sexta-feira, 30 de março de 2018

30 março 2018 – Bratislava - Viena


Para quem nos esta a acompanhar nesta viagem, convém esclarecer que a nossa visita a Viena ainda não terminou. Apenas aproveitamos para dar um saltinho até uma cidade vizinha e com isso aumentar o nosso conhecimento desta parte da Europa.

A nossa ideia inicial era dar um saltinho até Salzburgo, seguramente uma das cidades mais bonitas da Áustria, mas o tempo de viagem e respetivo custo fez-nos virar agulhas noutra direção.

Durante a nossa pesquisa de voos, numa das pesquisas Bratislava surgia como alternativa ao aeroporto de Viena. Isto deixou-nos curiosos e ficamos surpreendidos com a distância entre as duas capitais. Ainda mais surpreendidos com a quantidade de ligações ferroviárias e fluviais entre as duas cidades!

Então decidimos juntar à nossa viagem um pequeno percurso fluvial, nós que gostamos tanto de navegar! Em boa hora o fizemos, pois, achamos que foi uma ótima escolha!

Apesar de muitas reclamações pela hora que tivemos de acordar, às 06:30h estávamos todos de pé para iniciar mais um dia. Sempre dormimos mais alguma coisa que no dia anterior! Estávamos a melhorar...

Descemos até ao restaurante do hotel para o nosso primeiro pequeno almoço. Será que manteria o nível do hotel ou desceria a nossa opinião do mesmo?

Fica à vossa consideração!

Como tínhamos reservado online a viagem para Bratislava para as 08:30h, logo no primeiro ferry da manha, saímos a correr do hotel para apanhar o metro até ao centro da cidade. Seriam apenas duas ou três estações até ao terminal do ferry. Por sorte, o mesmo ficava mesmo junto à estação do metro!


Existem duas empresas a operar o serviço entre as duas cidades,  mas a mais conhecida e mais fiável é a TwinCity Liner e a empresa opera desde uma das praças mais importantes de Viena, a mesma de onde deveria partir o Ring Tram que mencionamos no ultimo post, a praça chama-se Schwedenplatz!


Sem duvida que esta é uma das formas mais divertidas de ligar Viena a Bratislava, pois ambas as cidades são banhadas e ligadas por um dos rios maiores e mais bonitos da Europa Central, o Danúbio!

O único senão é mesmo o preço pois esta também é a ligação mais cara, custando cerca do dobro do preço do comboio! No nosso caso pagamos 28€por adulto e metade pela Beatriz!


Tal como referimos é uma maneira interessante e descontraída de viajar contemplando o enorme Danúbio, as densas florestas e um ou outro castelo ou palácio que pode ser visto nas margens do rio. Os catamarãs têm uma estrutura de vidro para se poder ver a paisagem do interior em caso de mau tempo e estão equipados com ar condicionado.


Após uma viagem de cerca de 75 min desembarcamos mesmo no centro da cidade de Bratislava.


Aqui fica um pequeno vídeo da nossa viagem entre as duas cidades:



 
Falando um pouco sobre esta cidade, capital da Eslováquia, socorremo-nos uma vez mais da wikipédia, que refere sobre a cidade: “ Bratislava é a capital e principal cidade da Eslováquia, situada no sudoeste do país, junto da fronteira com a Áustria e da fronteira com a Hungria, tornando-se assim, na única capital europeia situada na fronteira do seu país com outros dois. A cidade é também cortada pelo rio Danúbio no seu curso. Com 427 mil habitantes, é a maior cidade do país. Sede da presidência, do parlamento e do governo eslovacos, Bratislava conta ainda com universidades, museus, teatros e toda infraestrutura comum às grandes cidades no que tange a vida política, cultural e social do ocidente”.

Apesar do contrário ser referido em muitos locais um dia é mais do que suficiente para conhecer a cidade, pois se a compararmos aos colossos turísticos Budapeste e Praga, ou mesmo Viena, a pequena cidade eslovaca à beira do outrora azul Danúbio reluzirá sempre como uma estrela mais pálida na constelação das belíssimas cidades da Europa Central.

Mesmo assim, não se pode ignorar a majestade de alguns dos seus prédios e a sua importância histórica. Sem complexos de inferioridade, Bratislava já foi parte de vários reinos, impérios e principados, tendo mesmo sido a capital da monarquia dos Habsburgos durante três longos séculos. Na catedral gótica de São Martinho, próxima de uma das vias principais de acesso ao castelo e de visita obrigatória, foram coroados 11 réis e rainhas entre 1563 e 1830.

