Para
quem nos esta a acompanhar nesta viagem, convém esclarecer que a nossa visita a
Viena ainda não terminou. Apenas aproveitamos para dar um saltinho até uma
cidade vizinha e com isso aumentar o nosso conhecimento desta parte da Europa.
A nossa
ideia inicial era dar um saltinho até Salzburgo, seguramente uma das cidades
mais bonitas da Áustria, mas o tempo de viagem e respetivo custo fez-nos virar
agulhas noutra direção.
Durante a
nossa pesquisa de voos, numa das pesquisas Bratislava surgia como alternativa
ao aeroporto de Viena. Isto deixou-nos curiosos e ficamos surpreendidos com a
distância entre as duas capitais. Ainda mais surpreendidos com a quantidade de
ligações ferroviárias e fluviais entre as duas cidades!
Então
decidimos juntar à nossa viagem um pequeno percurso fluvial, nós que gostamos
tanto de navegar! Em boa hora o fizemos, pois, achamos que foi uma ótima
escolha!
Apesar de
muitas reclamações pela hora que tivemos de acordar, às 06:30h estávamos todos
de pé para iniciar mais um dia. Sempre dormimos mais alguma coisa que no dia
anterior! Estávamos a melhorar...
Descemos até
ao restaurante do hotel para o nosso primeiro pequeno almoço. Será que manteria
o nível do hotel ou desceria a nossa opinião do mesmo?
Fica à vossa
consideração!
Como
tínhamos reservado online a viagem para Bratislava para as 08:30h, logo no
primeiro ferry da manha, saímos a correr do hotel para apanhar o metro até ao
centro da cidade. Seriam apenas duas ou três estações até ao terminal do ferry.
Por sorte, o mesmo ficava mesmo junto à estação do metro!
Existem duas
empresas a operar o serviço entre as duas cidades, mas a mais conhecida e mais fiável é a TwinCity Liner e a empresa opera desde uma das
praças mais importantes de Viena, a mesma de onde deveria partir o Ring Tram
que mencionamos no ultimo post, a praça chama-se Schwedenplatz!
Sem duvida
que esta é uma das formas mais divertidas de ligar Viena a Bratislava, pois
ambas as cidades são banhadas e ligadas por um dos rios maiores e mais bonitos
da Europa Central, o Danúbio!
O único
senão é mesmo o preço pois esta também é a ligação mais cara, custando cerca do
dobro do preço do comboio! No nosso caso pagamos 28€por adulto e metade pela
Beatriz!
Tal como
referimos é uma maneira interessante e descontraída de viajar contemplando o
enorme Danúbio, as densas florestas e um ou outro castelo ou palácio que pode
ser visto nas margens do rio. Os catamarãs têm uma estrutura de vidro para se poder
ver a paisagem do interior em caso de mau tempo e estão equipados com ar
condicionado.
Após uma
viagem de cerca de 75 min desembarcamos mesmo no centro da cidade de
Bratislava.
Aqui fica um pequeno vídeo da nossa viagem entre as duas cidades:
Falando um
pouco sobre esta cidade, capital da Eslováquia, socorremo-nos uma vez mais da
wikipédia, que refere sobre a cidade: “ Bratislava
é a capital e principal cidade da Eslováquia, situada no sudoeste do país,
junto da fronteira com a Áustria e da fronteira com a Hungria, tornando-se
assim, na única capital europeia situada na fronteira do seu país com outros
dois. A cidade é também cortada pelo rio Danúbio no seu curso. Com 427 mil
habitantes, é a maior cidade do país. Sede da presidência, do parlamento e do
governo eslovacos, Bratislava conta ainda com universidades, museus, teatros e
toda infraestrutura comum às grandes cidades no que tange a vida política,
cultural e social do ocidente”.
Apesar do contrário
ser referido em muitos locais um dia é mais do que suficiente para conhecer a
cidade, pois se a compararmos aos colossos turísticos Budapeste e Praga, ou
mesmo Viena, a pequena cidade eslovaca à beira do outrora azul Danúbio reluzirá
sempre como uma estrela mais pálida na constelação das belíssimas cidades da
Europa Central.
Mesmo assim,
não se pode ignorar a majestade de alguns dos seus prédios e a sua importância
histórica. Sem complexos de inferioridade, Bratislava já foi parte de vários
reinos, impérios e principados, tendo mesmo sido a capital da monarquia dos
Habsburgos durante três longos séculos. Na catedral gótica de São Martinho,
próxima de uma das vias principais de acesso ao castelo e de visita
obrigatória, foram coroados 11 réis e rainhas entre 1563 e 1830.
