, no ano 1406);

·      Palazzo della Corovana (localizado na Piazza dei Cavalieri, hoje é sede da prestigiosa Scuola Normale Superiore di Pisa, criada por Napoleão Bonaparte);

·         Chiesa di San Francesco (construída a partir de 1276);

·         Chiesa di San Nicola (construída a partir de 1097);

·         Chiesa di Santa Maria della Spina (construída a partir de 1230 nas margens do rio Arno);

·        Borgo Stretto (uma das regiões mais famosas de Pisa, localizado bem atrás das arcadas medievais do rio Arno);

·         Palazzo dei Medici (os Medici governaram Pisa entre 1392 e 1398);

·         Palazzo Reale (construído em 1559, com representações de Galileo Galilei e os planetas que ele descobriu com seu telescópio);

·     El cantiere delle navi antiche di Pisa (um museu arqueológico, com restos de embarcações e um porto urbano em quase perfeito estado de conservação);

·      I Lungarni di Pisa (é possível fazer um belo passeio de barco, para visualizar as curvas do rio Arno e a arquitetura medieval local);


Visitada a cidade de Pisa, partimos em direção a Bolonha, outra das cidades que nada nos diziam pois não pesquisamos nada sobre esta cidade. O facto de apenas passarmos pela cidade de passagem para Veneza e a visita ter de ser muito curta é a justificação para este desconhecimento. O pouco tempo passado na cidade foi sempre acompanhado pelo guia da Nortravel, não havendo grande margem para visitar outras coisas.

Com quase 400 mil habitantes, a cidade de Bolonha fica no norte de Itália, na região de Emilia-Romana, entre o rio Reno e o rio Savena. É uma cidade multicultural e também com um ambiente jovem e universitário.

É nesta cidade que se encontra a universidade mais antiga do país e da Europa, datada do século XI (1088) e por onde passaram personalidades – e deram aulas lá também – como Petrarca, Dante e Boccaccio. Mais de 80 mil estudantes vivem na cidade de Bolonha, algo que se nota mal se chega à cidade pela quantidade de gente jovem que anda pelas ruas. Nós não notamos este facto pois visitamos a cidade no mês de agosto, época de férias para a generalidade das escolas.

Também por aqui (na região de Bolonha) passaram os romanos, a ocupação de Napoleão Bonaparte e a cidade foi bombardeada durante a Segunda Guerra Mundial.

A cidade de Bolonha é conhecida como “La grassa, La dotta, La rossa”, o que significa “A gorda, A culta (ou a douta) e A vermelha”.

A Gorda pela diversidade da sua gastronomia; a Douta por ser sede da universidade mais antiga do país; e a Vermelha, porque na arquitetura medieval, que domina em Bolonha, destacam-se os edifícios e telhados de cor avermelhada (também as janelas mantêm uma cortina, estilo tapa-sol, do lado de fora e em vermelho).



Bolonha é um sítio pitoresco. O centro pode ser facilmente visitado em pouco mais de dia, mas se puder passar umas horas a “sentir a cidade” ainda a fica a conhece-la melhor. Sente-se num dos cafés ou esplanadas e fique só a apreciar a vida da cidade.

Ao fim de semana, por exemplo, duas das principais ruas são fechadas – Via Ugo Bassi e Via Indipendenza – ao trânsito e todas as lojas ficam abertas até mais tarde. Os cafés, bares e restaurantes aproveitam e montam esplanadas mesmo no meio das estradas.

Há também música na Piazza Maggiore e noutros locais, que animam as ruas. Esta animação funciona das 8h00 de sábado até às 22h00 de domingo.

Bolonha é uma cidade vibrante, com gente de todas as idades a andar de bicicleta – a velocidades incríveis e vestidos de qualquer forma, mesmo com saltos altos – e que também usa muitas motas. Em todas as ruas de Bolonha existem bicicletas estacionadas. Se quiser experimentar existem pontos na cidade para alugar as bicicletas.

Em cada rua há um motivo a fotografar e, em cada canto, uma igreja para visitar, cheia de história. Os palácios mostram as suas enormes janelas, com portadas de madeira, e portas centenárias (bem tratadas) que mostram a riqueza das famílias que ali viveram – em cada parede há uma placa a explicar a história do local.

Os corredores (ou arcadas), junto das lojas, são todos cobertos e estendem-se por quilómetros. São obras com muitos anos – dizem que foram uma marca arquitetónica, do tempo da ditadura, e em algumas cidades até os retiraram por causa dessa conotação – mas quando chove são perfeitas para lá andar debaixo e, assim, também conseguiram manter o comércio tradicional ativo, quer chova ou faça sol.