Ainda no ferry compramos um passeio turístico pela cidade, por 10€, que nos levaria até ao castelo, o principal ícone da cidade e depois nos deixaria novamente no centro da cidade. Isto enquanto ouvíamos algumas explicações sobre a cidade no áudio guia em Português!

O castelo da cidade data do século XIII e uma das suas torres já abrigou por mais de 200 anos as joias da coroa húngara. Em 1811, foi quase completamente destruído por um incêndio e a sua recuperação só foi levada a cabo a partir da década de 1950. Hoje, o que se pode ver e visitar é uma bela obra com influências góticas e renascentistas. Na exposição patente em toda a extensão do seu segundo piso, fica a conhecer-se a história do país, da sua língua e da sua luta. Desde a colina onde está assente, a visão sobre a cidade é panorâmica, alcançando desde a mais próxima zona histórica até aos limites da pequena capital.


Oportunidade para tirar umas fotografias e regressar à cidade velha por onde pretendíamos passar o dia!


Nas imediações da pequena praça central da cidade, o melhor é perder-se pelas ruas e vielas, descobrindo pelo caminho remanescências medievais, como a Porta de Miguel — torre que fazia parte da muralha da cidade e que também pode ser visitada —, ou outras atrações mais recentes, como as diversas estátuas pitorescas que rapidamente se tornaram os pontos mais procurados e fotografados pelos visitantes.


Um soldado de Napoleão apoiado no banco da praça, um fotógrafo paparazzi a espreitar numa esquina e um homem de cartola a fazer uma reverência são apenas alguns dos exemplos da irreverência local.


Mas todos perdem em popularidade para o “Observador”. Literalmente, um trabalhador em bronze a sair de uma tampa de esgoto — a observar por baixo das saias das turistas? —, na esquina entre as ruas Laurinská e Panská.


Para algo mais sério, pode-se sempre visitar o Museu da Cultura Judaica, o observatório da torre UFO, na Ponte Nova, ou caminhar mais para a zona leste da cidade até encontrar a bela Igreja de Santa Isabel. Mais conhecida como Igreja Azul, por conta da cor dominante da sua fachada e interiores, foi construída na primeira década do século passado e representa na perfeição o estilo art nouveau.


Nós, apenas, ficamos por ali caminhando pelas vielas apreciando o que a cidade tinha para nos oferecer pois, ao contrário do que muitas vezes fazemos, não preparamos nada!



Foi com espanto que encontramos uma loja de produtos típicos portugueses, principalmente o famoso pastel de nata. Achamos que não valia a pena entrar pois seguramente estes pasteis não seriam melhores que aqueles que comemos em Portugal!


Sempre de máquina em punho fomos registando os nossos “momentos” na cidade, onde tudo é muito turístico, mas sem ser um turismo de massas pois nota-se que a cidade ainda não tem o fluxo de turistas que as suas vizinhas.


Entretanto a manha estava passada e fomos procurar um local para almoçar!

Acabamos por decidir experimentar um restaurante que nos pareceu ter uma boa relação qualidade/preço, numa zona um pouco mais afastada do centro da cidade velha!

O restaurante foi o Stefanka by Pulitzer, um restaurante que logo à primeira vista se via que respirava história por todos os lados!


Só mais tarde, já em casa ao registar a visita é que vimos que o restaurante é centenário e já foi palco de convívio entre boémios, escritores, artistas, etc!

Mas como nós estávamos lá era mesmo para comer, lá pedimos  Viedenský teľací rezeň (o tradicional panado!), Grilovaný steak z kuracích pŕs (peito de frango grelhado) e Rizoto funghi (este é mais fácil: risotto!), acompanhado com cerveja e cola!


Para recordar fica o momento em que nos trazem as bebidas e nos deparamos com isto:


Pelo menos o sabor era bom, segundo as meninas!

Após o almoço achamos que já tínhamos visto o suficiente de Bratislava e decidimos voltar a Viena, desta vez de comboio!

A estação principal da cidade de Bratislava, Bratislava Hlavná Stanica, fica próxima do centro da cidade, mas atenção que não fica no centro, ao contrário do que achávamos, pois tivemos de caminhar cerca de 2 kms até lá chegarmos! Chegamos a ficar com duvidas se estávamos no caminho certo!

Tal como referimos inicialmente a viagem custa cerca de 12€, demora mais ou menos o mesmo tempo que o ferry e os comboios partem de hora a hora!

Ainda tivemos de esperar algum tempo na estação pelo comboio e pudemos ver que a estação está um pouco degradada e não ter a modernidade que estamos habituados a ver em grandes cidades.