Ainda no
ferry compramos um passeio turístico pela cidade, por 10€, que nos levaria até
ao castelo, o principal ícone da cidade e depois nos deixaria novamente no
centro da cidade. Isto enquanto ouvíamos algumas explicações sobre a cidade no
áudio guia em Português!
O castelo da
cidade data do século XIII e uma das suas torres já abrigou por mais de 200
anos as joias da coroa húngara. Em 1811, foi quase completamente destruído por
um incêndio e a sua recuperação só foi levada a cabo a partir da década de
1950. Hoje, o que se pode ver e visitar é uma bela obra com influências góticas
e renascentistas. Na exposição patente em toda a extensão do seu segundo piso,
fica a conhecer-se a história do país, da sua língua e da sua luta. Desde a
colina onde está assente, a visão sobre a cidade é panorâmica, alcançando desde
a mais próxima zona histórica até aos limites da pequena capital.
Oportunidade
para tirar umas fotografias e regressar à cidade velha por onde pretendíamos
passar o dia!
Nas
imediações da pequena praça central da cidade, o melhor é perder-se pelas ruas
e vielas, descobrindo pelo caminho remanescências medievais, como a Porta de
Miguel — torre que fazia parte da muralha da cidade e que também pode ser
visitada —, ou outras atrações mais recentes, como as diversas estátuas
pitorescas que rapidamente se tornaram os pontos mais procurados e fotografados
pelos visitantes.
Um
soldado de Napoleão apoiado no banco da praça, um fotógrafo paparazzi a
espreitar numa esquina e um homem de cartola a fazer uma reverência são apenas alguns
dos exemplos da irreverência local.
Mas
todos perdem em popularidade para o “Observador”. Literalmente, um trabalhador
em bronze a sair de uma tampa de esgoto — a observar por baixo das saias das
turistas? —, na esquina entre as ruas Laurinská e Panská.
Para algo
mais sério, pode-se sempre visitar o Museu da Cultura Judaica, o observatório
da torre UFO, na Ponte Nova, ou caminhar mais para a zona leste da cidade até
encontrar a bela Igreja de Santa Isabel. Mais conhecida como Igreja Azul, por
conta da cor dominante da sua fachada e interiores, foi construída na primeira
década do século passado e representa na perfeição o estilo art nouveau.
Nós, apenas,
ficamos por ali caminhando pelas vielas apreciando o que a cidade tinha para
nos oferecer pois, ao contrário do que muitas vezes fazemos, não preparamos
nada!
Foi com
espanto que encontramos uma loja de produtos típicos portugueses,
principalmente o famoso pastel de nata. Achamos que não valia a pena entrar
pois seguramente estes pasteis não seriam melhores que aqueles que comemos em
Portugal!
Sempre de
máquina em punho fomos registando os nossos “momentos” na cidade, onde tudo é
muito turístico, mas sem ser um turismo de massas pois nota-se que a cidade
ainda não tem o fluxo de turistas que as suas vizinhas.
Entretanto a
manha estava passada e fomos procurar um local para almoçar!
Acabamos por
decidir experimentar um restaurante que nos pareceu ter uma boa relação
qualidade/preço, numa zona um pouco mais afastada do centro da cidade velha!
O restaurante
foi o Stefanka by Pulitzer, um restaurante que logo à primeira
vista se via que respirava história por todos os lados!
Só mais
tarde, já em casa ao registar a visita é que vimos que o restaurante é
centenário e já foi palco de convívio entre boémios, escritores, artistas, etc!
Mas como nós
estávamos lá era mesmo para comer, lá pedimos
Viedenský teľací rezeň (o tradicional panado!), Grilovaný steak z kuracích
pŕs (peito de frango grelhado) e Rizoto funghi (este é mais fácil: risotto!),
acompanhado com cerveja e cola!
Para
recordar fica o momento em que nos trazem as bebidas e nos deparamos com isto:
Pelo menos o
sabor era bom, segundo as meninas!
Após o
almoço achamos que já tínhamos visto o suficiente de Bratislava e decidimos
voltar a Viena, desta vez de comboio!
A estação
principal da cidade de Bratislava, Bratislava Hlavná Stanica, fica próxima do
centro da cidade, mas atenção que não fica no centro, ao contrário do que
achávamos, pois tivemos de caminhar cerca de 2 kms até lá chegarmos! Chegamos a
ficar com duvidas se estávamos no caminho certo!
Tal como
referimos inicialmente a viagem custa cerca de 12€, demora mais ou menos o
mesmo tempo que o ferry e os comboios partem de hora a hora!
Ainda tivemos
de esperar algum tempo na estação pelo comboio e pudemos ver que a estação está
um pouco degradada e não ter a modernidade que estamos habituados a ver em
grandes cidades.