A Piazza Maggiore (Praça Maior): onde está a Fonte de Netuno (Fontana del Nettuno), obra do século XVI é um dos locais onde se encontram as maiores atrações. Aqui também fica localizada a Basílica de São Petrónio (Basilica di San Petronio); os palácios Palazzo d’Accursio (ou Palácio da Comuna); o Palazzo del Podestà, o Palazzo Re Enzo, o Palazzo de’ Banchi e a Sala Borsa, uma biblioteca multimédia.

Na Praça e fonte de Neptuno: há sempre um corrupio por lá. Artistas de rua, turistas, visitas de estudo e muita gente a circular.

Temos também as duas Torres: Torri degli Asinelli (97,20 metros) e Garisenda (48,16 metros de altura). Foram ambas construídas entre os séculos XII e XIII. Entrada: 3€/pessoa

Digamos que não inspiram grande confiança. Uma está meia tombada e já foi retirado parte do topo, por precaução – recordo que a cidade sofreu bombardeamentos durante a Segunda Grande Guerra – e, na outra, a proposta é subir 498 degraus minúsculos de madeira… só fomos espreitar, mas acabamos por não subir. Mas, a vista deve ser espetacular do topo.

A Basílica de São Petrónio é a sexta Igreja maior do Mundo e fica na Praça Maior. É de facto enorme. Ficamos sem palavras. Foi construída entre os séculos XIV e XVII e além da sua grandiosidade tem pinturas de vários artistas no seu interior.

 
O Palazzo d’Accursio ou Palazzo del Comune: é um conjunto de edifícios com séculos de história. Atualmente é aqui que está a sede do governo da cidade de Bolonha. Também no seu interior tem estátuas e pinturas com muita história.

Também merecem uma visita os Palazzo del Podestà e Palazzo Re Enzo: entre eles está o Palazzo del Capitano del Popolo. O Palazzo del Podestà começou a ser construído no século XIII e o Palazzo Re Enzo em 1245.

Voltone del Podestà: está entre aqueles dois palácios e guarda uma curiosidade que todos querem testar. Na galeria, com uma abóbada, se sussurrar num dos cantos as pessoas conseguem ouvir tudo, no canto oposto.

Toda a cidade de Bolonha está recheada de comércio tradicional. Desde pequenas lojas, até às grandes marcas internacionais. Aqui não há centros comerciais – só algumas galerias que reúnem marcas – e o comércio faz-se todo na rua. As ruas mais populares com lojas são a Via Farini, a Via Ugo Bassi, a Via Indipendenza e a Via San Felice.

Nas ruelas descobre-se lojas de comida italiana, desde as pastas frescas até aos queijos. A zona do Quadrilátero – que fazia toda parte do mercado – é toda ela recheada de cafés, lojas e pequenos restaurantes com comida típica bolonhesa. Também podemos encontrar peixe fresco à venda e outros produtos alimentares. Os locais fazem mesmo as suas compras aqui.

Às sextas e sábados, na Piazza VIII Agosto, há um mercado (ao sábado é mais parecido com uma feira) com bancas que vendem vários artigos: antiguidades, artigos vintage, artigos para casa, sapatos e muita roupa.

Não é por acaso que Bolonha é chamada – e tem, como um dos três apelidos – a Gorda. A sua riqueza gastronómica faz com que muitas dietas vão por água abaixo com pizzas, pastas, risottos e outros pratos típicos. E os gelados, claro. Que são dos melhores do mundo.

E lá partimos nós até Mestre, onde iríamos pernoitar nos próximos dias enquanto estivéssemos de visita à cidade de Veneza.

O hotel escolhido pela Nortravel foi o Novotel Venezia Mestre Castellana, uma excelente unidade 4* pertencente ao grupo ACCOR HOTELS. Só não leva nota máxima, pois a localização para quem não tem transporte não é a melhor e existem algumas alternativas melhor localizadas.


Acomodados nos quartos, a ansiedade para conhecer Veneza era muita e certamente por saber disso, a Nortravel preparou para esta primeira noite um passeio noturno até ao centro de Veneza.

Fomos de autocarro até a um local onde nos esperava alguns táxis aquáticos e fomos divididos por estes e iniciamos um passeio pelo Grande Canal até à zona da Praça S. Marcos passando pela famosa ponte do Rialto.


Os flashes das maquinas fotográficas fartaram-se de disparar, todos sem exceção a tentar ficar com recordações da estadia em Veneza.

Fomos apreciando as imagens de Veneza à noite, iluminada com uma imensidão de lâmpadas que se refletiam nas aguas escuras das lagoas e canais criando uma imagem única de se ver.


Neste post não falaremos sobre a cidade em detalhe, vamos deixar isso para o(s) post seguinte(s) e apenas aqui deixaremos fotos, umas melhores que outras, mas qualquer uma delas não fará justiça às imagens que temos na nossa cabeça.


 Regressamos ao hotel para uma noite de descanso. Corpo cansado e a mente cheia de boas imagens para processar durante o sono. Talvez por isso, dormimos como anjos…


 Até amanha, em Veneza…