Com tudo isto chegamos a Viena a meio da tarde, pelo que ainda pudemos dar uma voltinha pela cidade. Se por vezes o que planeamos corre mal e demoráramos mais tempo a ver alguma coisa, outras vezes corre melhor que o planeado e ganhamos tempo!

Apanhamos o metro até ao Museumsquartier, onde ficam localizados alguns dos museus mais importantes de Viena!


Contudo, desta vez, não pretendíamos entrar em nenhum deles, apenas partir dali percorrendo a Ringstrasse, uma avenida circular que rodeia o centro de Viena, separando os bairros do Hofburg e Stephansdom do resto da cidade. Esta avenida abriga grande parte das obras arquitectónicas mais significativas da cidade.



A cidade de Viena esteve protegida por uma muralha desde o século XII; até que, a partir de 1850, a cidade foi crescendo e formaram-se vários bairros no exterior dos muros.

Em 1857, a muralha começou a ser derrubada para dar mais espaço à cidade e em seu lugar foi construído uma grande avenida, a Ringstrasse.

Trata-se de uma prestigiada  avenida onde foram construídos diversos edifícios, como Palácio Real Hofburg, a Camara Municipal, a Bolsa, o Parlamento, o Burgtheater, a Igreja Votiva, a Universidade, o Museu de História da Arte ou o Museu de História Natural.

A Ringstrasse não é só uma rua, mas está formada por diferentes segmentos que incluem a palavra ring (anel) nos seus nomes: Stubenring, Parkring, Schubertring, Kärntner Ring, Opernring, Burgring, Dr. Karl-Renner-Ring, Dr. Karl-Lueger-Ring e Schottenring.

Ringstrasse é uma das ruas mais atraentes da cidade e o lugar onde está a maioria dos pontos turísticos mais importantes de Viena. Este era o percurso que pretendíamos percorrer de elétrico. Como não foi possível, percorremos parte do mesmo a pé!

Fomos passando pelo edifício do parlamento, que infelizmente está em obras!


Um pouco mais à frente temos a Camara Municipal, a Rathaus, um antigo palácio, que serve como sede do conselho municipal da cidade. Além disso também abriga o governo e a Assembleia (Landtag) do Estado de Viena, um estado com o sistema federal austríaco.


Praticamente em frente à Camara Municipal, temos o Burgtheater, o Teatro Nacional Austríaco e em um dos teatros de língua germânica mais importantes do mundo.


Depois decidimos entrar para o “interior” do “anel” e ver o que nos aparecia pela frente.

Inicialmente encontramos um mercado de pascoa, um pouco semelhantes aos mercados de natal, mas com a temática dedicada à pascoa.

O dia estava soalheiro, seco e ameno, o que torna sempre qualquer passeio bem mais positivo. O mercado é sem dúvida bastante encantador, e os produtos lá são atrativos como souvenirs, pois são típicos e não “made in China”.

 
Trata-se de um mercado ao ar livre, bastante acolhedor e com alguns pormenores decorativos que o tornam ainda mais agradável para visitar.

Continuamos o nosso caminho e quase sem dar por isso fomos dar ao Memorial do Holocausto!

Poucas cidades europeias são tão conectadas com a história judaica quanto Viena. Até 1938, a cidade tinha uma crescente comunidade de israelitas. Eram várias sinagogas e casas de oração espalhadas pelo seu território.

As coisas começaram a mudar, em Viena, com a tomada da Áustria pelos nazis alemães. A partir desse período, todas as propriedades dos judeus foram confiscadas. Temendo o pior, muitos fugiram da cidade, entre eles Sigmund Freud. Os 65.000 que decidiram permanecer foram enviados aos campos de concentração e, lá, assassinados. Um símbolo disso são as placas colocadas nos passeios onde as famílias de judeus deportados moravam.

O Memorial do Holocausto foi inaugurado em 2000, e serve para lembrar os 65.000 judeus austríacos que foram assassinados pelos nazis.  Desenhado por Rachel Whiteread, tem a forma de uma biblioteca ao contrário, e na calçada que o cerca podemos ler o nome dos campos de concentração para onde os judeus austríacos foram deportados.


Toda a praça está relacionada com a religião judaica, ou não se chamasse Judenplatz!

Após alguns momentos de reflexão continuamos a nossa jornada, até que avistamos um aglomerado de pessoas e rapidamente chegamos à conclusão que tínhamos chegado ao nosso destino: o relógio Ankeruhr!