Com tudo
isto chegamos a Viena a meio da tarde, pelo que ainda pudemos dar uma voltinha
pela cidade. Se por vezes o que planeamos corre mal e demoráramos mais tempo a
ver alguma coisa, outras vezes corre melhor que o planeado e ganhamos tempo!
Apanhamos o
metro até ao Museumsquartier, onde ficam localizados alguns dos museus mais
importantes de Viena!
Contudo,
desta vez, não pretendíamos entrar em nenhum deles, apenas partir dali
percorrendo a Ringstrasse, uma avenida circular que rodeia o centro de Viena,
separando os bairros do Hofburg e Stephansdom do resto da cidade. Esta avenida
abriga grande parte das obras arquitectónicas mais significativas da cidade.
A
cidade de Viena esteve protegida por uma muralha desde o século XII; até que, a
partir de 1850, a cidade foi crescendo e formaram-se vários bairros no exterior
dos muros.
Em
1857, a muralha começou a ser derrubada para dar mais espaço à cidade e em seu
lugar foi construído uma grande avenida, a Ringstrasse.
Trata-se
de uma prestigiada avenida onde foram
construídos diversos edifícios, como Palácio Real Hofburg, a Camara Municipal,
a Bolsa, o Parlamento, o Burgtheater, a Igreja Votiva, a Universidade, o Museu
de História da Arte ou o Museu de História Natural.
A
Ringstrasse não é só uma rua, mas está formada por diferentes segmentos que
incluem a palavra ring (anel) nos seus nomes: Stubenring, Parkring,
Schubertring, Kärntner Ring, Opernring, Burgring, Dr. Karl-Renner-Ring, Dr.
Karl-Lueger-Ring e Schottenring.
Ringstrasse
é uma das ruas mais atraentes da cidade e o lugar onde está a maioria dos
pontos turísticos mais importantes de Viena. Este era o percurso que
pretendíamos percorrer de elétrico. Como não foi possível, percorremos parte do
mesmo a pé!
Fomos
passando pelo edifício do parlamento, que infelizmente está em obras!
Um pouco
mais à frente temos a Camara Municipal, a Rathaus, um antigo palácio, que serve
como sede do conselho municipal da cidade. Além disso também abriga o governo e
a Assembleia (Landtag) do Estado de Viena, um estado com o sistema federal
austríaco.
Praticamente
em frente à Camara Municipal, temos o Burgtheater, o Teatro Nacional Austríaco e
em um dos teatros de língua germânica mais importantes do mundo.
Depois
decidimos entrar para o “interior” do “anel” e ver o que nos aparecia pela
frente.
Inicialmente
encontramos um mercado de pascoa, um pouco semelhantes aos mercados de natal,
mas com a temática dedicada à pascoa.
O
dia estava soalheiro, seco e ameno, o que torna sempre qualquer passeio bem mais
positivo. O mercado é sem dúvida bastante encantador, e os produtos lá são atrativos
como souvenirs, pois são típicos e não “made in China”.
Trata-se de
um mercado ao ar livre, bastante acolhedor e com alguns pormenores decorativos
que o tornam ainda mais agradável para visitar.
Continuamos
o nosso caminho e quase sem dar por isso fomos dar ao Memorial do Holocausto!
Poucas
cidades europeias são tão conectadas com a história judaica quanto Viena. Até
1938, a cidade tinha uma crescente comunidade de israelitas. Eram várias
sinagogas e casas de oração espalhadas pelo seu território.
As coisas
começaram a mudar, em Viena, com a tomada da Áustria pelos nazis alemães. A
partir desse período, todas as propriedades dos judeus foram confiscadas.
Temendo o pior, muitos fugiram da cidade, entre eles Sigmund Freud. Os 65.000
que decidiram permanecer foram enviados aos campos de concentração e, lá,
assassinados. Um símbolo disso são as placas colocadas nos passeios onde as
famílias de judeus deportados moravam.
O Memorial
do Holocausto foi inaugurado em 2000, e serve para lembrar os 65.000 judeus
austríacos que foram assassinados pelos nazis.
Desenhado por Rachel Whiteread, tem a forma de uma biblioteca ao contrário,
e na calçada que o cerca podemos ler o nome dos campos de concentração para
onde os judeus austríacos foram deportados.
Toda a praça
está relacionada com a religião judaica, ou não se chamasse Judenplatz!
Após alguns
momentos de reflexão continuamos a nossa jornada, até que avistamos um
aglomerado de pessoas e rapidamente chegamos à conclusão que tínhamos chegado
ao nosso destino: o relógio Ankeruhr!
