Dia 22 Outubro 2006 – Dubrovnik
Dubrovnik é uma cidade que foi fundada para juntar duas pequenas cidades: Laus que se situava numa pequena ilha ao sul da costa da Dalmácia e Dubrava situado numa colina eslava.
Dubrovnik vista do cimo do teleférico |
A cidade quase foi destruída em 1667 após um forte terramoto, sendo reconstruida na zona onde atualmente fica situada a Placa. Fortificou-se a cidade e construíram-se 2 portos, um em cada lado da cidade.
Desde o século XIV até 1808, a cidade se auto-governou como um estado livre chamado "República de Ragusa", também conhecida como República de Dubrovnik. Esta república atingiu o seu apogeu entre o XV e no século XVI, quando rivalizava com a República de Veneza.
A República foi perdendo importância após a crise da navegação no Mediterrâneo e especialmente após o terramoto de 1667. Em 1669 foi forçada a estabelecer um pacto com os otomanos para proteger-se do avanço das tropas venezianas.
O fim da República de Dubrovnik veio com a conquista pelas tropas napoleónicas em 1806, sendo oficialmente abolida em 1808.
A Fonte de Onofre |
Em 1815, Dubrovnik foi anexada pela Áustria e assim permaneceu até 1918, quando tornou-se parte do "Reino dos Sérvios, Croatas e Eslovenos" (Jugoslávia em 1929). No início da Segunda Guerra Mundial, Dubrovnik fazia parte do Estado da Croácia independente. De abril de 1941 até setembro de 1943, a cidade foi primeiro ocupada por tropas italianas e, em seguida pelas tropas alemãs. Foi libertada em 1944 por partidários da Jugoslávia.
Em 1979, das Nações Unidas reconheceu a cidade como Património Mundial, pelo seu importante património histórico e artístico.
Em 1991, após a declaração de independência da Croácia, a cidade foi bombardeada e sofreu alguns danos. Após o final da Guerra dos Balcãs a UNESCO começou a reconstrução da cidade, que foi realizada de forma a manter a arquitetura e estética original. Além disso, a reconstrução foi aproveitada para proteger o resto dos edifícios contra os terremotos.
Hoje, existem poucas cidades no Mediterrâneo que estejam tão bem preservadas e ao mesmo tempo cheias de vida. O tráfego automóvel foi completamente eliminado no centro histórico da cidade, e as esplanadas tomaram conta das ruas e praças, sempre coberta com uma pedra branca brilhante que parece uma extensão dos edifícios que as cercam. Se durante o último cerco a cidade foi bombardeada, os vestígios desses bombardeamentos desapareceram completamente.
Felizmente, nada reflete esse calvário na cidade velha.
A nossa visita à cidade
Os cruzeiros têm duas opções quando chegam a Dubrovnik, ou atracam no porto localizado na área de Gruž, a cerca de 3 quilómetros ao noroeste, ou têm sempre a possibilidade de o navio fundear junto ao centro histórico da cidade, acedendo ao centro histórico por barcos ou tenders. Infelizmente no nosso caso o Sky Wonder atracou junto ao porto de Gruz.
Como a cumplicidade e amizade entre os portugueses a bordo foi imediata planeamos a visita à cidade juntos, assim logo após o desembarque do Sky Wonder negociamos uns táxis e entre todos dividimos as despesas. Ficamos junto à Porta de Pile, onde aproveitamos para levantar dinheiro local (kunas) já que a entrada nas muralhas tem que ser paga em kunas (1 € = +/- 7,50 Kunas).
Entramos nas muralhas pela Porta de Pile e subimos logo às muralhas. O passeio completo demora cerca de duas horas, mas é dividido como está dividido em duas secções, pode ser feito parcialmente. Como as muralhas atraem muitos turistas e caso esteja calor pode ser complicado fazer o percurso que não tem grandes sombras, especialmente durante o período da tarde, o melhor é visitar a cidade pela manhã, caso exista essa possibilidade.
A muralha de Dubrovnik, dominada pela Torre Minceta, é o sistema fortificado melhor preservado no Mediterrâneo. Foi construído no século X e reforçado sucessivamente entre o século XIII em até o século XVII. Tem um comprimento de 1940 m, uma altura de 25 m, e uma espessura entre 3 e 6 m. Às paredes precisamos de somar 3 torres circulares, 12 quadrangulares, 5 bastiões e 2 fortes angulares.
Deixo uma sugestão, que é caminhar ao longo da muralha até ao antigo porto e depois descer para a cidade e apreciar as suas ruas e esquinas, regressando lentamente ao ponto de partida da visita, a Porta de Pile.
Após descermos temos a Praça Luza, em frente à estátua de Orlando e ao início da rua principal, Placa ou Stradun, que é a grande artéria central (296 m) que atravessa a cidade histórica de ponta a ponta. A praça Luza é o centro da vida pública e esta rodeada por monumentos como o Palácio Sponza, a Torre do Relógio, o Palácio da Grande Guarda, a pequena Fonte de Onofre, a Igreja de São Brás (padroeiro da cidade), Câmara Municipal e Teatro Museu Marin Držić, o Palácio de Reitores, que foi sede da República de Ragusa e atualmente é um museu, e, finalmente, a Catedral.
No final da rua Stradun, existe uma igreja cuja visita é recomendável, é a Igreja de São Salvador. Escondido por trás desta igreja encontramos um mosteiro franciscano, ainda mais impressionante do que a própria igreja, um edifício que data do século XIV e abriga uma sala de leitura e uma farmácia, que segundo dizem é a mais antiga da Europa em funcionamento, fundada em 1317. Claro que isto é tudo muito relativo pois em Tallinn existe também uma farmácia que ostenta o mesmo título e como só pode haver uma…
Se estivermos com fome podemos provar o doce Dubrovacka Rozata, um bolo típico muito doce, existe também um brandy local. Menos típico, embora muito bons, podemos desfrutar de uns gelados italianos, por um preço aceitável para o local onde estamos.
Este estendal está um pouco estranho!!! A família deve ser grande!!! |
Uma abordagem diferente para apreciar a cidade é subir o teleférico a 405 metros acima do nível do mar e de lá admirar o postal típico da cidade, na costa da Croácia.
Uma esplanada com uma vista soberba! |
Em conclusão: Dubrovnik é muito confortável para visitar e que o melhor é perder-se dentro das suas ruas e desfrutar da descoberta desta cidade maravilhosa.
Fiquei agradavelmente surpreendido com esta cidade. Não fazia ideia do que iria encontrar e nunca esperei encontrar uma cidade com tanta história e tão bem conservada, apesar de estar totalmente virada para o turismo, mas quem não tem cão caça com gato!!!
Uma ultima palavra para o grupo que partilhou a viagem connosco, foram seguramente os melhores companheiros de viagem que tivemos até hoje. Obrigado pelos bons momentos que passamos juntos!!!
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