O relógio Âncora como é conhecido o famoso relógio de Viena está localizado na praça Hoher Markt. O relógio data do período de 1911-14 e permaneceu intacto após vários ataques de bombas durante as guerras mundiais. Projetado por Franz von Matsch, o relógio em estilo “art nouveau” tem 10 metros de largura por 7 metros de altura e está situado numa ponte que liga as duas partes do prédio Ankerhof (prédio da companhia de seguros Anker).


As figuras feitas de cobre que surgem no relógio são personalidades austríacas históricas famosas, indicando a hora em números romanos e os minutos numa escala horizontal de tempo.

A cada hora certa ocorre a troca de personalidade com música de fundo. Mas o grande espetáculo, que reúne uma grande plateia de turistas debaixo da ponte, ocorre ao meio-dia, quando as doze personalidades representadas movem-se pela ponte ao som de músicas clássicas de várias épocas. Sem dúvida, uma atração interessante!

Como ainda era cedo para fazer o que tínhamos planeado para esta noite, decidimos aproveitar o lanche grátis no hotel. Assim regressamos ao hotel, para descansar um pouco e fomos até ao “executive lounge” onde lanchamos!

Cerca das 19:00h apanhamos novamente o metro para sair 3 estações depois, em Praterstern, e dai fomos até ao Wiener Prater!

O Prater é um popular espaço de lazer onde se localiza o parque de diversões mais antigo do mundo. 


O Prater de Viena foi utilizado durante séculos como área de caça, até que em 1766 foi aberto ao público. Em 1895 foi inaugurado ali um parque de diversões que ainda mantém algumas das diversões originais em ótimas condições, mas com um ar antigo e um charme que dominam o lugar.

Desde a sua inauguração em 1897, a Roda-Gigante de Viena é um dos emblemas da cidade. Trata-se de uma obra monumental, com 60 metros de altura, que foi inaugurada durante a celebração do 50º aniversário da coroação de Francisco José I.

Ao longo da sua história, a roda-gigante sobreviveu a grandes catástrofes naturais e conflitos bélicos. Foi testemunha da I Guerra Mundial, quando deixou de funcionar durante dois anos.

Foi durante os últimos dias da II Guerra Mundial, em 1945, que os bombardeios e o fogo destruíram grande parte da roda-gigante. Embora tenha sido reconstruída em tempo recorde, só puderam ser colocadas 15 das 30 cabines que existiam no início.

As cabines que não puderam ser recolocadas estão na parte de baixo da roda-gigante, fazendo parte de uma exposição, através da qual se pode viajar pelas diferentes épocas do passado da capital: o Império Romano, a Idade Média, as guerras contra os turcos, a Exposição Mundial de Viena ou as catástrofes ocorridas durante as guerras mundiais.

Um dia passado no parque é uma ótima sugestão de programa, pois se o tempo estiver do nosso lado, a visita ao Prater é mais que recomendada. Além de ser um lugar com muita história e encanto, a entrada é gratuita e pode-se aproveitar o dia passeando pelas suas ruas cheias de atrações antigas e barracas de comida.

Aqui também podemos encontrar o Pratermuseum (Museu do Prater), que nos oferece a possibilidade de conhecer a história desse antigo símbolo vienense, aberto quando Francisco José II permitiu o acesso público aos terrenos imperiais de caça, bem como o museu de cera “Madamme Tussauds”.

Mas o que nos levou aqui foi mesmo a Roda Gigante de Viena (Wiener Riesenrad)!

A Wiener Riesenrad é, basicamente, a London Eye de Viena, porém com muito mais história.

O bilhete custou 9,50€ e a roda apenas dá uma volta. Confesso que não nos lembramos quanto tempo durou, mas achamos tão rápido que até pensamos que fossem duas voltas, mas não eram.

Ficamos um pouco dececionados, pois a roda estava sempre a parar, fosse para deixar entrar ou sair visitantes, ou para simplesmente servir o jantar a quem o estava a fazer nas cabines! Sim, porque é possível jantar dentro de uma cabine enquanto a roda gira. Custa 365€ por casal!

Escolhemos a altura do por do sol para andar na roda, pois achamos que seria giro ter uma visão da cidade com o chamado “lusco-fusco”!

Não desiludiu, pois, pudemos registar imagens fantásticas desde o topo da roda!

  
Aqui fica um vídeo da nossa experiência:


Aproveitamos para passar o resto da noite por ali pelo parque, apesar de não termos experimentado mais nenhuma atração. Apenas fomos vendo o que por ali havia, até à hora do jantar!

O parque fecha às 22:00h e foi por volta dessa hora que regressamos ao hotel para descansar pois o dia seguinte seria muito preenchido.

Vamos andar por palácios e museus, por isso fiquem por aí!

Até amanha...

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