O
relógio Âncora como é conhecido o famoso relógio de Viena está localizado na
praça Hoher Markt. O relógio data do período de 1911-14 e permaneceu intacto
após vários ataques de bombas durante as guerras mundiais. Projetado por Franz
von Matsch, o relógio em estilo “art nouveau” tem 10 metros de largura por 7
metros de altura e está situado numa ponte que liga as duas partes do prédio
Ankerhof (prédio da companhia de seguros Anker).
As figuras
feitas de cobre que surgem no relógio são personalidades austríacas históricas
famosas, indicando a hora em números romanos e os minutos numa escala
horizontal de tempo.
A cada hora certa
ocorre a troca de personalidade com música de fundo. Mas o grande espetáculo,
que reúne uma grande plateia de turistas debaixo da ponte, ocorre ao meio-dia,
quando as doze personalidades representadas movem-se pela ponte ao som de
músicas clássicas de várias épocas. Sem dúvida, uma atração interessante!
Como ainda
era cedo para fazer o que tínhamos planeado para esta noite, decidimos
aproveitar o lanche grátis no hotel. Assim regressamos ao hotel, para descansar
um pouco e fomos até ao “executive lounge” onde lanchamos!
Cerca
das 19:00h apanhamos novamente o metro para sair 3 estações depois, em Praterstern,
e dai fomos até ao Wiener Prater!
O
Prater é um popular espaço de lazer onde se localiza o parque de diversões mais
antigo do mundo.
O
Prater de Viena foi utilizado durante séculos como área de caça, até que em
1766 foi aberto ao público. Em 1895 foi inaugurado ali um parque de diversões
que ainda mantém algumas das diversões originais em ótimas condições, mas com
um ar antigo e um charme que dominam o lugar.
Desde
a sua inauguração em 1897, a Roda-Gigante de Viena é um dos emblemas da cidade.
Trata-se de uma obra monumental, com 60 metros de altura, que foi inaugurada
durante a celebração do 50º aniversário da coroação de Francisco José I.
Ao
longo da sua história, a roda-gigante sobreviveu a grandes catástrofes naturais
e conflitos bélicos. Foi testemunha da I Guerra Mundial, quando deixou de
funcionar durante dois anos.
Foi
durante os últimos dias da II Guerra Mundial, em 1945, que os bombardeios e o
fogo destruíram grande parte da roda-gigante. Embora tenha sido reconstruída em
tempo recorde, só puderam ser colocadas 15 das 30 cabines que existiam no
início.
As
cabines que não puderam ser recolocadas estão na parte de baixo da
roda-gigante, fazendo parte de uma exposição, através da qual se pode viajar
pelas diferentes épocas do passado da capital: o Império Romano, a Idade Média,
as guerras contra os turcos, a Exposição Mundial de Viena ou as catástrofes
ocorridas durante as guerras mundiais.
Um
dia passado no parque é uma ótima sugestão de programa, pois se o tempo estiver
do nosso lado, a visita ao Prater é mais que recomendada. Além de ser um lugar
com muita história e encanto, a entrada é gratuita e pode-se aproveitar o dia
passeando pelas suas ruas cheias de atrações antigas e barracas de comida.
Aqui
também podemos encontrar o Pratermuseum (Museu do Prater), que nos oferece a
possibilidade de conhecer a história desse antigo símbolo vienense, aberto
quando Francisco José II permitiu o acesso público aos terrenos imperiais de
caça, bem como o museu de cera “Madamme Tussauds”.
A
Wiener Riesenrad é, basicamente, a London Eye de Viena, porém com muito mais
história.
O
bilhete custou 9,50€ e a roda apenas dá uma volta. Confesso que não nos lembramos
quanto tempo durou, mas achamos tão rápido que até pensamos que fossem duas
voltas, mas não eram.
Ficamos
um pouco dececionados, pois a roda estava sempre a parar, fosse para deixar
entrar ou sair visitantes, ou para simplesmente servir o jantar a quem o estava
a fazer nas cabines! Sim, porque é possível jantar dentro de uma cabine
enquanto a roda gira. Custa 365€ por casal!
Escolhemos
a altura do por do sol para andar na roda, pois achamos que seria giro ter uma
visão da cidade com o chamado “lusco-fusco”!
Não
desiludiu, pois, pudemos registar imagens fantásticas desde o topo da roda!
Aqui fica um vídeo da nossa experiência:
Aqui fica um vídeo da nossa experiência:
Aproveitamos
para passar o resto da noite por ali pelo parque, apesar de não termos experimentado
mais nenhuma atração. Apenas fomos vendo o que por ali havia, até à hora do
jantar!
O
parque fecha às 22:00h e foi por volta dessa hora que regressamos ao hotel para
descansar pois o dia seguinte seria muito preenchido.
Vamos
andar por palácios e museus, por isso fiquem por aí!
Até
amanha...
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